Trump ataca Índia após visita de Modi à China: chama relação comercial de “desastre unilateral” e diz que país deveria ter zerado tarifas anos atrás
De acordo com o jornal CNBC, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a atacar a Índia ao classificar a relação comercial EUA–Índia como um “desastre unilateral”. A crítica foi publicada em sua rede Truth Social em 1º de setembro, no mesmo dia em que o primeiro-ministro indiano Narendra Modi retornava de uma viagem à China, onde participou da cúpula da Organização de Cooperação de Xangai (OCX), bloco que inclui Rússia, China e outras potências regionais.
Trump afirmou que Nova Délhi teria se oferecido para zerar tarifas de importação, mas que a medida chegava “tarde demais”. A fala reforça a estratégia do presidente norte-americano de usar redes sociais para lançar ataques diretos, muitas vezes sem detalhar prazos ou contextos, mas capazes de gerar impacto geopolítico imediato.
O que está por trás da declaração?
Nos últimos anos, a Índia ampliou sua influência global. O país já superou o Japão em PIB nominal e se tornou peça-chave para empresas que buscam reduzir a dependência da China, como a Apple, que transferiu parte da produção de iPhones para território indiano. Essa ascensão incomoda Washington, que vê Nova Délhi ao mesmo tempo como aliado estratégico contra Pequim e como competidor direto.
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Para Trump, o desconforto é ainda maior. Ele sempre defendeu que fábricas saíssem da China, mas migrassem para os EUA — não para economias emergentes como a Índia. A aproximação de Modi com Rússia e China no âmbito da OCX adiciona pressão política, deixando clara a busca da Índia por maior autonomia nas alianças internacionais.
O que significa para a relação comercial EUA–Índia?
A fala de Trump abre espaço para novas incertezas. A relação comercial EUA–Índia é marcada por tarifas, disputas em serviços digitais e negociações sobre acesso ao mercado agrícola e tecnológico. Embora os dois países mantenham laços estratégicos em defesa e tecnologia, a retórica agressiva aumenta as dúvidas sobre o futuro dessa parceria.
Além disso, o gesto indiano de dialogar com Rússia e China em fóruns multilaterais pode enfraquecer a posição dos EUA como parceiro exclusivo. Isso transforma a relação comercial EUA–Índia em um campo de disputa geopolítica mais amplo, onde cada movimento repercute diretamente nos mercados e nas negociações diplomáticas.
A crítica de Trump à relação comercial EUA–Índia mostra como a política externa norte-americana continua marcada por choques verbais e imprevisibilidade. Enquanto Modi reforça o protagonismo da Índia em fóruns internacionais, os EUA tentam evitar que um parceiro estratégico se torne um concorrente de peso em alianças globais.
Você acredita que a Índia deve manter proximidade com China e Rússia mesmo correndo risco de atrito com os EUA? Ou seria mais vantajoso fortalecer apenas a relação comercial EUA–Índia? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir diferentes pontos de vista sobre esse embate geopolítico.