O que ouvimos ao falar não é o mesmo que sai na gravação — e a ciência explica por que nossa voz parece tão estranha
Ouvir a própria voz gravada pode ser estranho. Muitos se assustam com o som e acham que não se parece em nada com o que estão acostumados a ouvir. Esse incômodo é comum e tem uma explicação científica simples: o caminho que o som percorre até o ouvido muda a forma como a voz é percebida.
A maioria dos sons chega até nós por meio do ar. Quando escutamos uma música, o barulho da chuva ou a fala de outras pessoas, as vibrações sonoras viajam pelo ar até os nossos ouvidos.
O mesmo acontece com a nossa voz gravada. Nessa situação, o som externo entra pela orelha, passa pelo canal auditivo e atinge a membrana timpânica.
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Essa membrana vibra com o som e movimenta três minúsculos ossos do ouvido: martelo, bigorna e estribo.
Esses ossos, por sua vez, transmitem as vibrações até a cóclea, uma parte interna do ouvido. Lá dentro, as células auditivas transformam essas vibrações em impulsos elétricos que são enviados ao cérebro pelo nervo auditivo.
Mas isso não é tudo. Quando falamos, o som também se propaga por dentro do nosso corpo. As cordas vocais vibram e essas vibrações se espalham pela garganta, boca e ossos do crânio.
Esse som interno também alcança o ouvido interno, mas de uma forma diferente: através da condução óssea.
A combinação do som que vem pelo ar e do som que vem pelos ossos gera uma voz mais grave, suave e encorpada. É essa versão que ouvimos quando falamos.
Já na gravação, só o som que viaja pelo ar é captado, sem o reforço dos ossos do crânio. Por isso, a gravação soa mais aguda e diferente do que estamos acostumados.
O resultado é desconfortável para muitos. O cérebro não reconhece aquela voz mais fina como sendo sua. Mas essa voz da gravação é, na verdade, a mesma que os outros escutam quando você fala.
Além disso, a voz de cada pessoa é única. Nem mesmo gêmeos idênticos possuem vozes idênticas. Isso acontece porque o som da voz é influenciado por características físicas, como o tamanho e espessura das cordas vocais e o formato da garganta.
As cordas vocais femininas, por exemplo, são menores que as masculinas, o que resulta em vozes mais agudas. As alterações hormonais, especialmente na adolescência, também influenciam no tom vocal.
A voz tende a se manter estável durante boa parte da vida adulta. No entanto, com o passar dos anos, o envelhecimento afeta as cordas vocais. Elas ficam mais finas, secas e fracas, o que pode mudar o som da voz.
Ou seja, o som da sua voz está em constante transformação — por dentro e por fora.
Com informações de Tilt.UOL.