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Segundo informações da CNN, a retomada da compra de frango do Brasil pela União Europeia é um alívio, mas o setor foca na auditoria chinesa que começa hoje, que definirá o futuro do principal mercado do país.
A União Europeia (UE) reabriu seu mercado para a compra de frango do Brasil, uma decisão confirmada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) nesta segunda-feira (22). A suspensão, que durava desde maio, foi implementada como precaução após a detecção de um foco de influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja comercial no Rio Grande do Sul.
A notícia positiva, no entanto, é contrabalançada pela situação do principal parceiro comercial do Brasil no setor. Enquanto o bloco europeu retoma as importações, a China, maior destino das exportações brasileiras de aves, ainda mantém suas restrições. Conforme apurado pela CNN, uma missão técnica chinesa inicia nesta segunda-feira (22) uma auditoria crucial nos frigoríficos brasileiros para avaliar os controles sanitários do país. O resultado dessa visita é vital para a plena recuperação do setor.
O detalhe da retomada europeia
A decisão da União Europeia, oficializada em regulamento publicado nesta segunda (22) e com vigor a partir de terça (23), não é uma reabertura total e imediata. O governo federal detalhou que o retorno da compra de frango do Brasil será escalonado, seguindo um cronograma rigoroso para garantir a segurança sanitária. A maior parte do território nacional, com exceção do Rio Grande do Sul, está liberada para exportar produtos com data de produção a partir de 18 de setembro.
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Para o Rio Grande do Sul, estado onde o foco comercial foi detectado, as regras são mais específicas. As áreas fora da zona de foco inicial poderão retomar as exportações para a UE a partir de 2 de outubro. Já a região específica em um raio de 10 km da granja afetada em Montenegro (RS) só terá autorização para voltar a vender ao bloco em 16 de outubro. Esse escalonamento demonstra a cautela europeia e a complexidade de gerenciar barreiras sanitárias.
O caminho do Brasil para ser “livre” da gripe aviária
A retomada europeia foi possível porque a UE reconheceu formalmente o Brasil como livre de gripe aviária em 4 de setembro. Este reconhecimento veio após o próprio Brasil se autodeclarar livre da doença em 18 de junho, uma ação estratégica tomada após o término do prazo do vazio sanitário exigido desde a confirmação do caso na granja gaúcha.
Imediatamente após a autodeclaração, o Brasil enviou a notificação formal à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), buscando restabelecer a confiança internacional. A medida foi essencial, visto que a confirmação em maio, embora isolada e contida, gerou uma onda de restrições de mais de 40 mercados. A CNN destaca que, apesar de diversos casos em aves silvestres, o Brasil conseguiu evitar que a doença se alastrasse para a produção comercial em larga escala, preservando seu status sanitário internacional.
China: o peso da auditoria no principal mercado
Embora a reabertura da UE seja uma vitória diplomática e comercial importante, os olhos do setor estão voltados para a Ásia. A China, de longe o maior importador da avicultura nacional, ainda não retomou a compra de frango do Brasil. A suspensão chinesa tem um impacto econômico significativamente maior que a do bloco europeu, pressionando os frigoríficos e a cadeia produtiva.
A missão técnica chinesa que desembarca no país nesta segunda é, portanto, a etapa mais importante do ano para o setor. Conforme noticiado pela CNN, esses auditores avaliarão rigorosamente os controles sanitários implementados pelo Brasil contra a influenza aviária. O desempenho do país nessa avaliação será decisivo para a retomada das exportações para Pequim. De janeiro a agosto de 2025, o Brasil já exportou 3,28 milhões de toneladas de carne de frango, gerando US$ 6,15 bilhões, e a participação chinesa é fundamental para esses números.
A retomada da União Europeia é um sinal positivo de confiança, mas a dependência do mercado chinês coloca o setor em alerta máximo. A auditoria desta semana definirá o ritmo da avicultura brasileira no restante do ano.
Você acha que a China vai reabrir o mercado após essa auditoria? Como essa instabilidade entre reaberturas e suspensões afeta o produtor local? Deixe sua opinião nos comentários, queremos ouvir quem vive isso na prática.
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