Conheça o supercomputador Santos Dumont, o mais potente da América Latina para pesquisa científica, instalado no LNCC em Petrópolis (RJ), e como essa máquina extraordinária impulsiona descobertas e inovações em diversas áreas no Brasil.
A supercomputação representa o ápice da capacidade de processamento de dados, resolvendo problemas científicos complexos que transcendem os computadores convencionais. No Brasil, o Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC) abriga uma joia desta tecnologia: o supercomputador Santos Dumont, uma máquina capaz de realizar o que muitos chamam de “cálculos absurdos” para a ciência nacional.
Desde sua inauguração em 2016, o supercomputador Santos Dumont tem sido fundamental para impulsionar a pesquisa brasileira. Com atualizações constantes, ele se mantém entre os mais poderosos do mundo, sendo uma ferramenta vital para a inovação. Vamos explorar a arquitetura, a capacidade e o impacto deste gigante eletrônico.
A gênese do supercomputador Santos Dumont
O Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), em Petrópolis (RJ) e vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é o guardião do supercomputador Santos Dumont. Adquirido pelo governo brasileiro em 2015, com um investimento inicial de R$50 milhões, a máquina foi desenvolvida na França pela Atos/Bull. Sua chegada marcou um novo patamar para a pesquisa no país, posicionando-o como o maior computador da América Latina dedicado à ciência.
-
Honda CG 160 ou Biz pra quê? Patinete da Xiaomi tem pneu de 12″, 900 W de potência e roda 60 km com uma carga
-
Top 5 celulares da Motorola custo benefício para você comprar em agosto
-
Rússia aposta em império de drones com apoio de startups, escolas e bilhões em investimento
-
Polônia firma novo contrato de US$ 6,5 bilhões com Coreia do Sul para tanques K2
A inauguração oficial em 2016, com financiamento da Finep, foi um passo estratégico para a soberania tecnológica. O nome homenageia Alberto Santos Dumont, refletindo a ambição de alçar a ciência brasileira a novos voos.
A impressionante evolução da capacidade de processamento do Santos Dumont
A capacidade do supercomputador Santos Dumont evoluiu significativamente. Começou com 1.1 PetaFLOPS em 2015, saltou para 5.1 PetaFLOPS em 2019 após uma expansão com a Petrobras, e recebeu uma grande atualização em 2024, apelidada de “Versão III”. Esta modernização, em parceria com a Petrobras e parte do Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), adicionou 17 PetaFLOPS teóricos com a tecnologia BullSequana XH3000 da Eviden.
Atualmente, sua configuração mais potente, com superchips NVIDIA Grace Hopper, alcançou 14.29 PetaFLOPS de desempenho sustentado (Rmax) e um pico teórico de 20.26 PetaFLOPS, conquistando a 89ª posição no ranking TOP500 de novembro de 2024. A arquitetura inclui CPUs Intel Sapphire Rapids, GPUs NVIDIA H100 e refrigeração líquida direta, tornando o supercomputador Santos Dumont uma plataforma de ponta.
O cérebro por trás das descobertas
O verdadeiro valor do supercomputador Santos Dumont está em seu uso pela ciência. Ele apoia aproximadamente 170 projetos de pesquisa simultaneamente, envolvendo mais de 2.000 usuários em 18 grandes áreas do conhecimento. Durante a pandemia de COVID-19, foi crucial para o sequenciamento do genoma do vírus SARS-CoV-2 e para a busca por tratamentos.
A Petrobras utiliza intensivamente seus recursos para exploração de petróleo e gás. O supercomputador Santos Dumont também é vital para pesquisas em Inteligência Artificial, modelagem climática, ciência dos materiais (com descobertas como o controle de ondas de terahertz por vibrações em minerais), energias renováveis, desenvolvimento de fármacos e até no agronegócio, apoiando o Censo Agropecuário do IBGE. Até novembro de 2023, seu uso resultou em mais de 900 artigos científicos e 11 patentes.
Como os pesquisadores brasileiros obtêm acesso ao Santos Dumont
O acesso aos recursos do supercomputador Santos Dumont é gerenciado pelo LNCC e aberto a pesquisadores de instituições brasileiras. Existem diferentes programas de alocação, como o Premium (grandes projetos), Standard (projetos substanciais) e para Fins Educacionais (cursos e disciplinas), garantindo que a máquina sirva a diversos níveis da comunidade científica.
As propostas são submetidas através de chamadas públicas e avaliadas por comitês com base no mérito técnico-científico e na necessidade de computação de alto desempenho (HPC). O LNCC oferece manuais, treinamento através da “Escola Supercomputador Santos Dumont” e suporte técnico para otimizar o uso desta poderosa ferramenta.
Motor da inovação
O supercomputador Santos Dumont é mais que uma máquina; é um pilar para o desenvolvimento científico e tecnológico do Brasil. Ele garante soberania e competitividade nacional em áreas estratégicas como energia (Petrobras), saúde (COVID-19) e Inteligência Artificial (PBIA).
O modelo colaborativo entre governo (MCTI), agências de fomento (Finep), empresas (Petrobras), o LNCC e a academia tem sido fundamental para seu sucesso. Manter o investimento contínuo no supercomputador Santos Dumont e em HPC é essencial para que o Brasil continue avançando nas fronteiras do conhecimento e desenvolvendo soluções para seus desafios.