O novo salário mínimo de R$ 1.518 começou a ser pago em fevereiro, refletindo ganho real sobre a inflação. A atualização também reajusta aposentadorias e benefícios sociais, mas traz impacto direto nas contas públicas e no planejamento fiscal.
O novo salário mínimo de R$ 1.518 começou a aparecer nos contracheques de fevereiro, referente ao trabalho de janeiro, e garantiu aumento real em relação à inflação acumulada.
O reajuste, previsto em lei, também atualiza o piso de aposentadorias e benefícios atrelados ao mínimo, como o BPC e o abono salarial, o que gera impacto direto nas despesas públicas.
Pagamento ocorre no mês seguinte ao trabalho
Embora o novo valor esteja em vigor desde 1º de janeiro, a maioria dos trabalhadores recebeu o reajuste apenas em fevereiro.
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Isso ocorre porque os salários costumam ser pagos no mês seguinte ao período trabalhado.
Assim, o crédito com o novo valor apareceu apenas no contracheque de fevereiro, sem alteração na rotina de pagamentos.
Cálculo do reajuste e composição do novo valor
A política permanente de valorização do salário mínimo combina reposição da inflação medida pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) e ganho real vinculado ao crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes.
Com base nessa metodologia, o piso nacional passou de R$ 1.412 para R$ 1.518, um acréscimo de R$ 106, o que representa aumento de 7,5% sobre o valor anterior.
Projeções e ajustes durante o processo orçamentário
Durante a elaboração do Orçamento, o governo apresentou projeções preliminares que variaram conforme as estimativas do INPC e do PIB.
Em diferentes momentos, as simulações apontaram valores próximos de R$ 1.502 ou superiores, dependendo das atualizações dos índices econômicos.
Após o fechamento oficial dos dados, o piso foi fixado em R$ 1.518 para 2025, conforme a lei sancionada no fim do ano anterior.
Efeito do novo arcabouço fiscal
A aprovação do arcabouço fiscal em 2024 estabeleceu limites para o crescimento real das despesas federais, que podem variar entre 0,6% e 2,5% ao ano.
De acordo com o Ministério da Fazenda, essa regra não modifica a fórmula de reajuste do salário mínimo, mas influencia o espaço orçamentário disponível para acomodar despesas obrigatórias.
Técnicos da área econômica explicam que, embora o arcabouço não imponha teto direto ao mínimo, o aumento do piso amplia gastos automáticos, como os do INSS, exigindo planejamento para evitar desequilíbrios nas contas públicas.
Reflexo nos benefícios previdenciários e assistenciais
O novo salário mínimo serve como referência para aposentadorias e pensões do INSS, além de benefícios como o BPC (Benefício de Prestação Continuada) e o abono salarial.
Desde janeiro, nenhum benefício pode ser inferior a R$ 1.518.
Já os pagamentos acima de um salário mínimo foram reajustados em 4,77%, índice correspondente à variação do INPC em 2024, conforme portaria interministerial publicada pelo governo federal.
Motivo da escolha dos indicadores INPC e PIB
O uso do INPC é justificado por representar a inflação das famílias com renda de 1 a 5 salários mínimos, segundo o IBGE.
Especialistas em política econômica afirmam que esse índice reflete com mais precisão o custo de vida de trabalhadores de baixa renda.
Já o PIB de dois anos antes é utilizado para medir o crescimento econômico e calcular o ganho real, conectando o reajuste à evolução da atividade produtiva.
O objetivo, segundo o Ministério do Trabalho, é equilibrar valorização da renda com sustentabilidade fiscal.
Diferença entre o piso nacional e reajustes de outras categorias
O salário mínimo nacional estabelece o valor mínimo legal que um trabalhador pode receber, mas não substitui acordos coletivos ou planos de carreira.
Setores públicos e privados podem definir pisos superiores em negociações próprias.
No funcionalismo federal, as revisões salariais seguem regras específicas e não têm relação direta com o reajuste do mínimo.
Efeitos sobre consumo e mercado de trabalho
De acordo com economistas consultados, a elevação do piso tende a beneficiar famílias de baixa renda, que destinam a maior parte de sua renda ao consumo básico.
O aumento também pode estimular o comércio local e alguns setores de serviços.
Por outro lado, analistas observam que o reajuste pressiona custos de empregadores e amplia o volume de gastos obrigatórios do governo, exigindo atenção à gestão fiscal para evitar desequilíbrios.
Pontos de atenção para os próximos meses
Nos próximos meses, especialistas recomendam atenção a três fatores:
a aplicação correta do novo piso nas folhas de pagamento, especialmente em vínculos domésticos e intermitentes;
a atualização automática dos benefícios previdenciários e assistenciais;
e o monitoramento do impacto fiscal do reajuste dentro das metas do arcabouço.
Esses aspectos serão determinantes para avaliar o equilíbrio entre valorização da renda e responsabilidade orçamentária ao longo de 2025.
O que muda para o trabalhador
Com o valor de R$ 1.518 em vigor desde janeiro, o salário mínimo garante aumento real sobre a inflação do período, conforme o INPC.
A fórmula que combina INPC e PIB de dois anos antes foi aplicada integralmente, enquanto o arcabouço fiscal atua apenas como limite global para as despesas da União.
Benefícios do INSS que equivalem a um salário mínimo foram reajustados junto com o piso, e os demais valores seguiram a variação do INPC.



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