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Trump eleva tarifa de importação do Brasil para 50% e pressiona Lula com carta comercial

Escrito por Caio Aviz
Publicado em 09/07/2025 às 18:47
Donald Trump faz anúncio de tarifa de 50% ao Brasil com bandeiras dos EUA e Brasil ao fundo
Donald Trump, em discurso oficial, confirma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, destacando relação comercial e julgamento de Bolsonaro, com bandeiras ao fundo
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Tarifa recorde reacende tensão econômica

Os Estados Unidos, sob liderança de Donald Trump, oficializaram em 9 de julho de 2025 uma tarifa inédita de 50% sobre importações brasileiras.
Essa decisão foi anunciada publicamente por Trump em carta endereçada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A medida surpreendeu ao combinar elementos comerciais e políticos.
A nova alíquota, segundo o Escritório do Representante Comercial dos EUA (USTR), substitui o índice de 10% aplicado em abril deste mesmo ano.
Embora Trump tenha justificado o aumento como resposta à “troca comercial injusta”, o órgão confirma que, em 2024, os EUA mantiveram superávit de US$ 7,4 bilhões na balança de bens com o Brasil.
Ainda assim, Trump reforçou que déficits acumulados em outros setores ameaçam a segurança econômica americana.

Julgamento de Bolsonaro entra na equação

Além do argumento econômico, Trump atribuiu parte da nova taxação ao processo judicial em curso contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Para Trump, o ex-líder brasileiro foi tratado de forma “injusta” e “desrespeitosa” após deixar o cargo em 2022.
Essa declaração foi registrada na carta enviada também pelas redes sociais do ex-presidente americano, a Truth Social.
Para justificar a tarifa elevada, Trump citou supostos ataques à liberdade de expressão de empresas digitais americanas.
Ele referiu-se a ordens judiciais do Supremo Tribunal Federal do Brasil que, segundo ele, restringiriam plataformas de tecnologia.
De acordo com a correspondência, a nova regra tarifária valerá a partir de 1º de agosto de 2025.
Ela terá abrangência para qualquer produto de origem brasileira.

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Mercados reagem imediatamente

Com o anúncio, o impacto no mercado financeiro foi instantâneo.
O Ibovespa futuro, com vencimento em agosto de 2025, registrou queda de 2,23%, atingindo 138.085 pontos, segundo dados da B3 coletados às 17h40 (horário de Brasília).
Já o dólar futuro, para o mesmo período, subiu 1,76% e atingiu R$ 5,58.
Na sessão à vista, o índice encerrou com recuo de 1,3%.
O dólar comercial valorizou-se 1,06% e encerrou o dia em R$ 5,50.
O temor de novos impactos sobre exportadores brasileiros, especialmente nos setores agroindustrial e siderúrgico, elevou a aversão a risco entre investidores.
Analistas da XP Investimentos reportaram essa reação.

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Veja os detalhes da carta enviada a seguir:

A CASA BRANCA
WASHINGTON

9 de Julho de 2025

Sua Excelência
Luiz Inácio Lula da Silva
Presidente da República Federativa do Brasil
Brasília

Prezado Sr. Presidente:

Eu conheci e convivi com o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei muito, assim como a maioria dos outros líderes de países. A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Este julgamento não deveria estar acontecendo. É uma caça às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!

Em parte devido aos ataques insidiosos do Brasil às Eleições Livres, e aos direitos fundamentais de Liberdade de Expressão dos americanos (como ilustrado recentemente pelo Supremo Tribunal Federal brasileiro, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS para plataformas de mídia social dos EUA, ameaçando-as com milhões de dólares em multas e expulsão do mercado de mídia social brasileiro), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre qualquer envio de produtos brasileiros para os Estados Unidos, separado de todas as tarifas setoriais. Mercadorias transbordadas para burlar essa tarifa de 50% estarão sujeitas a essa tarifa mais alta.

Além disso, tivemos anos para discutir nossa relação comercial com o Brasil, e concluímos que devemos nos afastar da relação comercial antiga e muito injusta gerada pelas políticas tarifárias e não tarifárias, bem como por barreiras comerciais do Brasil. Nossa relação tem sido, infelizmente, longe de recíproca.

Por favor, entenda que o percentual de 50% é muito menor do que o necessário para ter um campo de jogo nivelado que devemos ter com seu país. E é necessário ter isso para corrigir as graves injustiças do regime atual. Como você sabe, não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas dentro do seu país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos e, de fato, faremos tudo o que for possível para obter aprovações de forma rápida, profissional e rotineira em outras palavras, em questão de semanas.

Se, por qualquer motivo, você decidir aumentar suas tarifas, então, qualquer que seja o número que escolher aumentar, será adicionado aos 50% que cobramos. Por favor, entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de políticas tarifárias e não tarifárias do Brasil, bem como barreiras comerciais, causando esses déficits comerciais insustentáveis com os Estados Unidos. Esse déficit é uma grande ameaça para nossa economia e, de fato, para nossa segurança nacional! Além disso, devido aos contínuos ataques do Brasil às atividades de Comércio Digital de empresas americanas, bem como outras práticas comerciais injustas, estou instruindo o Representante de Comércio dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a iniciar imediatamente uma investigação da Seção 301 sobre o Brasil.

Se desejar abrir seus mercados comerciais, até então fechados, para os Estados Unidos, e eliminar suas políticas tarifárias, não tarifárias e barreiras comerciais, nós podemos, talvez, considerar um ajuste nesta carta. Essas tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo de seu relacionamento com nosso país. Você nunca ficará desapontado com os Estados Unidos da América.

Obrigado por sua atenção a este assunto!

Com os melhores votos, subscrevo-me,
Atenciosamente,

DONALD J. TRUMP
PRESIDENTE DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA

Pressão sobre o bloco BRICS e investigação formal

Ainda conforme o conteúdo revelado na quarta-feira, Trump sinalizou que essa carta representa também um recado direto ao bloco BRICS.
O grupo reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O ex-presidente americano insiste que países emergentes ameaçam a posição do dólar como moeda de referência mundial.
No mesmo dia, o Escritório do Representante Comercial dos EUA, liderado por Jamieson Greer, confirmou a abertura de uma investigação com base na Seção 301.
A apuração analisará supostas práticas comerciais desleais do Brasil, especialmente no setor digital.
Para Trump, abrir o mercado brasileiro para bens e serviços americanos é condição essencial para reverter o aumento tarifário.

Novas taxas afetam outros países

Além do Brasil, Trump detalhou tarifas adicionais para outras nações em desenvolvimento. Por exemplo, Argélia, Líbia, Iraque e Sri Lanka terão taxa de 30%.
Da mesma forma, Brunei e Moldávia enfrentarão taxação de 25%.
Enquanto isso, as Filipinas, entre os 50 maiores parceiros dos EUA, terão produtos tarifados em 20%.
Em pronunciamento, na Casa Branca, em 9 de julho de 2025, Trump defendeu percentuais baseados em déficits e fatos históricos. Além disso, essa declaração foi feita a jornalistas presentes.
Por fim, vale destacar que a notificação formal começou em 7 de julho.
Assim, isso ocorreu para cumprir o prazo de negociações, conforme informou a Reuters.

E você, acredita que essa disputa comercial vai gerar novos acordos ou aprofundar as tensões entre Brasil e EUA?

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Caio Aviz

Escrevo sobre o mercado offshore, petróleo e gás, vagas de emprego, energias renováveis, mineração, economia, inovação e curiosidades, tecnologia, geopolítica, governo, entre outros temas. Buscando sempre atualizações diárias e assuntos relevantes, exponho um conteúdo rico, considerável e significativo. Para sugestões de pauta e feedbacks, faça contato no e-mail: avizzcaio12@gmail.com.

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