Aumente o impacto ambiental: o subsídio para energia limpa deve superar os incentivos a combustíveis fósseis, acelerando a transição energética global de forma justa e sustentável.
O debate sobre a transição energética tem ganhado destaque em nível global. Sobretudo porque a necessidade de reduzir os impactos das mudanças climáticas se tornou urgente.
Nos últimos anos, líderes internacionais enfatizaram a importância de direcionar recursos e políticas públicas de maneira estratégica. Portanto, é essencial incentivar fontes de energia limpa em detrimento dos combustíveis fósseis.
Além disso, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, afirmou recentemente que o subsídio para energia limpa precisa superar os valores atualmente destinados ao setor de combustíveis fósseis. Destacando que somente ações concretas e inovadoras poderão alcançar a neutralidade climática.
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Historicamente, a matriz energética global esteve fortemente ligada a fontes de energia fósseis, como petróleo, carvão e gás natural.
Desde a Revolução Industrial, o crescimento econômico e a urbanização dependeram profundamente desses combustíveis; consequentemente. Consolidou-se uma estrutura energética que se manteve praticamente inalterada por séculos.
Esse padrão gerou elevados níveis de emissão de gases de efeito estufa e manteve um modelo econômico altamente subsidiado. No qual governos de diversos países investem trilhões de dólares para manter a produção e o consumo desses combustíveis.
Nos últimos anos, o cenário global começou a mostrar sinais de mudança, especialmente porque pressões sociais, científicas e políticas levaram países a reconsiderarem sua dependência de combustíveis fósseis.
Ademais, a crescente preocupação com eventos climáticos extremos, como ondas de calor, enchentes e furacões, reforça a necessidade de acelerar a transição energética.
Nesse contexto, o subsídio para energia limpa se apresenta como ferramenta essencial para garantir que a mudança ocorra de maneira organizada, sustentável e inclusiva. Beneficiando tanto a economia quanto o meio ambiente.
Desigualdade nos subsídios e a necessidade de mudança
Segundo dados recentes, os subsídios globais para combustíveis fósseis variam entre US$ 1,5 trilhão e US$ 7 trilhões por ano, dependendo da metodologia utilizada.
Em contrapartida, os investimentos em energias renováveis permanecem significativamente menores.
No G20, por exemplo, os subsídios e investimentos somam aproximadamente US$ 170 bilhões, podendo chegar a US$ 500 bilhões quando considerados recursos privados.
Dessa forma, essa disparidade evidencia a necessidade de repensar prioridades e direcionar recursos de forma mais equilibrada, promovendo um modelo energético sustentável e resiliente.
O conceito de subsídio para energia limpa envolve a alocação de recursos públicos e privados para incentivar a geração e o uso de energia proveniente de fontes renováveis. Como solar, eólica, hídrica e biogás.
Ao contrário dos combustíveis fósseis, que prejudicam o meio ambiente, essas fontes oferecem benefícios de longo prazo, tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental.
Portanto, a adoção de políticas voltadas à ampliação desses subsídios pode acelerar a transição energética. Criar empregos verdes, fomentar a inovação tecnológica e reduzir a dependência de combustíveis fósseis.
Outro aspecto importante é a estabilidade do mercado energético.
Ao investir em energias renováveis, os países conseguem reduzir a volatilidade dos preços dos combustíveis fósseis, que sofrem influência de crises geopolíticas e flutuações cambiais.
Assim, isso proporciona maior previsibilidade para empresas e consumidores. Incentivando a criação de cadeias produtivas sustentáveis e promovendo o desenvolvimento de tecnologias limpas em diferentes setores da economia.
A discussão sobre o aumento do subsídio para energia limpa ganhou relevância durante a COP28, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, quando líderes incorporaram o artigo 28 ao Balanço Global (GST).
Desafios da transição energética
Apesar da importância dessa medida, a temática do subsídio para energia limpa ainda enfrenta desafios significativos.
Um dos principais obstáculos é a resistência de setores econômicos que historicamente se beneficiaram de incentivos aos combustíveis fósseis.
Além disso, diferentes países possuem capacidades econômicas e tecnológicas distintas, exigindo soluções adaptadas à realidade de cada região.
Nesse sentido, Marina Silva defende que a transferência de subsídios dos combustíveis fósseis para a energia limpa deve considerar essas diferenças, garantindo que a transição energética seja inclusiva e eficaz.
O Brasil tem se destacado como exemplo de como políticas públicas podem alinhar desenvolvimento econômico e sustentabilidade.
O compromisso de zerar o desmatamento ilegal até 2030 demonstra a capacidade do país de implementar ações ambiciosas, combinando medidas regulatórias, incentivos econômicos e monitoramento ambiental.
Dessa forma, Marina Silva sugere que essa experiência pode servir de referência para a aplicação do GST, permitindo que cada país trace caminhos eficientes para reduzir a dependência de combustíveis fósseis e ampliar o uso de energia limpa, com base em critérios consensuados globalmente.
Além disso, o subsídio para energia limpa não se limita a incentivos financeiros diretos.
Políticas de pesquisa e desenvolvimento, capacitação de mão de obra especializada, infraestrutura de transmissão e armazenamento de energia, e programas de conscientização sobre eficiência energética desempenham papel essencial.
Assim, esses esforços criam um ambiente propício ao crescimento das energias renováveis, estimulam o mercado e garantem que os benefícios ambientais e sociais se espalhem amplamente.
Benefícios sociais e ambientais da energia limpa
A transição para fontes de energia limpa impacta diretamente a saúde pública, a economia e o meio ambiente.
Ao reduzir a poluição do ar, diminuir a emissão de gases de efeito estufa e prevenir desastres climáticos, o país consegue gerar benefícios imediatos e de longo prazo.
Além disso, o estímulo à inovação tecnológica, com o aumento de investimentos em pesquisa, permite que novas soluções energéticas surjam, tornando o setor mais competitivo e resiliente.
Em âmbito global, o aumento do subsídio para energia limpa surge como estratégia central para cumprir as metas do Acordo de Paris, que busca limitar o aquecimento global a níveis seguros para o planeta.
Consequentemente, países que incentivam a energia renovável conseguem reduzir suas emissões, fortalecer a segurança energética, diminuir a volatilidade dos preços e criar uma economia de baixo carbono.
Dessa maneira, essa abordagem contribui para um modelo de desenvolvimento sustentável, que integra crescimento econômico e preservação ambiental.
Integração de políticas e participação coletiva
Para que a transição seja efetiva, é fundamental que os subsídios não fiquem limitados a medidas isoladas.
Eles devem fazer parte de uma política integrada, envolvendo planejamento de longo prazo, compromissos internacionais e cooperação entre países.
Além disso, a adoção de critérios claros e a implementação de métricas de acompanhamento permitem que os recursos destinados à energia limpa gerem impactos reais e reduzam riscos de desperdício.
O papel da sociedade civil e do setor privado também é crucial nesse processo.
Empresas e cidadãos contribuem para a expansão da energia limpa por meio de investimentos, adoção de tecnologias sustentáveis e participação ativa em políticas públicas.
Assim, o engajamento coletivo fortalece a implementação de iniciativas e cria um ciclo virtuoso de inovação e sustentabilidade, alinhando interesses econômicos e ambientais.
Outro ponto relevante é o incentivo à educação ambiental e à formação de profissionais especializados no setor de energia limpa.
Universidades, institutos de pesquisa e centros tecnológicos capacitam engenheiros, técnicos e gestores, criando uma força de trabalho qualificada capaz de impulsionar projetos de energias renováveis e manter padrões de qualidade e eficiência.
O futuro dos subsídios para energia limpa
Em conclusão, o subsídio para energia limpa representa não apenas um investimento estratégico, mas também um compromisso ético e ambiental.
Ao transferir incentivos do setor de combustíveis fósseis para fontes renováveis, os países aceleram a transição energética, promovem justiça climática e garantem um futuro sustentável para as próximas gerações.
Conforme destacou Marina Silva, políticas consistentes e adaptadas às realidades nacionais são passos fundamentais para que o mundo alcance metas de redução de emissões, segurança energética e desenvolvimento sustentável.
Ao priorizar subsídios para energia limpa, governos e instituições transformam desafios em oportunidades, consolidando um modelo energético mais justo, inovador e resiliente.
Dessa forma, essa abordagem histórica e atemporal serve como guia para que países de diferentes continentes avancem de forma coordenada na construção de um futuro de baixo carbono, demonstrando que é possível conciliar crescimento econômico e preservação ambiental de maneira eficiente e equitativa.