Crescimento impulsionado: Setor automotivo registra expansão de 12% em julho e contribui para alta histórica de 6,1% na indústria em um ano
A indústria brasileira apresentou um crescimento significativo em julho de 2024, com destaque para o setor automotivo, que registrou um aumento de 12%. De acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal (PIM – Brasil), divulgados pelo IBGE, a indústria como um todo cresceu 6,1% na comparação com o mesmo mês de 2023. No acumulado do ano, o setor industrial apresenta alta de 3,2%, e nos últimos 12 meses, uma expansão de 2,2%.
Esses números colocam a indústria brasileira 1,4% acima do nível pré-pandemia, atingido em fevereiro de 2020. No entanto, o setor ainda está 15,5% abaixo do ponto mais alto da série histórica, registrado em maio de 2011. O levantamento incluiu 18 atividades industriais que apresentaram crescimento, sendo que o segmento de veículos automotores, reboques e carrocerias foi o mais impactante.
O impacto positivo do setor automotivo
O setor de veículos automotores teve um desempenho notável em julho, com uma alta de 12,0%. Esse crescimento acelerado foi maior do que o registrado em junho, quando o setor apresentou um avanço de 4,8%. Segundo André Macedo, gerente da PIM Brasil, os automóveis foram fundamentais para o resultado positivo, com as autopeças também contribuindo, embora em menor grau.
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Outros setores industriais também apresentaram avanços importantes, como o de produtos de metal (8,4%), produtos diversos (18,8%) e produtos químicos (2,7%). O setor de máquinas e equipamentos também registrou um crescimento de 4,2%, enquanto o de artefatos de couro e calçados avançou 12,1%. O setor de impressão e reprodução de gravações foi um dos que mais cresceu, com uma alta de 23,4%.
Em termos de comparação com julho de 2023, o crescimento industrial de 6,1% foi observado em 21 dos 25 ramos pesquisados, 60 dos 80 grupos e 67,3% dos 789 produtos incluídos na pesquisa. Veículos automotores, reboques e carrocerias continuaram a ser os principais destaques, com um crescimento de 26,8%, seguidos pelo setor de produtos químicos, que registrou um aumento de 10,5%.
Resultados expressivos em outros setores
Além do setor automotivo, diversos outros ramos industriais também contribuíram positivamente para o resultado de julho. O setor de produtos de metal cresceu 13,9%, enquanto o de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos registrou uma alta de 24,4%. O setor de produtos de borracha e material plástico cresceu 11,6%, e o de máquinas e equipamentos avançou 10,8%.
Outros setores de destaque incluíram móveis, que tiveram um crescimento de 26,9%, e o setor de metalurgia, que registrou um aumento de 4,8%. O setor de bebidas avançou 8,4%, enquanto o de produtos alimentícios teve um aumento mais modesto, de 1,3%. O crescimento mais expressivo foi observado no setor de produtos diversos, com uma alta de 19,4%.
Desafios para alguns setores
Apesar dos resultados positivos em muitos setores da economia, houve algumas quedas importantes que impactaram a média da indústria brasileira. O setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis foi o principal responsável por esse impacto, com uma queda de 0,6%. Essa redução se deve à menor produção de itens como óleo diesel, naftas, gás liquefeito de petróleo (GLP) e álcool etílico.
A produção industrial brasileira como um todo registrou uma queda de 1,4% na passagem de junho para julho de 2024, interrompendo o crescimento observado no mês anterior, quando houve um aumento de 4,3%. Esse recuo foi, em parte, resultado do avanço expressivo em junho, impulsionado pela retomada da produção em unidades afetadas pelas chuvas no Rio Grande do Sul em maio de 2024.
Setores com desempenho negativo
Entre os setores que registraram quedas na produção, o de produtos alimentícios foi o que apresentou o maior impacto negativo, com uma redução de 3,8%. Essa queda eliminou o avanço de 2,6% registrado em junho.
O setor foi afetado pela menor produção de açúcar, devido à seca no Centro-Sul do país, além da queda na produção de carnes bovinas e derivados da soja.
O setor de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis também apresentou um desempenho negativo em julho, com uma queda de 3,9%, interrompendo dois meses consecutivos de crescimento. O mesmo aconteceu com as indústrias extrativas, que registraram uma queda de 2,4%, influenciada pela menor produção de minério de ferro e petróleo.
Perspectivas
Em relação às grandes categorias econômicas, os setores de bens de capital e bens de consumo duráveis continuaram a apresentar resultados positivos em julho, com crescimentos de 2,5% e 9,1%, respectivamente. Esses avanços intensificaram o crescimento já observado em junho, quando os setores registraram altas de 0,8% e 5,9%.
Por outro lado, o setor de bens de consumo semi e não duráveis teve uma queda significativa, de 3,1%, após um crescimento de 4,5% no mês anterior. O segmento de bens intermediários também registrou uma leve queda de 0,3%.
Apesar da desaceleração em julho, a indústria brasileira segue em uma trajetória ascendente, com um crescimento acumulado de 1,2% desde dezembro de 2023, indicando um cenário de recuperação e estabilidade para os próximos meses.