A Rússia chocou analistas ao confirmar que seu mais moderno blindado, o T-14 Armata, não será enviado para o combate. A razão oficial, o custo elevado, levanta uma questão central sobre o futuro de um dos projetos militares mais ambiciosos do mundo.
Anunciado como uma arma que mudaria as regras do jogo, o T-14 Armata foi apresentado como o futuro dos blindados. No entanto, o supertanque russo está visivelmente ausente do maior conflito da Europa em décadas. Uma declaração oficial de um dos homens mais poderosos da defesa russa finalmente revelou o porquê, gerando um debate global: o T-14 Armata é uma verdadeira revolução tecnológica ou uma peça de propaganda que se provou cara demais?
Por que o T-14 Armata não está na Ucrânia?
A confirmação veio no dia 4 de março de 2024. Durante uma entrevista, Sergei Chemezov, o chefe do poderoso conglomerado estatal de defesa Rostec, foi direto ao ponto. Ele declarou que o T-14 Armata não está na Ucrânia e que não há qualquer previsão de ser enviado para a linha de frente. A justificativa apresentada para manter sua arma mais avançada longe do campo de batalha foi seu elevado custo de construção, manutenção e operação.
As inovações do T-14 Armata
O programa T-14 Armata nasceu da necessidade russa de reconquistar a liderança tecnológica em blindados, perdida para tanques ocidentais no final do século XX. Para isso, o projeto trouxe inovações radicais.
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A principal delas é sua torre totalmente automática e não tripulada. Diferente de qualquer outro tanque em serviço, a tripulação fica protegida em um casulo blindado no chassi do veículo. Este design representa um avanço tremendo em segurança, pois separa fisicamente os soldados do canhão e do depósito de munições. Além disso, o tanque foi equipado com sensores de ponta, nova motorização e um moderno sistema de gerenciamento de combate.
Uma linha do tempo de incertezas
A trajetória do T-14 Armata é marcada por grandes promessas e resultados duvidosos. Sua estreia em 2015 foi ofuscada quando um dos veículos parou em pleno desfile. Na ocasião, a Rússia anunciou um plano ambicioso para adquirir 2.300 blindados T14 até 2020, meta que nunca foi atingida.
Com o início da guerra na Ucrânia, surgiram várias alegações de seu uso em combate, tanto na Síria quanto em solo ucraniano. Contudo, as agências estatais russas nunca mostraram vídeos ou fotos para comprovar as alegações, alimentando a desconfiança.
Custo elevado coloca o futuro do tanque em dúvida
A declaração de Chemezov pôs um fim às especulações. Embora ele tenha insistido que o T-14 é totalmente superior a qualquer outro blindado do mundo, sua conclusão foi pragmática. Segundo ele, é mais prático, rápido e barato comprar blindados T-90 ou modernizar antigos blindados T-72. A decisão deixa o futuro do projeto em aberto e impede que o mundo veja se o revolucionário T-14 Armata é, de fato, tão letal quanto sua propaganda sugere.
Cheio de componentes ocidentais produção paralisada e o risco de ser destruído é acabar o mito de melhor do mundo!