Com resultados expressivos, o programa Da Terra à Mesa amplia investimentos e fortalece a transição agroecológica no Brasil, integrando cooperativas, capacitação e produção sustentável em todas as regiões
A transição agroecológica no Brasil ganha força com os resultados da primeira edição do programa Da Terra à Mesa, uma iniciativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) que vem transformando o cenário da produção de alimentos sustentáveis no país, segundo uma matéria publicada.
Em apenas um ano, a ação coordenada pela Secretaria de Agricultura Familiar e Agroecologia consolidou avanços concretos em todos os biomas, envolvendo milhares de famílias, técnicos e organizações que atuam pela produção limpa e pela valorização da agricultura familiar.
Durante o 1º Seminário de Monitoramento, realizado em Juazeiro (BA) durante o 13º Congresso Brasileiro de Agroecologia, representantes do governo e de entidades da sociedade civil apresentaram resultados que destacam o impacto direto da política pública na estruturação produtiva e na promoção de práticas agroecológicas.
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O programa combina capacitação, assessoria técnica e investimentos em equipamentos que chegam diretamente às comunidades rurais, promovendo inclusão social e desenvolvimento territorial sustentável.
Agricultura familiar e cooperativismo na expansão da agroecologia
A estratégia de fortalecimento da agricultura familiar e cooperativismo agroecológico é um dos pilares do Da Terra à Mesa.
Atualmente, dez organizações da sociedade civil executam projetos em mais de 15 estados, alcançando cerca de 8 mil famílias agricultoras distribuídas em mais de 100 municípios brasileiros.
Os dados mostram a relevância social do programa: 60% dos participantes são mulheres e 30% são jovens, que encontram na agroecologia uma alternativa econômica e ambiental sustentável.
O secretário de Agricultura Familiar e Agroecologia, Vanderley Ziger, destacou que os recursos são aplicados de forma direta nas organizações, garantindo eficiência e transparência.
Cada ação gera resultados concretos, como a entrega de motocultivadores, ensiladeiras e sistemas de irrigação, fortalecendo a autonomia produtiva.
Mais de 1.600 técnicos e agentes de transição agroecológica no Brasil foram formados, ampliando o alcance territorial da assistência técnica rural.
Entre os exemplos práticos, a OSC Chapada acompanha mil famílias agricultoras, 58% lideradas por mulheres, e apoia 300 unidades de referência que recebem insumos produtivos e tecnologias sociais como biodigestores, sistemas solares e quintais agroecológicos.
Esses resultados reforçam o papel da agroecologia como motor de inovação e de inclusão econômica no campo.
Políticas públicas e inovação tecnológica no campo sustentável
O fortalecimento das políticas públicas de produção sustentável e inovação rural é um diferencial que tem garantido a expansão do programa.
O Da Terra à Mesa integra saberes tradicionais com tecnologias modernas, estimulando práticas de manejo ecológico do solo e conservação da biodiversidade.
Entre as entidades contempladas, destaca-se a Rede Arca de Agroecologia e Segurança Alimentar do Cerrado (ARCA/GO), que estruturou unidades familiares em 14 territórios agroecológicos, beneficiando 1.566 famílias com equipamentos como 102 motocultivadores, 470 kits de bioinsumos e 200 bombas solares.
No Nordeste, o Serviço de Tecnologia Alternativa (SERTA/PE) entregou mais de 700 equipamentos a 1.843 agricultores e agricultoras, com foco na juventude rural.
Já o Centro Vianei de Educação Popular (SC) realizou 156 cadastros de unidades familiares, distribuiu máquinas agrícolas e quatro mil mudas de árvores nativas, além de formar 436 pessoas em boas práticas agroecológicas.
Essas ações exemplificam como a transição agroecológica no Brasil está associada à inovação tecnológica, à sustentabilidade ambiental e à segurança alimentar, articulando políticas públicas de fomento direto com a autonomia das comunidades produtoras.
Fomento financeiro e expansão territorial da agroecologia brasileira
A ampliação do fomento financeiro e inclusão produtiva sustentável representa o novo estágio da política pública.
Com base nos resultados da primeira edição, o MDA anunciou, em 2025, o lançamento de uma nova etapa do Da Terra à Mesa.
O número de entidades participantes cresceu de 10 para 45, com investimento total de R$ 160 milhões, um aumento superior a 300% em relação à fase anterior.
O objetivo é ampliar a presença territorial da agroecologia e fortalecer as redes locais de abastecimento e segurança alimentar.
A Associação Mineira das Escolas Famílias Agrícolas (AMEFA), por exemplo, distribuiu 80 mil mudas frutíferas e 325 kits de irrigação a 14 organizações, beneficiando 1.083 agricultores.
A União Nacional das Cooperativas de Agricultura Familiar e Economia Solidária (Unicafes Nacional) implantou 23 unidades de produção de bioinsumos, 20 empórios e entregou 22 motocultivadores, fortalecendo o cooperativismo e a sustentabilidade econômica das famílias envolvidas.
Essas entregas evidenciam a dimensão do impacto social e ambiental gerado pela transição agroecológica no Brasil, que conecta políticas de fomento direto à inovação e ao protagonismo das comunidades rurais.
O Instituto Acariquara, com atuação no Amazonas e em Roraima, também integra essa expansão, beneficiando 40 organizações e 1.600 produtores com capacitações e distribuição de ferramentas agrícolas adaptadas à realidade amazônica.
Com resultados mensuráveis, o programa Da Terra à Mesa simboliza um novo modelo de política pública no campo brasileiro, descentralizado, participativo e ambientalmente responsável.
A ação do MDA reforça o compromisso com quem produz alimentos saudáveis, gera renda local e contribui para a conservação dos ecossistemas.
A cada nova etapa, o país dá mais um passo firme rumo à consolidação da transição agroecológica no Brasil, que une conhecimento técnico, diversidade cultural e sustentabilidade econômica.



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