A recarga de carros elétricos tem sido gratuita por diversos anos, mas isso pode mudar no futuro com a entrada de startups e empresas de petróleo no setor de mobilidade.
Desde os primeiros lançamentos de carros elétricos no país, as marcas sempre anunciaram carregadores gratuitos. Uma estrutura foi criada e há pontos de recarga de carros elétricos em shoppings, hotéis, restaurantes e afins. Embora, sempre tenha sido disponibilizada uma recarga gratuita, essa gratuidade pode estar prestes a acabar. Desde 2018, uma portaria da Agência Nacional de Energia elétrica (Aneel) permite que seja cobrada a energia elétrica por empresas que oferecem pontos de recarga para carros elétricos. Porém, por não ser uma lei, o efeito prático ainda é tímido. Este detalhe tem atraído startups e empresas de petróleo para o setor.
Aneel é questionada por empresas sobre cobrança na recarga de carros elétricos
Outra solução foi desenvolvida pela Tupinambá Energia, que não cobra eletricidade diretamente do consumidor, mas permite que pontos residenciais, comerciais e outros se interessem pela assinatura de um carregador.
A empresa ainda administra os pontos de recarga para carros elétricos e também permite que o comércio que cede o local faça a cobrança pelo tempo utilizado. O valor recomendado gira em torno de R$ 1 a R$ 2 pela hora, um preço que tem como base o valor do kWh.
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No artigo da Aneel, a entidade afirma que é permitida a recarga de carros elétricos de propriedade distinta do titular na unidade consumidora, principalmente para fins de exploração comercial a preços negociados livremente.
No último ano, a EDP Elétrica questionou a Aneel em relação ao faturamento de kWh para a recarga de carros elétricos. A agência afirmou que a portaria citada não prevê proibição no sentido de vendas.
Setor de elétricos cresce e empresas de petróleo podem estar de olho
É certo que o mercado de elétricos e pontos de recarga ainda é pequeno no país, mas está em plena expansão. De acordo com a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), nos primeiros três meses deste ano o país registrou uma expansão de 115% na venda de modelos a bateria se comparado com o mesmo período de 2021.
No primeiro trimestre do último ano, de acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foram comercializados 4.585 desse tipo de veículo. Já este ano, as vendas já ultrapassaram os 9.844. Atualmente, o market share dos eletrificados está em 2,6%, o que é consideravelmente maior do que o 1,8% de fechamento do último ano.
Desse modo, várias empresas de petróleo e startups estão olhando esse setor. Uma delas é a Tupinambá Energia, uma startup de mobilidade elétrica que recebeu investimentos de R$ 10 milhões da Raízen, dona da empresa de petróleo Shell, que planeja expandir sua participação no Brasil.
Tupinambá planeja produzir mais de 1.000 carreegadores no Brasil
De acordo com o CEO da Tupinambá, Davi Bertoncello, a empresa sairá da casa dos 100 carregadores administrados por dia atualmente para mais de 1.000 até o final deste ano e 10 mil até 2025. Davi ressalta que isso só foi possível devido ao aporte da Shell, mas também há uma grande demanda do setor e a expectativa é que as recargas de carros elétricos se espalhem mais rápido nos próximos anos.
O executivo ainda prevê uma redução no investimento das fabricantes em eletropostos e afirma que a estratégia inicial foi atingida, que era gerar o marketing e segurança nos futuros compradores, informando-os o local exato para recarregarem seus veículos. Entretanto, daqui para frente, Davi acredita que o mercado receberá outras empresas de petróleo e startups que devem construir a estrutura necessária.