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Um bilionário fundou a Aetherflux, uma empresa que quer ser a ‘Starlink da energia solar’, utilizando satélites com painéis solares para fornecer energia renovável do espaço para todo o mundo

Escrito por Lucas Carvalho
Publicado em 13/10/2024 às 18:53
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Foto: Reprodução

A Aetherflux, criada por um empresário bilionário, planeja utilizar satélites com painéis solares para distribuir energia renovável do espaço para todo o mundo

Baiju Bhatt, empresário americano de ascendência indiana, revelou recentemente sua nova empreitada, a startup espacial Aetherflux, após meses em sigilo. Sua missão é desenvolver uma espécie de “Starlink” para energia solar, uma rede de satélites em órbita baixa que captura luz solar e a converte em energia renovável.

A proposta é transmitir essa energia diretamente para a Terra, ajudando regiões remotas que têm dificuldades no fornecimento de eletricidade, além de oferecer uma alternativa mais sustentável e inovadora para o futuro da energia solar.

A Aetherflux mira inicialmente aplicações militares, mas Bhatt planeja expandir o uso da energia renovável para consumidores civis e comerciais. Ele já investiu cerca de US$ 10 milhões em um protótipo, com a expectativa de testar a tecnologia até 2026.

O objetivo é transmitir 4 quilowatts de potência, suficientes para alimentar uma casa de tamanho médio, de um satélite a 550 quilômetros de altitude até um receptor de 10 metros no solo.

Se essa fase for bem-sucedida, o plano é testar satélites maiores para gerar mais energia solar e aumentar o alcance da rede, criando o que Bhatt descreve como “linhas de transmissão” espaciais para fornecer energia renovável de maneira eficiente e acessível.

A inspiração por trás da tecnologia de satélites para energia solar

Baiju Bhatt, Fundador e CEO

A ideia de Bhatt de criar um “Starlink” para energia solar é baseada em um conceito antigo, popularizado pela ficção científica. Ele credita ao autor Isaac Asimov a inspiração inicial, que, em 1941, descreveu uma nave espacial que transmitia energia solar à Terra.

Nos anos 1970, a NASA e o Departamento de Energia dos Estados Unidos exploraram ideias semelhantes, mas as limitações tecnológicas da época impediram seu avanço. Bhatt acredita que agora é possível superar esses obstáculos com sua abordagem inovadora de utilizar satélites menores, em vez de gigantescos painéis em órbita geoestacionária.

A grande vantagem da energia solar transmitida do espaço é que ela não é interrompida por fatores como clima, cobertura de nuvens ou a rotação da Terra.

A energia renovável gerada pelos satélites da Aetherflux pode ser captada continuamente, independentemente das condições meteorológicas. Além disso, Bhatt destaca que a tecnologia dos lasers infravermelhos, em vez de micro-ondas, permite uma transmissão mais eficiente da energia solar, reduzindo o impacto no solo e aumentando a potência transmitida.

A energia renovável do espaço: desafios e novas oportunidades

Fot: etherflux]

Outros projetos de energia solar no espaço também estão em andamento. Em 2023, pesquisadores da CalTech foram os primeiros a transmitir com sucesso energia solar diretamente do espaço para a Terra.

Essas iniciativas demonstram que a ideia de satélites transmitindo energia renovável não é mais apenas um sonho de ficção científica, mas uma possibilidade concreta, especialmente diante da necessidade urgente de encontrar soluções para combater as mudanças climáticas e atender à crescente demanda por fontes de energia limpa.

Para Bhatt, essa empreitada na energia renovável e solar é uma volta às suas raízes. Antes de cofundar a Robinhood, ele estudou física e matemática em Stanford, sempre alimentando um forte interesse pelo espaço. Seu pai, que trabalhou no Centro de Pesquisa Langley da NASA, foi uma influência determinante em sua vida, inspirando seu sonho de um dia desenvolver algo no setor espacial.

Agora, com a Aetherflux, Bhatt busca realizar esse sonho, usando sua experiência como empreendedor para revolucionar o setor de energia solar e renovável.

Com sede em San Carlos, Califórnia, a Aetherflux já contratou uma equipe de engenheiros de empresas como SpaceX e Luminar. A empresa adquiriu um satélite de 150 quilos da Apex, outra startup na qual Bhatt investiu, para carregar os painéis solares que sua equipe está desenvolvendo. Esses satélites serão responsáveis por capturar a energia solar no espaço e transmitir essa energia renovável de forma eficiente para estações na Terra, criando uma rede que Bhatt espera expandir globalmente, semelhante à Starlink.

A jornada à frente é desafiadora, mas Bhatt está comprometido em transformar sua visão de uma “Starlink” para energia solar em realidade. Ele sabe que criar uma rede de satélites para transmitir energia renovável não será uma tarefa fácil, mas acredita que essa tecnologia tem o potencial de revolucionar a forma como o mundo consome e distribui energia.

Se bem-sucedida, a Aetherflux pode não apenas fornecer uma solução sustentável para regiões remotas, mas também posicionar a energia solar como uma fonte acessível e contínua para o futuro.

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Lucas Carvalho

Jornalista experiente com ampla atuação na cobertura de temas relacionados a petróleo, gás e energia renovável. Especialista em análises aprofundadas e tendências do setor, com enfoque em inovações tecnológicas e impacto ambiental. Autor de artigos relevantes na área.

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