Governo compra açaí, castanha e mel após tarifaço dos EUA; veja lista completa. Aquisição sem licitação busca proteger produtores brasileiros atingidos pelo tarifaço dos EUA, com foco em escolas e estoques públicos
O governo federal anunciou que açaí, castanha e mel estão entre os alimentos que serão comprados diretamente após o tarifaço dos EUA, medida que atinge exportadores brasileiros com tarifas de até 50%. A estratégia faz parte do Plano Brasil Soberano e pretende garantir renda imediata a agricultores e cooperativas prejudicados pela perda de mercado.
As compras serão feitas sem licitação, voltadas para abastecer escolas públicas e formar estoques nacionais. Para participar, os produtores terão de comprovar perdas com exportações por meio da Declaração de Perda (DP). O pacote de socorro inclui ainda R$ 40 bilhões em crédito emergencial, somando recursos do BNDES e do Fundo Garantidor de Exportações.
Quais produtos estão na lista?
Além de açaí, castanha e mel, o governo incluiu água de coco, manga, pescados e uva entre os itens que poderão ser adquiridos. Todos foram diretamente afetados pelo tarifaço dos EUA, que reduziu drasticamente as exportações brasileiras.
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O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que a lista poderá ser ampliada se outros setores comprovarem prejuízos. A prioridade é assegurar renda e impedir a falência de pequenos e médios produtores.
Quem poderá vender para o governo?
Somente produtores que comprovarem perdas ligadas ao tarifaço dos EUA poderão participar das compras públicas. O critério será a apresentação da Declaração de Perda, documento que detalha contratos suspensos ou volumes exportados reduzidos.
A medida vale tanto para agricultores familiares da Amazônia quanto para indústrias do Sul e Nordeste, incluindo cooperativas de açaí, extrativistas de castanha e apicultores. Segundo técnicos do governo, isso cria um pulmão financeiro temporário até a diversificação dos mercados externos.
Onde os alimentos serão usados?
Os itens comprados serão destinados à merenda escolar e aos estoques públicos, administrados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O objetivo é aproveitar parte da produção que antes era exportada para os EUA e direcioná-la para programas de segurança alimentar no Brasil.
Isso significa que milhões de estudantes poderão receber alimentos de qualidade, ao mesmo tempo em que produtores terão escoamento garantido da produção.
Quanto será investido?
O pacote emergencial soma R$ 40 bilhões, sendo R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) e R$ 10 bilhões do BNDES. Os créditos terão como foco capital de giro, modernização de máquinas e abertura de novos mercados.
Segundo o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, terão prioridade as empresas que perderam ao menos 5% do faturamento bruto com exportações atingidas pelo tarifaço dos EUA.
Por que essa medida é importante?
O tarifaço dos EUA afetou cadeias produtivas inteiras, principalmente na Amazônia e no Nordeste, onde a dependência do mercado norte-americano é maior. Sem essa intervenção, milhares de produtores poderiam perder sua principal fonte de renda.
O vice-presidente Geraldo Alckmin reforçou no Congresso a urgência de aprovar propostas ligadas a comércio exterior, crédito e acordos internacionais. A meta é reduzir a dependência dos EUA e ampliar o alcance para Europa, Ásia e Oriente Médio.
Vale a pena apostar nesse modelo?
Especialistas avaliam que a compra pública é uma solução emergencial válida, mas não pode ser a única resposta ao tarifaço dos EUA. O desafio será criar condições para diversificar a pauta exportadora e fortalecer o mercado interno.
Enquanto isso, a medida traz alívio imediato para agricultores, cooperativas e indústrias que dependem de produtos como açaí, mel e castanha.
O tarifaço dos EUA escancarou a vulnerabilidade do Brasil diante de medidas unilaterais de parceiros comerciais. A estratégia do governo busca preservar empregos e impedir o colapso de cadeias produtivas, mas especialistas alertam para a necessidade de um plano mais amplo.
Você concorda com essa mudança? Acha que a compra pública realmente ajuda os produtores ou funciona apenas como um paliativo? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive essa realidade na prática.