Robô LumiBot combina tecnologia na agricultura com o uso de fotônica e inteligência artificial para detectar doenças precoces nas lavouras de soja e algodão, com economia, precisão e rigor
Logo nos primeiros segundos de vida de uma planta, a presença de nematoides pode comprometer toda a lavoura.
Para evitar perdas que somam bilhões de reais, pesquisadores da EMBRAPA criaram um robô que utiliza o poder da luz e algoritmos inteligentes para identificar doenças antes mesmo de aparecerem sintomas visíveis, segundo uma matéria publicada.
Essa inovação mostra como a tecnologia na agricultura pode transformar práticas antigas em operações precisas, econômicas e sustentáveis.
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A seguir, vamos detelhar como esse protótipo funciona, os resultados que já convencem e os desafios para levá-lo ao campo.
Robôs com luz detectam estresse biótico: uso de robôs na lavoura com fluorescência
O robô protótipo opera lançado dentro de estufas (casa de vegetação), iluminando folhas de soja e algodão enquanto fotografa (em apenas 7 segundos) com câmeras científicas RGB.
Ele aplica uma técnica chamada fluorescência induzida por LED (LIFI), que excita as moléculas nas folhas, como clorofila e metabólitos secundários, para emitir luz de volta.
Quando a planta está sob ataque de nematoides ou sofre estresses, essas emissões mudam de padrão. O LumiBot combina robótica, fotônica e algoritmos treinados para reconhecer essas variações.
A partir dessas imagens, já foram coletadas cerca de 7 mil fotografias em três anos de estudo. Com esses dados, foi possível treinar modelos com taxas de acerto superiores a 80 %, inclusive distinguindo estresse hídrico de infecções.
A precisão notável desse sistema mostra como integrar tecnologia na agricultura com automação pode antecipar intervenções e economizar recursos.
Ranking espacial e aplicação localizada: agricultura de precisão sustentável
Um dos grandes problemas atuais no controle de nematoides é o emprego indiscriminado de nematicidas no solo ou nas sementes antes do plantio, muitas vezes com eficiência variável.
Esses produtos são caros e potencialmente danosos ao meio ambiente. O diferencial do LumiBot é gerar um mapeamento da infestação em nível de planta, de modo que a aplicação de defensivos se faça apenas em trechos afetados.
Esse procedimento segue os princípios da agricultura de precisão sustentável, reduzindo custos e impactos ambientais.
Com dados de localização e densidade de infestação, produtores podem aplicar defensivos químicos localizados ou usar controles biológicos apenas onde for necessário.
Essa abordagem se beneficia diretamente da tecnologia na agricultura para tornar o manejo mais inteligente e menos agressivo.
Fotônica aplicada à agricultura: inteligência artificial no campo e diagnóstico precoce de pragas agrícolas
O LumiBot funciona à noite, em ambiente escuro, para eliminar interferências de luz externa e evitar que a fotossíntese influencie os resultados.
O sistema percorre trilhos fabricados entre as fileiras, iluminando folhas com feixe intenso e registrando imagens.
As amostras capturadas são armazenadas em SSD portátil e identificadas individualmente para análise futura.
Os algoritmos processam os sinais de fluorescência e classificam padrões associados a nematoides ou outras doenças, distinguindo-os de estresses nutricionais ou hídricos.
É aí que entra a inteligência artificial no campo: os modelos aprendem a reconhecer sinais sutis antes da manifestação visual da praga.
Essa capacidade de diagnóstico precoce de pragas agrícolas só é viável por meio da sensibilidade e precisão da fotônica aplicada à agricultura, e exemplifica uma aliança potente entre ciências da luz e biologia vegetal.
O interessante é que o robô já demonstra resultados sólidos, mesmo sendo somente um protótipo. A próxima meta é adaptar o sistema para uso em campo real, por exemplo, incorporando o aparato óptico em pulverizadores gafanhotos ou veículos rover.
Quando isso ocorrer, será um salto decisivo na adoção real dessa tecnologia na agricultura.
Bilhões salvos no campo: como a fotônica aplicada à agricultura está mudando o combate aos nematoides
O impacto econômico do nematoide é muito relevante: estima-se que a soja perde mais de R$ 27 bilhões por ano, enquanto o algodão registra prejuízos superiores a R$ 4 bilhões no Brasil.
O país tem expectativa de safra 2025/26 com 177,67 milhões de toneladas de soja e 4,09 milhões de toneladas de pluma de algodão, conforme a Conab. Essas cifras demonstram por que detectar o problema cedo é tão importante.
Com o LumiBot, experimentos em casa de vegetação apontam acurácias acima de 80 %. A pesquisadora Débora Milori, coordenadora do projeto no Lanaf, ressalta que o robô já diferencia infecções de estresses hídricos.
A equipe conta com uma rede multidisciplinar: Tiago Santiago analisa imagens e treina algoritmos; Bianca Barreto lidera plantações e experimentos; nomes como Vinícius Rufino, Julieth Onofre, Gabriel Lupetti e Kaique Pereira cuidam da instrumentação, inoculação, contagem de nematoides e manutenção vegetativa.
O sistema autônomo do robô, operando à noite por trilhos instalados entre fileiras, capta dados de fluorescência com câmeras científicas RGB.
Cada folha tem sua identificação para correlação posterior, com modelos que transformam sinais ópticos em diagnóstico confiável. Essa estratégia evidencia como a tecnologia na agricultura representada pelo LumiBot pode revolucionar manejo e controle.
Do laboratório à lavoura: inteligência artificial no campo transforma dados em decisões sustentáveis
A aplicação do LumiBot em campo exigirá adaptação em máquinas já usadas no agro, como pulverizadores ou rovers, para que o aparato óptico ilumine, fotografe e faça mapeamento automático. Essa adaptação exigirá engenharia óptica, software e ajustes mecânicos.
A demanda por inteligência artificial no campo será ainda maior, para filtrar ruídos, compensar variações ambientais e garantir confiabilidade no diagnóstico.
Ao mapear regiões infestadas, o sistema propicia intervenções localizadas, aderindo ao conceito de agricultura de precisão sustentável: menos defensivos usados, menor impacto ecológico, menor custo para produtor e melhor qualidade final da fibra ou dos grãos.
É uma evolução clara da tecnologia na agricultura aplicada ao controle integrado de pragas.
Agricultura de precisão sustentável ganha palco no Siagro e projeta o futuro dos robôs agrícolas
A apresentação do LumiBot está programada para o Simpósio Nacional de Instrumentação Agropecuária (Siagro), de 14 a 16 de outubro, no Lanapre, em São Carlos (SP).
Lá, especialistas e produtores poderão observar demonstrações práticas e discutir os caminhos para tornar o robô comercial. A escolha do evento reflete a importância da fotônica aplicada à agricultura e do diálogo entre ciência e campo.
Daqui para frente, o desafio será passar de protótipo para máquina robusta de campo, mas os resultados já validam o potencial.
A combinação entre robótica, fotônica e algoritmos reforça como tecnologia na agricultura está sendo transformada, com diagnósticos mais rápidos, precisos e econômicos.