Toyota encerra produção histórica em Indaiatuba e inicia novo ciclo no Brasil, investindo em veículos híbridos e na expansão da fábrica de Sorocaba. Reestruturação marca avanço estratégico da montadora japonesa no país.
A Toyota anunciou que encerrará definitivamente as atividades da fábrica de Indaiatuba, no interior de São Paulo, no segundo semestre de 2026, após 27 anos de operação e produção ininterrupta do Corolla sedã.
A unidade, inaugurada em setembro de 1998, representou um marco para a montadora japonesa no Brasil, consolidando-se como referência no segmento automotivo nacional e sendo responsável por mais de um milhão de unidades do modelo ao longo de sua trajetória.
Agora, a companhia inicia um novo ciclo, transferindo a produção do Corolla para Sorocaba e apostando em modelos inéditos para ampliar sua presença no mercado brasileiro.
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Fábrica de Indaiatuba encerra operações após quase três décadas
A decisão de desativar a fábrica de Indaiatuba faz parte do plano de investimentos de R$ 11 bilhões até 2030, anunciado pela Toyota em março de 2024.
Esse aporte será destinado à modernização e expansão da planta de Sorocaba, também localizada no interior paulista, que atualmente já responde pela fabricação do Corolla Cross, Yaris hatch e Etios — esses dois últimos destinados exclusivamente à exportação desde que saíram de linha no Brasil.
A companhia destaca que concentrar a produção em Sorocaba é uma estratégia para otimizar recursos, elevar a eficiência industrial e acompanhar a evolução tecnológica do setor.
Toyota investe em novos modelos híbridos e eletrificados
Entre as novidades previstas para este novo ciclo, destaca-se o lançamento do Yaris Cross, agendado para outubro de 2025.
O utilitário esportivo compacto chega como o terceiro modelo híbrido flex da marca, seguindo a tendência de eletrificação que se intensifica no Brasil.
Construído sobre a plataforma DNGA, uma evolução da arquitetura global da Toyota, o Yaris Cross terá opções com motores a combustão e híbrido, aproximando-se em dimensões do Hyundai Creta, um dos líderes de vendas do segmento.
Segundo a montadora, o novo SUV vai reforçar a competitividade da Toyota no mercado nacional ao lado do Corolla Cross.
A estratégia inclui ainda a chegada da van Hiace, um veículo inédito para o público brasileiro, equipado com o motor da picape Hilux e importado da Argentina.
Este lançamento visa atender tanto ao transporte de passageiros quanto ao segmento de cargas leves, ampliando o portfólio da empresa e mirando novos nichos de mercado.
O planejamento contempla também o Corolla GLI Hybrid, uma versão de entrada do sedã híbrido flex, que chega para ocupar o espaço deixado pelo Yaris sedã, descontinuado recentemente no Brasil.
Trabalhadores de Indaiatuba terão oportunidade de transferência
Durante o processo de transição, a Toyota garantiu que todos os 1.500 funcionários atualmente lotados em Indaiatuba terão a possibilidade de transferência para a planta de Sorocaba, preservando postos de trabalho e assegurando estabilidade à força de trabalho.
Além disso, a empresa prevê a abertura de mais 500 vagas, resultado da ampliação do complexo industrial para comportar a produção de novos modelos.
A transferência das operações será realizada de forma gradativa, com início previsto para o segundo semestre de 2025 e conclusão até o fim de 2026.
A ampliação de Sorocaba implica investimentos em novas linhas de montagem, tecnologia e qualificação de colaboradores.
Segundo comunicado oficial, o objetivo é garantir que a unidade esteja apta a produzir a nova geração do Corolla sedã, cuja estreia nacional está prevista para coincidir com a migração da produção.
A escolha pela centralização no interior paulista reflete, conforme a Toyota, uma busca por maior competitividade diante dos desafios do mercado automotivo brasileiro e mundial, marcado por transformações tecnológicas e exigências ambientais cada vez mais rígidas.
Fechamento segue estratégia global da Toyota
Vale destacar que o encerramento das atividades em Indaiatuba marca o fim de uma era para a Toyota no Brasil, mas não é a primeira fábrica a ser desativada no país.
Em dezembro de 2023, a montadora já havia fechado a unidade de São Bernardo do Campo, localizada na região do ABC paulista.
Esta planta, inaugurada em 1962, foi a primeira da marca fora do Japão e produziu veículos icônicos como o Toyota Bandeirante por quatro décadas, além de abrigar a sede administrativa nacional.
O fechamento da unidade do ABC ocorreu após a companhia reestruturar suas operações locais, mantendo o foco em eficiência produtiva e inovação.
Chupa essa manga! Quando os políticos pensarem no povo, o povo será servido. Vocês acham que a Toyota não negociou esses anos todos? É a mesma coisa que está acontecendo com o tarifaço, era melhor ter ficado calado.
“concentrar a produção em Sorocaba é uma estratégia para otimizar recursos, elevar a eficiência industrial e acompanhar a evolução tecnológica do setor”
Bem explicado
Qual a diferença dessas fábricas serem montadas nesses anos todos e mudar para outra cidade no mesmo estado e sendo em São Paulo. Difícil pra quem tem residência nesta cidade e ter que sair, mudar ou se deslocar. Sinceridade, eu não concordo, se vão vender os carros que vão ser fabricados para serem vendidos no mesmo país?
Realmente vc nunca vai concordar. O motivo é incentivo da cidade e lucro pra empresa. Eles não se importam com quem mora na outra cidade.
Provavelmente terminam os incentivos fiscais, daí pulam fora, mais barato investir do que pagar. Minha opinião.