Medida dos EUA, que impões 50% de tarifa para produtos brasileiros, pressiona o agro, que já sente reflexos nas cotações internas com os preços da carne, café e laranja em queda — governo busca novos compradores para tentar reduzir impacto.
O agronegócio brasileiro entrou no radar de Donald Trump — e não da melhor forma. O presidente dos Estados Unidos anunciou um novo pacote de tarifas contra produtos brasileiros, atingindo diretamente três pilares da nossa balança comercial: carne, café e suco de laranja.
A medida gerou reação imediata no mercado e já começa a impactar os preços praticados no Brasil. Com a exportação para os EUA mais cara e menos atrativa, o excedente desses produtos começa a pressionar o mercado interno, derrubando as cotações.
Tarifa de Trump atinge em cheio exportações brasileiras
A tarifa adicional imposta pelos EUA dificulta a entrada de produtos brasileiros no maior mercado consumidor do mundo. Isso significa que exportar carne bovina, café e suco de laranja ficou mais caro e menos competitivo para o Brasil, favorecendo países que não enfrentam essa barreira.
-
O plano oficial muda o rumo: a “moeda digital do Banco Central” vai começar em 2026, mas não será para o público geral
-
O Brasil não enviou representante oficial à audiência de 3 de setembro da Seção 301; sem defesa técnica e coordenada, tarifas de 50% e novas punições tendem a avançar
-
Se a loja não dá desconto à vista, parcelar sem juros quando você já tem o dinheiro pode dar lucro: você fica com o produto e mantém o dinheiro rendendo
-
Pix parcelado começa oficialmente, padronizado pelo Banco Central, com juros menores que o cartão de crédito e recebimento instantâneo para lojistas, mas com risco de endividamento em massa
Na prática, isso reduz o volume vendido ao exterior e aumenta a oferta aqui dentro — movimento que influencia diretamente os preços pagos ao produtor e, possivelmente, ao consumidor.
Preços em queda: o que já mudou?
Segundo analistas do setor, os preços da carne bovina começaram a recuar, especialmente no mercado atacadista. O mesmo ocorre com o café arábica, que já vinha oscilando por fatores climáticos, e agora sofre novo baque com a pressão internacional.
O suco de laranja, outro item fortemente exportado para os Estados Unidos, também está entre os mais afetados. O Brasil é líder mundial no segmento, e qualquer freio nas exportações cria um excedente que derruba os preços internos, afetando produtores de citros, especialmente no estado de São Paulo.
Durante esse mês, o preço da arroba do boi gordo em dólar registrou retração de 8,05%. Enquanto a caixa de laranja teve uma desvalorização de 5% no mesmo período. Já o café teve queda registrada entre 4 e 11%.
Brasil age e busca novos destinos para o suco de laranja após tarifa dos EUA
Diante do impacto causado pelas novas tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre o suco de laranja brasileiro, o governo federal começou a negociar alternativas comerciais para driblar as perdas. Entre os principais focos das conversas estão China e Arábia Saudita, dois mercados com grande potencial de consumo e interesse estratégico.
Segundo autoridades ligadas ao Ministério da Agricultura, equipes técnicas já iniciaram tratativas diplomáticas e sanitárias com ambos os países. O objetivo é acelerar o processo de habilitação para que empresas brasileiras possam exportar diretamente a esses destinos, ampliando a presença internacional da bebida.
Com isso, o Brasil busca reduzir a dependência histórica do mercado americano, que há décadas é um dos principais compradores do suco concentrado nacional. A estratégia é considerada essencial para aliviar a pressão sobre os estoques internos e manter a rentabilidade do setor.
Embora ainda esteja em fase de negociação, a abertura desses mercados pode representar uma nova rota para a citricultura brasileira, especialmente em um momento em que os produtores enfrentam desafios como baixa nos preços, custos elevados de produção e instabilidade nas exportações tradicionais.
Você já sentiu alguma diferença nos preços desses produtos?