Toyota prepara um SUV cupê híbrido flex com até 223 cv e autonomia elétrica de 86 km, desenvolvido sob o projeto 913D. Modelo usará a base TNGA-C e será produzido em Sorocaba, com previsão de estreia para 2028.
A Toyota prepara um terceiro utilitário nacional com carroceria cupê, desenvolvimento interno sob o Projeto 913D, e previsão de estreia por volta de 2028.
O modelo usará a arquitetura TNGA-C, mesma base de Corolla e Corolla Cross, e deverá estrear com duas soluções híbridas, incluindo uma opção plug-in flex inspirada no conjunto do Prius, com potência combinada de até 223 cv e possibilidade de rodar até 86 km apenas no modo elétrico, de acordo com parâmetros já vistos no exterior.
A novidade se soma ao redesenho do cronograma industrial da marca no país após o atraso do Yaris Cross, reprogramado em decorrência dos estragos causados pelo vendaval que atingiu a fábrica de motores de Porto Feliz.
-
‘Substituto do Corsa’ chegará com autonomia de 410 km, porta padrão Tesla de Elon Musk, motor X76 e direção Super Cruise; conheça o Novo Chevrolet Bolt 2027
-
Fiat Fastback Limited Edition 2026: vale o investimento no SUV com motor 1.3 turbo?
-
BYD agora tem o carro elétrico mais barato do Brasil: Dolphin Mini estreia versão acessível para taxistas e PCD e se torna o modelo mais barato entre os elétricos
-
5 carros que nasceram em uma marca, mas foram vendidos por outra no Brasil — e quase ninguém percebeu
Plataforma TNGA-C e dimensões do SUV cupê
O SUV cupê nascerá da plataforma TNGA-C, estratégia que facilita o compartilhamento de componentes com produtos atuais e reduz custos de desenvolvimento.
Para preservar o espaço interno, o entre-eixos ficará em 2,70 m, medida idêntica à do sedã e do SUV já em linha.
O comprimento deve se aproximar de 4,60 m, também no patamar do Corolla.
Com isso, a proposta é ocupar um degrau acima do Corolla Cross em apelo de design e conteúdo, sem substituí-lo.
Em termos de mercado, a missão é reforçar a gama com um formato de carroceria de maior apelo comercial, mirando especialmente rivais com silhueta “fastback”.
Duas versões híbridas: flex e plug-in flex
A oferta mecânica será integralmente eletrificada.
Nas versões de acesso, a Toyota manterá o sistema híbrido flex já conhecido no Brasil, que combina motor 1.8 a combustão adaptado para etanol e gasolina a um motor elétrico, com potência conjunta na casa de 122 cv.
A calibragem seguirá o foco em eficiência, com funcionamento predominante do motor elétrico em uso urbano e prioridade para consumo reduzido.
O destaque técnico ficará com o híbrido plug-in flex (PHEV) destinado aos acabamentos de topo.
A engenharia trabalha na adaptação do conjunto visto no novo Prius, que, em sua configuração internacional, combina um motor 2.0 a gasolina de 152 cv e 19,4 m·kgf a um motor elétrico de 163 cv e 21,2 m·kgf, resultando em 223 cv de potência combinada.
No Prius, o pacote de baterias de íons de lítio tem 13,6 kWh e viabiliza cerca de 86 km de autonomia elétrica no ciclo WLTP.
Para o Brasil, a proposta é adequar o sistema ao uso de etanol, o que tende a favorecer tanto desempenho quanto emissões na realidade local.
Detalhes finos de potência e autonomia do futuro SUV dependerão da calibração final e do tamanho efetivo do conjunto de baterias escolhido para a versão nacional.
Projeto 913D e cronograma de lançamento
Informações de bastidores apontam a estreia para 2028, janela escolhida para evitar sobreposições com o Yaris Cross e com a nova picape monobloco.
O desenvolvimento segue em paralelo aos esforços de estabilização industrial após o episódio climático de setembro, quando ventos e chuvas intensas danificaram de forma significativa a unidade de Porto Feliz, responsável por motores.
Em consequência, o lançamento do Yaris Cross foi reprogramado e os complexos de Sorocaba e Indaiatuba definiram um plano de retomada gradual de produção com uso de motores importados até a normalização do parque fabril.
Produção concentrada em Sorocaba
A fabricação do SUV cupê está prevista para Sorocaba (SP), polo que recebe investimentos e expansão para absorver novos modelos da família TNGA-C.
O Corolla produzido em Indaiatuba (SP) tem transferência planejada para Sorocaba no bojo do processo de encerramento da planta do sedã, anunciado pela empresa e em fase de transição.
Enquanto isso, seguindo o plano industrial mais recente, as duas fábricas de veículos no estado trabalham em retomada e ajuste de cadência, com ênfase inicial na produção dos híbridos Corolla e Corolla Cross, à medida que se viabiliza o fornecimento de motores até a plena recuperação de Porto Feliz.
Equipamentos e diferenciais do novo SUV
Embora o projeto ainda esteja em desenvolvimento, a estratégia de conteúdo deve refletir a ambição do modelo.
Espera-se painel com quadro de instrumentos digital, central multimídia de última geração, pacote amplo de assistências de condução e acabamento alinhado ao posicionamento acima do Corolla Cross.
O desenho de teto descendente e a traseira mais pronunciada comporão o visual cupê, recurso usado para diferenciar a novidade dentro da linha e aproximá-la de concorrentes que apostam na silhueta fastback.
Yaris Cross adiado e impacto na linha
O cronograma do Yaris Cross, reposicionado para a linha 2026, foi afetado pelo impacto do vendaval em Porto Feliz.
A Toyota comunicou férias emergenciais e layoff temporário para equipes, com previsão de retorno parcial das linhas de Sorocaba e Indaiatuba e uso de componentes importados enquanto se conclui o diagnóstico e a recuperação da planta de motores.
Esse rearranjo preserva o lançamento do SUV cupê para uma fase posterior, reduzindo o risco de canibalização e equilibrando lançamentos em um cenário de oferta restrita.
Picape monobloco chega antes do SUV cupê
Entre as novidades, a marca prepara uma picape monobloco posicionada abaixo da Hilux, com porte semelhante ao de Fiat Toro e Chevrolet Montana.
A tendência é adotar a mesma base TNGA dos utilitários atuais, priorizando versões híbridas e soluções de eficiência.
O lançamento é previsto para 2027, criando um intervalo estratégico até a chegada do SUV cupê do Projeto 913D.
O produto atuará como opção intermediária no portfólio, mirando usuários urbanos e mistos, com foco em consumo, conforto e carga útil compatível com a proposta de unibody.
O que ainda não foi confirmado pela Toyota
Alguns pontos seguem em sigilo ou aguardam definição interna.
Nome comercial, níveis de acabamento, dados oficiais de capacidade de bateria e autonomia elétrica para o PHEV nacional, além de prazos exatos de início de produção e chegada às lojas, só serão divulgados quando a engenharia concluir a calibração para etanol e o planejamento industrial confirmar cadeias de suprimento.
Até lá, as referências técnicas do Prius servem de baliza para entender a ambição de desempenho e eficiência do SUV cupê, sem que isso signifique reprodução literal do conjunto.
Com o fortalecimento dos híbridos e a expansão de Sorocaba, o novo SUV cupê pode se tornar o modelo mais tecnológico da Toyota feito no país.
Que outros recursos você considera essenciais para que ele dispute espaço com rivais chineses e nacionais?