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Subsídio para energia limpa deve superar o dos combustíveis fósseis, diz Marina Silva

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 15/10/2025 às 10:38
Mulher usando fones de ouvido e óculos participa de um painel de discussão diante de um fundo azul sólido.
Mulher concentrada durante um painel de debate, segurando papéis e usando fones de ouvido, com fundo azul uniforme.
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Aumente o impacto ambiental: o subsídio para energia limpa deve superar os incentivos a combustíveis fósseis, acelerando a transição energética global de forma justa e sustentável.

O debate sobre a transição energética tem ganhado destaque em nível global. Sobretudo porque a necessidade de reduzir os impactos das mudanças climáticas se tornou urgente.

Nos últimos anos, líderes internacionais enfatizaram a importância de direcionar recursos e políticas públicas de maneira estratégica. Portanto, é essencial incentivar fontes de energia limpa em detrimento dos combustíveis fósseis.

Além disso, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou recentemente que o subsídio para energia limpa precisa superar os valores atualmente destinados ao setor de combustíveis fósseis. Destacando que somente ações concretas e inovadoras poderão alcançar a neutralidade climática.

Historicamente, a matriz energética global esteve fortemente ligada a fontes de energia fósseis, como petróleo, carvão e gás natural.

Desde a Revolução Industrial, o crescimento econômico e a urbanização dependeram profundamente desses combustíveis; consequentemente. Consolidou-se uma estrutura energética que se manteve praticamente inalterada por séculos.

Esse padrão gerou elevados níveis de emissão de gases de efeito estufa e manteve um modelo econômico altamente subsidiado. No qual governos de diversos países investem trilhões de dólares para manter a produção e o consumo desses combustíveis.

Nos últimos anos, o cenário global começou a mostrar sinais de mudança, especialmente porque pressões sociais, científicas e políticas levaram países a reconsiderarem sua dependência de combustíveis fósseis.

Ademais, a crescente preocupação com eventos climáticos extremos, como ondas de calor, enchentes e furacões, reforça a necessidade de acelerar a transição energética.

Nesse contexto, o subsídio para energia limpa se apresenta como ferramenta essencial para garantir que a mudança ocorra de maneira organizada, sustentável e inclusiva. Beneficiando tanto a economia quanto o meio ambiente.

Desigualdade nos subsídios e a necessidade de mudança

Segundo dados recentes, os subsídios globais para combustíveis fósseis variam entre US$ 1,5 trilhão e US$ 7 trilhões por ano, dependendo da metodologia utilizada.

Em contrapartida, os investimentos em energias renováveis permanecem significativamente menores.

No G20, por exemplo, os subsídios e investimentos somam aproximadamente US$ 170 bilhões, podendo chegar a US$ 500 bilhões quando considerados recursos privados.

Dessa forma, essa disparidade evidencia a necessidade de repensar prioridades e direcionar recursos de forma mais equilibrada, promovendo um modelo energético sustentável e resiliente.

O conceito de subsídio para energia limpa envolve a alocação de recursos públicos e privados para incentivar a geração e o uso de energia proveniente de fontes renováveis. Como solar, eólica, hídrica e biogás.

Ao contrário dos combustíveis fósseis, que prejudicam o meio ambiente, essas fontes oferecem benefícios de longo prazo, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental.

Portanto, a adoção de políticas voltadas à ampliação desses subsídios pode acelerar a transição energética. Criar empregos verdes, fomentar a inovação tecnológica e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.

Outro aspecto importante é a estabilidade do mercado energético.

Ao investir em energias renováveis, os países conseguem reduzir a volatilidade dos preços dos combustíveis fósseis, que sofrem influência de crises geopolíticas e flutuações cambiais.

Assim, isso proporciona maior previsibilidade para empresas e consumidores. Incentivando a criação de cadeias produtivas sustentáveis e promovendo o desenvolvimento de tecnologias limpas em diferentes setores da economia.

A discussão sobre o aumento do subsídio para energia limpa ganhou relevância durante a COP28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, quando líderes incorporaram o artigo 28 ao Balanço Global (GST).

Desafios da transição energética

Apesar da importância dessa medida, a temática do subsídio para energia limpa ainda enfrenta desafios significativos.

Um dos principais obstáculos é a resistência de setores econômicos que historicamente se beneficiaram de incentivos aos combustíveis fósseis.

Além disso, diferentes países possuem capacidades econômicas e tecnológicas distintas, exigindo soluções adaptadas à realidade de cada região.

Nesse sentido, Marina Silva defende que a transferência de subsídios dos combustíveis fósseis para a energia limpa deve considerar essas diferenças, garantindo que a transição energética seja inclusiva e eficaz.

O Brasil tem se destacado como exemplo de como políticas públicas podem alinhar desenvolvimento econômico e sustentabilidade.

O compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2030 demonstra a capacidade do país de implementar ações ambiciosas, combinando medidas regulatórias, incentivos econômicos e monitoramento ambiental.

Dessa forma, Marina Silva sugere que essa experiência pode servir de referência para a aplicação do GST, permitindo que cada país trace caminhos eficientes para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e ampliar o uso de energia limpa, com base em critérios consensuados globalmente.

Além disso, o subsídio para energia limpa não se limita a incentivos financeiros diretos.

Políticas de pesquisa e desenvolvimento, capacitação de mão de obra especializada, infraestrutura de transmissão e armazenamento de energia, e programas de conscientização sobre eficiência energética desempenham papel essencial.

Assim, esses esforços criam um ambiente propício ao crescimento das energias renováveis, estimulam o mercado e garantem que os benefícios ambientais e sociais se espalhem amplamente.

Benefícios sociais e ambientais da energia limpa

A transição para fontes de energia limpa impacta diretamente a saúde pública, a economia e o meio ambiente.

Ao reduzir a poluição do ar, diminuir a emissão de gases de efeito estufa e prevenir desastres climáticos, o país consegue gerar benefícios imediatos e de longo prazo.

Além disso, o estímulo à inovação tecnológica, com o aumento de investimentos em pesquisa, permite que novas soluções energéticas surjam, tornando o setor mais competitivo e resiliente.

Em âmbito global, o aumento do subsídio para energia limpa surge como estratégia central para cumprir as metas do Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global a níveis seguros para o planeta.

Consequentemente, países que incentivam a energia renovável conseguem reduzir suas emissões, fortalecer a segurança energética, diminuir a volatilidade dos preços e criar uma economia de baixo carbono.

Dessa maneira, essa abordagem contribui para um modelo de desenvolvimento sustentável, que integra crescimento econômico e preservação ambiental.

Integração de políticas e participação coletiva

Para que a transição seja efetiva, é fundamental que os subsídios não fiquem limitados a medidas isoladas.

Eles devem fazer parte de uma política integrada, envolvendo planejamento de longo prazo, compromissos internacionais e cooperação entre países.

Além disso, a adoção de critérios claros e a implementação de métricas de acompanhamento permitem que os recursos destinados à energia limpa gerem impactos reais e reduzam riscos de desperdício.

O papel da sociedade civil e do setor privado também é crucial nesse processo.

Empresas e cidadãos contribuem para a expansão da energia limpa por meio de investimentos, adoção de tecnologias sustentáveis e participação ativa em políticas públicas.

Assim, o engajamento coletivo fortalece a implementação de iniciativas e cria um ciclo virtuoso de inovação e sustentabilidade, alinhando interesses econômicos e ambientais.

Outro ponto relevante é o incentivo à educação ambiental e à formação de profissionais especializados no setor de energia limpa.

Universidades, institutos de pesquisa e centros tecnológicos capacitam engenheiros, técnicos e gestores, criando uma força de trabalho qualificada capaz de impulsionar projetos de energias renováveis e manter padrões de qualidade e eficiência.

O futuro dos subsídios para energia limpa

Em conclusão, o subsídio para energia limpa representa não apenas um investimento estratégico, mas também um compromisso ético e ambiental.

Ao transferir incentivos do setor de combustíveis fósseis para fontes renováveis, os países aceleram a transição energética, promovem justiça climática e garantem um futuro sustentável para as próximas gerações.

Conforme destacou Marina Silva, políticas consistentes e adaptadas às realidades nacionais são passos fundamentais para que o mundo alcance metas de redução de emissões, segurança energética e desenvolvimento sustentável.

Ao priorizar subsídios para energia limpa, governos e instituições transformam desafios em oportunidades, consolidando um modelo energético mais justo, inovador e resiliente.

Dessa forma, essa abordagem histórica e atemporal serve como guia para que países de diferentes continentes avancem de forma coordenada na construção de um futuro de baixo carbono, demonstrando que é possível conciliar crescimento econômico e preservação ambiental de maneira eficiente e equitativa.

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Brasil caminha para ser o líder em geração de energia limpa | Band Jornalismo

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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