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Tarifaço americano perde força: Alckmin confirma recuo dos EUA em tarifas sobre madeira e ferro e vê diálogo direto entre Lula e Trump

Escrito por Bruno Teles
Publicado em 05/10/2025 às 11:34
Alckmin cita ‘boa química’ entre Lula e Trump, anuncia redução de tarifas de até US$ 1,7 bilhão e fala em próximos passos no acordo comercial
Alckmin cita ‘boa química’ entre Lula e Trump, anuncia redução de tarifas de até US$ 1,7 bilhão e fala em próximos passos no acordo comercial
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Vice-presidente afirma que o tarifaço americano já começa a ceder, com reduções sobre produtos brasileiros e nova rodada de negociação direta entre os governos de Lula e Trump

O tarifaço americano começa a perder intensidade após semanas de tensão comercial entre o Brasil e os Estados Unidos. O vice-presidente Geraldo Alckmin confirmou neste sábado que o governo americano recuou em parte das tarifas sobre produtos brasileiros, incluindo madeira, ferro e níquel, e destacou que o encontro recente entre Luiz Inácio Lula da Silva e Donald Trump em Washington abriu um canal direto de negociação entre os dois presidentes.

Segundo Alckmin, o gesto representa um avanço concreto na contenção do tarifaço americano, que chegou a ameaçar setores estratégicos da economia nacional. “Se somarmos as reduções já obtidas, estamos falando de cerca de US$ 1,7 bilhão em alívio tarifário, o que significa uma perda de competitividade muito menor que o previsto”, afirmou o vice-presidente, que também comanda o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

Negociações reduziram impacto sobre exportações brasileiras

Tarifaço americano perde força: Alckmin confirma recuo dos EUA em tarifas sobre madeira e ferro e vê diálogo direto entre Lula e Trump

Segundo a reportagem do O Globo, Alckmin informou que, desde o início das negociações, a lista de produtos atingidos pelas sobretaxas foi reduzida de forma significativa.

No lançamento do tarifaço, os EUA haviam incluído celulose, ferro, níquel e herbicidas entre os itens penalizados.

Após sucessivas conversas técnicas, parte desses produtos foi retirada da lista e, no caso da madeira macia e serrada, a tarifa foi reduzida de 12% para 10%.

Para o vice-presidente, o resultado demonstra efetividade na diplomacia econômica conduzida por Lula. Ele destacou que o diálogo com Washington vem sendo reforçado também pelo setor privado, que participou das tratativas para mitigar os efeitos das medidas protecionistas.

“O encontro do presidente Lula com o presidente Trump foi importante. As coisas estão caminhando, e nossa expectativa é que novos anúncios ocorram nas próximas semanas”, disse.

Durante o evento, Alckmin também brincou com a frase de Trump, que disse ter tido “boa química” com Lula na Assembleia-Geral da ONU:

“Eu fui professor de química, e a química é realmente uma ótima solução.”

Brasil usa data centers e minerais estratégicos como carta de negociação

Entre os temas em discussão, o governo brasileiro busca trocar reduções tarifárias por cooperação em setores de alto valor agregado, como minerais estratégicos, semicondutores e data centers.

Segundo Alckmin, esses ativos reforçam o papel do Brasil como fornecedor confiável em cadeias globais e podem gerar novos investimentos produtivos no país.

“O Brasil tem energia limpa, tem tecnologia e tem recursos minerais que interessam ao mundo. Estamos apresentando isso como parte da nossa estratégia de negociação com os EUA”, explicou o vice-presidente.

A ideia é vincular os acordos comerciais a compromissos ambientais e industriais, aproximando o país de políticas de incentivo à descarbonização que também estão em debate no governo americano.

Fontes do MDIC confirmam que a redução de tarifas sobre ferro e madeira foi tratada como gesto inicial para evitar escalada de tensão e abrir espaço a uma agenda comercial mais ampla, que pode incluir um acordo setorial voltado à indústria verde.

Apoio interno e medidas para estimular a economia brasileira

Alckmin aproveitou a ocasião para destacar o papel da política fiscal interna na retomada do consumo e na compensação de eventuais impactos externos.

Ele citou a reforma do Imposto de Renda, que ampliou a faixa de isenção e, segundo ele, deve gerar efeito imediato no poder de compra da população.

“Com a mudança do imposto de renda, as famílias terão mais renda disponível, o que fortalece o mercado interno e ajuda a equilibrar nossa balança comercial”, afirmou.

O vice-presidente também participou de um evento em Brasília com o ministro dos Transportes, Renan Filho, voltado à iniciativa Carro Sustentável.

No encontro, os dois defenderam projetos de desburocratização no setor automotivo, incluindo a proposta que reduz o custo para obtenção da Carteira Nacional de Habilitação (CNH). “Não pode uma carteira custar R$ 4 mil.

Essa medida vai facilitar a vida de quem trabalha com transporte e movimenta a economia”, completou.

Entre a diplomacia e a política interna

O gesto dos Estados Unidos é visto como uma vitória diplomática parcial para o governo brasileiro, que vinha enfrentando pressão de exportadores de commodities.

Fontes próximas ao Itamaraty afirmam que o diálogo direto entre Lula e Trump pode ser determinante para conter novas sobretaxas e consolidar uma agenda bilateral de longo prazo.

Para o Brasil, o desafio agora será garantir que as concessões iniciais se transformem em um acordo estável, sem retrocessos em futuras revisões.

O setor industrial, por sua vez, pede previsibilidade nas negociações para evitar oscilações de preço e perda de competitividade frente a concorrentes asiáticos.

O recuo parcial no tarifaço americano é interpretado como uma trégua estratégica, mas não o fim das disputas comerciais entre Brasil e Estados Unidos.

A nova fase do diálogo abre espaço para acordos bilaterais mais equilibrados, especialmente em setores de energia limpa, tecnologia e exportação de insumos industriais.

Você acredita que o recuo dos EUA representa uma trégua duradoura ou apenas um gesto temporário? Deixe sua opinião nos comentários, queremos ouvir quem acompanha de perto os impactos do comércio internacional na economia brasileira.

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Bruno Teles

Falo sobre tecnologia, inovação, petróleo e gás. Atualizo diariamente sobre oportunidades no mercado brasileiro. Com mais de 7.000 artigos publicados nos sites CPG, Naval Porto Estaleiro, Mineração Brasil e Obras Construção Civil. Sugestão de pauta? Manda no brunotelesredator@gmail.com

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