Com investimento bilionário e foco em energia limpa, projeto no Ceará pretende abrigar o maior data center sustentável da América Latina e atender gigantes globais da tecnologia.
O estado do Ceará foi escolhido para sediar um megaprojeto de data center que pretende posicionar o Brasil entre os principais polos de infraestrutura digital da América Latina.
A Omnia, plataforma de data centers do Pátria Investimentos, anunciou a construção do Data Center Pecém, empreendimento que usará energia 100% renovável e terá capacidade inicial de 200 MW de TI.
As obras devem começar em 2025, com início das operações previsto para o segundo semestre de 2027.
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O investimento faz parte de um plano estimado em R$ 50 bilhões, com o TikTok apontado por fontes de mercado como potencial cliente exclusivo, embora nem a empresa nem o Pátria confirmem oficialmente a informação.
Data center no Pecém com foco em energia limpa e inteligência artificial
O projeto será instalado no Complexo do Pecém, a cerca de 40 quilômetros de Fortaleza, e contará com conexão direta aos cabos submarinos internacionais que chegam ao litoral cearense.
A infraestrutura foi desenhada para atender grandes empresas globais de tecnologia, especialmente em serviços de nuvem e inteligência artificial.
Segundo a Omnia, toda a operação usará energia proveniente de novos parques eólicos da Casa dos Ventos, construídos especificamente para o projeto.
A companhia afirma que o modelo permitirá reduzir custos operacionais e garantir previsibilidade de fornecimento dentro de padrões de sustentabilidade exigidos pelo mercado de tecnologia.
Estrutura e cronograma do investimento
O investimento direto da Omnia na primeira fase do projeto será de até US$ 2 bilhões, valor que cobre a construção do campus, sistemas elétricos, prédios técnicos e equipamentos de resfriamento.
O investimento total ao longo do ciclo completo, incluindo equipamentos de TI, deve alcançar R$ 50 bilhões.
De acordo com a empresa, o projeto já recebeu autorização do Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) para operar como data center exportador de serviços, o que permite contratos internacionais com regime tributário diferenciado.
A expectativa é que as obras comecem ainda em 2025, após a conclusão da fase de licenciamento ambiental, e que a operação comercial seja iniciada em 2027.
Sustentabilidade e eficiência operacional
A Omnia informou que o Data Center Pecém será construído com sistema de refrigeração em ciclo fechado, tecnologia que reduz significativamente o consumo de água.
A empresa estima que o uso diário seja equivalente ao de cerca de 70 residências médias.

Toda a operação será abastecida por energia eólica de geração dedicada, fornecida pela Casa dos Ventos, o que deve garantir emissões líquidas próximas de zero em relação à matriz elétrica.
O projeto também prevê indicadores de eficiência energética compatíveis com padrões internacionais.
Declarações das empresas envolvidas
O CEO da Omnia e operating partner do Pátria Investimentos, Rodrigo Abreu, afirmou que o empreendimento representa “um compromisso com o desenvolvimento de infraestrutura sustentável, capaz de impulsionar o crescimento econômico, tecnológico e social no país”.
Abreu acrescentou que o projeto tem potencial para consolidar o Brasil “como participante relevante na economia digital global”, especialmente em áreas como computação em nuvem e inteligência artificial.
O diretor-executivo da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, declarou que a parceria é “pioneira no desenvolvimento de megacenters no Brasil” e que o país possui condições favoráveis para o setor, como matriz energética renovável, conectividade robusta e mão de obra qualificada.
Ceará se consolida como ponto estratégico
Segundo especialistas do setor, o Ceará vem se destacando como ponto de interconexão internacional devido à presença de cabos submarinos e infraestrutura portuária.
O Complexo do Pecém oferece área disponível para expansão e integração com a Zona de Processamento de Exportação (ZPE), o que reduz custos e amplia a competitividade.
Fontes ouvidas por agências internacionais avaliam que essa configuração torna o estado um hub natural para operações de alta capacidade de dados, como serviços de vídeo, computação em nuvem e inteligência artificial.
Geração de empregos e impacto regional
De acordo com a Omnia, o projeto deve gerar empregos diretos e indiretos durante a construção e a operação do campus.
Também estão previstos investimentos em capacitação profissional, pesquisa tecnológica e ações socioambientais em parceria com governos locais e instituições de ensino.
A expectativa é que o novo polo digital contribua para ampliar a conectividade regional e atrair investimentos estrangeiros, fortalecendo a economia do estado.
Expansão na América Latina
Com o lançamento da Omnia, o Pátria Investimentos volta ao setor de data centers após a venda da Odata, concluída em 2023.
A companhia informou que planeja expandir a atuação da nova plataforma de infraestrutura digital para outros países da América Latina, entre eles Chile, México e Colômbia.
Segundo o Pátria, a demanda crescente por serviços em nuvem, IA generativa e computação de borda motiva a ampliação regional, diante do avanço de empresas que buscam maior eficiência energética e segurança de dados.
Cliente ainda não confirmado oficialmente
Embora fontes do setor indiquem o TikTok como provável cliente único na fase inicial do projeto, as empresas envolvidas não confirmam a informação devido a cláusulas de confidencialidade.
Especialistas consultados afirmam que projetos de hiperescala sob medida, como o do Pecém, costumam seguir o modelo em que o operador constrói a infraestrutura e o cliente instala seus próprios equipamentos, o que explica a diferença entre o valor total estimado e o investimento inicial anunciado.
Potencial impacto para o ecossistema digital brasileiro
Segundo analistas de tecnologia, a instalação do Data Center Pecém pode aumentar a capacidade de armazenamento e processamento de dados no Brasil, reduzindo a dependência de infraestruturas estrangeiras.
A presença de um projeto desse porte também pode estimular novas rotas de interconexão e atrair provedores internacionais, reforçando a resiliência da rede e a competitividade digital do país.
Para o setor de tecnologia, o empreendimento pode representar um avanço estratégico na infraestrutura de IA e computação em nuvem da região.
O Ceará pode se tornar referência para futuros investimentos de alta densidade computacional.



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