Donald Trump propôs que aliados do G7 e da Otan apliquem tarifas pesadas sobre produtos chineses para pressionar Pequim a reduzir a compra de petróleo da Rússia, em meio à guerra da Ucrânia.
A disputa comercial entre Estados Unidos e China ganhou um novo capítulo após o presidente americano Donald Trump ameaçar impor tarifas que variam de 50% a 100% sobre produtos chineses. A medida foi apresentada como forma de retaliação à compra de petróleo russo por Pequim, que se consolidou como principal mercado de escoamento para Moscou desde o início da guerra na Ucrânia.
Segundo o G1, a proposta foi levada a aliados do G7 e da Otan e tem caráter temporário, mas pode desencadear uma guerra comercial de grandes proporções.
Por que as tarifas foram propostas
A lógica de Trump é clara: pressionar a Rússia por meio da China, seu parceiro estratégico mais importante.
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O presidente americano afirmou que “a China tem forte controle sobre a Rússia” e que tarifas dessa magnitude poderiam “romper esse domínio”, reduzindo a capacidade do Kremlin de financiar o conflito.
Atualmente, 17,5% do petróleo importado pela China vem da Rússia, consolidando um elo que sustenta financeiramente Moscou mesmo sob sanções ocidentais.
Especialistas lembram que, embora as tarifas possam aumentar a pressão econômica, elas também podem elevar preços de bens de consumo, eletrônicos e insumos industriais em todo o mundo, já que a China domina cadeias de suprimentos globais.
Reação imediata de Pequim
A resposta chinesa veio em tom duro.
O Ministério do Comércio da China classificou a proposta como “intimidação unilateral e coerção econômica”, pedindo que os EUA adotem diálogo em vez de ameaças.
Autoridades de Pequim acusaram Washington de usar a política comercial como arma geopolítica, reforçando a percepção de que a disputa vai além da economia e envolve questões estratégicas de poder global.
Conflitos paralelos e desconfiança tecnológica
O embate tarifário ocorre em meio a negociações bilaterais em Madri, onde os dois países discutem não apenas tarifas, mas também exportações de tecnologia e o futuro do TikTok, aplicativo controlado pela chinesa ByteDance, pressionada a se desfazer de operações nos EUA.
Paralelamente, a China abriu investigação antimonopólio contra a americana Nvidia, reforçando o clima de desconfiança e disputa em setores estratégicos como semicondutores.
Esse cenário mostra que as tarifas propostas por Trump não são um episódio isolado, mas parte de uma escalada que envolve energia, tecnologia e influência política.
Impacto no comércio global
Caso as tarifas de até 100% sejam implementadas, o efeito pode ser imediato sobre o fluxo de comércio.
Produtos chineses básicos, como roupas, eletrônicos e componentes industriais, ficariam muito mais caros nos EUA, pressionando a inflação e atingindo diretamente consumidores americanos.
Do lado chinês, a retaliação poderia incluir tarifas recíprocas, restrições a empresas americanas e reforço de alianças com países emergentes, redesenhando rotas comerciais.
O risco é que a iniciativa de Trump, que mira o petróleo russo, acabe criando um choque global de preços e um novo ciclo de desglobalização, com cadeias produtivas ainda mais fragmentadas.
Você acredita que tarifas tão altas contra a China podem realmente enfraquecer a Rússia ou apenas ampliar a crise no comércio mundial? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir sua visão sobre os impactos dessa disputa.