Conheça o sistema da Estônia que revolucionou a saúde pública com prontuário digital e IA, eliminando filas em hospitais. Saiba por que essa tecnologia acessível ainda não foi implementada no Brasil
A saúde pública mundial vive um momento de transformação digital. A Estônia, pequena nação europeia, tornou-se referência ao implementar um sistema que eliminou filas em hospitais por meio de prontuário digital integrado e triagem feita por inteligência artificial (IA).
Essa tecnologia que elimina filas em hospitais já foi oferecida ao Brasil, mas não saiu do papel, devido à falta de investimento e à resistência burocrática. Este artigo explora como funciona o sistema da Estônia, os benefícios da digitalização total com prontuários integrados e IA na saúde pública, além dos desafios enfrentados pelo Brasil para implementar essa inovação.
O que é o prontuário digital no sistema da Estônia?
Na Estônia, o prontuário digital único é a espinha dorsal da digitalização da saúde pública. Todos os dados do paciente — histórico médico, resultados de exames, prescrições e tratamentos — ficam armazenados em uma plataforma segura, acessível a profissionais de saúde e ao próprio paciente.
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Esse sistema elimina a necessidade de papéis físicos e reduz erros causados por falta de informações completas. Médicos podem consultar o histórico do paciente instantaneamente, evitando prescrições inadequadas e exames repetidos.
Além disso, o prontuário digital facilita a integração entre diferentes níveis de atendimento — desde unidades básicas até hospitais especializados — promovendo continuidade e qualidade no tratamento.
IA na saúde pública: como a triagem inteligente elimina filas em hospitais
A inteligência artificial complementa o prontuário digital na Estônia. Por meio de aplicativos, o paciente relata seus sintomas e a IA realiza uma triagem automática. Esse sistema classifica a urgência do caso e recomenda o tipo de atendimento mais adequado: teleconsulta, atendimento em unidade básica ou hospitalar.
Assim, os casos mais graves são priorizados, e os menos urgentes não congestionam hospitais, reduzindo drasticamente as filas em hospitais e melhorando a experiência do paciente.
Estudos sobre o uso de inteligência artificial na saúde pública apontam que a triagem automatizada pode acelerar o atendimento e reduzir significativamente o tempo de espera para consultas, otimizando recursos e priorizando casos de maior gravidade.
Benefícios do prontuário digital e da IA na saúde pública para o Brasil
Adotar esse modelo traria diversos benefícios para o Brasil. Primeiramente, reduziria erros médicos causados por informações incompletas, melhorando a segurança do paciente. A triagem inteligente otimiza a distribuição dos pacientes, evitando sobrecarga em unidades de saúde e filas em hospitais.
Além disso, o acesso transparente ao prontuário digital engaja os pacientes no acompanhamento de seu tratamento, aumentando a confiança no sistema. Por fim, a economia gerada com menos burocracia, uso reduzido de papel e melhor gestão dos recursos públicos é um impacto positivo importante.
Sistema da Estônia: tecnologia que elimina filas em hospitais a baixo custo
Um dos pontos mais interessantes do sistema estoniano é o baixo custo de implementação. Estima-se que o investimento necessário gira em torno de US$ 15 por habitante, incluindo infraestrutura, segurança e capacitação.
Considerando os resultados obtidos — redução de filas em hospitais, melhora na qualidade do atendimento e economia para o sistema público — o custo-benefício é evidente. Essa proposta chegou ao Brasil, mas até o momento não avançou.
Por que o Brasil não adotou o prontuário digital integrado e IA na saúde pública?
Apesar da tecnologia disponível, o Brasil enfrenta desafios significativos para implementar um sistema similar.
Nos últimos anos, o Brasil tem investido em iniciativas para a digitalização da saúde pública, como a implementação de prontuário eletrônico e sistemas de telemedicina. No entanto, auditorias do Tribunal de Contas da União (TCU) indicam desafios na gestão desses recursos, apontando para a necessidade de maior controle e integração dos sistemas.
Esse modelo limita a eficácia do prontuário digital e impede o uso eficiente da IA para triagem e gestão.
Resistência burocrática no SUS dificulta implantação da tecnologia que elimina filas em hospitais
Além dos desafios financeiros, há uma forte resistência cultural e burocrática dentro do SUS. Estudos indicam que muitos profissionais da saúde ainda enfrentam desafios para adotar sistemas digitais integrados, devido a fatores como falta de treinamento adequado, preocupações com a segurança dos dados e resistência às mudanças nos processos de trabalho.
Essa resistência é um obstáculo importante para a modernização do atendimento e para eliminar filas em hospitais com o uso da tecnologia.
Casos internacionais comprovam os benefícios do prontuário digital e IA na saúde pública
Além da Estônia, outros países já colheram resultados positivos com a digitalização e a IA. Na Finlândia, a IA auxilia no monitoramento de doenças crônicas, prevenindo agravamentos e reduzindo internações.
A Coreia do Sul conta com sistemas digitais integrados que permitiram respostas rápidas durante a pandemia, com alertas em tempo real e gestão eficiente dos recursos hospitalares. No Reino Unido, o NHS digitalizou mais de 90% dos registros médicos, oferecendo agendamento online e consultas remotas, diminuindo o tempo de espera.
Esses casos reforçam a eficácia e a segurança da tecnologia para eliminar filas em hospitais e otimizar a saúde pública.
Como o Brasil pode avançar na implantação do prontuário digital e IA na saúde pública
Para avançar, o Brasil precisa estabelecer políticas públicas claras e investimentos contínuos em um sistema nacional integrado. A capacitação dos profissionais da saúde é essencial para garantir a adaptação e o uso adequado da tecnologia.
É fundamental também garantir segurança e transparência no tratamento dos dados dos pacientes para aumentar a confiança da população. Parcerias com o setor privado podem ajudar a acelerar o desenvolvimento das soluções, reduzindo custos e ampliando o alcance.
O papel da digitalização para eliminar filas em hospitais e modernizar a saúde pública brasileira
A digitalização total da saúde pública, com prontuário digital e IA, representa uma oportunidade única para o Brasil modernizar o SUS. O país possui capacidade técnica e financeira para implementar um sistema eficaz, como o da Estônia.
No entanto, superar barreiras burocráticas e falta de investimento direcionado é urgente para garantir um atendimento mais rápido, eficiente e humanizado. Investir nessa transformação digital é fundamental para garantir saúde de qualidade para milhões de brasileiros, eliminando filas em hospitais e melhorando a gestão pública.