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Trump diz a Lula que os EUA ‘sentem falta’ do café brasileiro após tarifa de 50%, e americano já paga até 20% mais caro pela bebida

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 07/10/2025 às 09:55
Tarifaço de Trump contra o Brasil dobra o preço do café e força conversa com Lula após queda de 47% nas exportações
Tarifaço de Trump contra o Brasil dobra o preço do café e força conversa com Lula após queda de 47% nas exportações
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Durante conversa com Lula, Donald Trump admitiu que os EUA estão “sentindo falta” do café brasileiro, principal produto afetado pelo tarifaço de 50% sobre exportações do Brasil; a medida fez o preço da bebida disparar até 20% e ameaça o comércio bilateral entre os dois países

O café brasileiro entrou no centro da primeira conversa direta entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva desde o retorno do republicano à Casa Branca. Trump reconheceu que os americanos “sentem falta” do produto nacional, principal vítima do tarifaço de 50% imposto por seu governo sobre exportações do Brasil.

O aumento das tarifas já está pesando no bolso dos consumidores nos Estados Unidos: o preço do café subiu quase 21% em um ano, segundo dados do governo americano, o maior salto desde 1997. A medida reforça o impacto global da política comercial de Trump e coloca o café, símbolo da cultura brasileira, como peça-chave de uma disputa econômica bilionária.

O café brasileiro e o efeito da tarifa de 50%

Trump diz a Lula que os EUA 'sentem falta' do café brasileiro após tarifa de 50%, e americano já paga até 20% mais caro pela bebida

O tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros atingiu em cheio o café, responsável por um terço do consumo americano.

Segundo dados oficiais, as exportações brasileiras de café para os EUA caíram 47% em volume e 31,5% em valor no último mês.

A receita total somou US$ 113,8 milhões, uma das mais baixas dos últimos anos.

Enquanto isso, os americanos passaram a pagar mais caro pelo cafezinho diário. Em agosto, primeiro mês da tarifa, os preços subiram 3,6% nove vezes mais que a inflação geral do país.

Na comparação anual, a alta chega a 20,9%, segundo o Escritório de Estatísticas do Trabalho dos EUA.

Trump e Lula reabrem diálogo econômico

Na conversa telefônica de 30 minutos, Trump e Lula discutiram medidas para reequilibrar o comércio bilateral e negociar o fim das sanções americanas contra produtos e autoridades brasileiras.

O encontro marca um novo momento na relação entre os dois países, que vinham trocando farpas desde a imposição das tarifas.

De acordo com fontes do governo brasileiro, Trump afirmou que “gostou da conversa” e designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para conduzir as negociações com o vice-presidente Geraldo Alckmin e os ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Fernando Haddad (Fazenda).

Lula, por sua vez, reforçou o convite para que Trump participe da COP30, em Belém, e propôs um encontro presencial na Cúpula da ASEAN, na Malásia.

O impacto do café nas relações comerciais

O Brasil é o maior exportador de café do mundo, e os Estados Unidos são seu principal comprador. A bebida não é cultivada em larga escala no território americano, devido ao clima, e depende da importação de países tropicais.

Apenas pequenas áreas no Havaí, Porto Rico e sul da Califórnia produzem o grão, o que é insuficiente para atender à demanda interna de 450 milhões de xícaras por dia.

A escassez causada pelas tarifas tem provocado pressão política e econômica nos EUA, já que o café é item essencial na rotina de dois terços da população adulta americana.

O consumo da bebida cresceu 7% desde 2020, e o de cafés gourmet subiu 18%, segundo a Associação Nacional de Café dos EUA.

Exportações despencam e balança comercial piora

Com o bloqueio tarifário, o comércio bilateral entre Brasil e EUA virou deficitário para o lado brasileiro.

Em setembro, as exportações totais para os americanos caíram 20,3%, enquanto as importações cresceram 14,3%. O resultado foi um déficit de US$ 1,77 bilhão, o maior em anos.

A queda nas vendas de café, etanol e automóveis foi determinante para o recuo.

Ao mesmo tempo, Washington aumentou a compra de bens industriais e tecnológicos, ampliando a dependência brasileira de produtos de alto valor agregado.

O superávit comercial global do Brasil caiu 41% no mês, para apenas US$ 3 bilhões.

A estratégia política por trás da tarifa

Analistas avaliam que o tarifaço de 50% faz parte da estratégia de Trump para proteger produtores americanos e pressionar países emergentes em setores estratégicos.

No caso do Brasil, o republicano busca abrir acesso a minerais críticos, como lítio e terras-raras, essenciais para a indústria tecnológica e militar dos EUA.

Fontes diplomáticas afirmam que Trump pode usar a redução da tarifa sobre o café brasileiro como moeda de troca em futuras negociações sobre recursos naturais e propriedade intelectual.

O gesto de admitir publicamente que os EUA “sentem falta” do café do Brasil é visto como sinal de abertura para um acordo comercial mais amplo.

O simbolismo do café na relação Brasil–EUA

O café brasileiro sempre teve peso político nas relações com Washington. Desde o pós-guerra, o produto ajudou a consolidar laços comerciais e culturais entre os dois países.

A atual crise, provocada pelo aumento tarifário, reacende um debate histórico sobre dependência, soberania e competitividade agrícola.

Especialistas destacam que o episódio pode fortalecer a posição do Brasil nas próximas rodadas de negociação, especialmente se Lula conseguir alinhar o discurso de defesa da indústria nacional com a necessidade de estabilidade comercial para o agronegócio.

A nova diplomacia do cafezinho

Ao comentar o telefonema em tom bem-humorado, Trump disse que “pelo menos a ONU serviu para alguma coisa”, referindo-se ao breve encontro entre os dois durante a Assembleia Geral das Nações Unidas.

Lula respondeu que o diálogo foi uma “oportunidade para restaurar relações amistosas de 201 anos entre as maiores democracias do Ocidente”.

O “cafezinho diplomático” pode se transformar em símbolo de uma retomada mais pragmática entre os governos.

Segundo interlocutores de ambos os lados, as conversas avançam para a criação de um acordo de livre comércio setorial que inclua bebidas, biocombustíveis e produtos agrícolas.

O café brasileiro virou mais que uma commodity: tornou-se um termômetro da política externa e do impacto direto do tarifaço de 50% sobre o bolso americano.

E você, acha que Trump deve reduzir as tarifas para aliviar o preço do café ou que o Brasil precisa reagir com medidas equivalentes? Deixe sua opinião nos comentários, queremos saber como você vê o futuro dessa disputa que começou com um simples cafezinho.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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