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St George Mining investe R$ 250 milhões no Projeto Araxá (MG) e avança na produção de terras raras, buscando reduzir dependência da China.
A St George Mining, mineradora australiana especializada em metais estratégicos, anunciou nesta quinta-feira (16/10/2025) a captação de R$ 250 milhões para acelerar o Projeto Araxá, em Minas Gerais, considerado uma das maiores reservas de terras raras da América do Sul.
O investimento marca uma nova fase no avanço do empreendimento, que busca chegar à Decisão Final de Investimento (FID) e consolidar o Brasil como um ator relevante no mercado global dominado pela China.
St George Mining aposta em expansão no Brasil
Os recursos arrecadados, segundo comunicado oficial da St George Mining, vieram principalmente de fundos norte-americanos e europeus.
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O aporte será direcionado ao desenvolvimento técnico e operacional do Projeto Araxá, que é 100% controlado pela companhia no Brasil.
De acordo com a mineradora, parte do valor será aplicada na construção de uma planta piloto voltada ao processamento de nióbio e terras raras, em parceria com o CEFET-MG (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais).
Essa estrutura permitirá a realização de testes industriais e tecnológicos, fundamentais antes da instalação definitiva da mina.
Descoberta recente reforça potencial do Projeto Araxá
Em setembro de 2025, a St George Mining confirmou uma nova descoberta de alto teor de terras raras e nióbio em Araxá, elevando o potencial do depósito mineral.
A notícia impulsionou as ações da empresa na Bolsa da Austrália, que registraram alta de 23,1%, alcançando 0,096 dólar australiano, o maior valor desde 2021.
O Projeto Araxá, localizado no Triângulo Mineiro, abriga cerca de 40 milhões de toneladas de minério com alta concentração de elementos raros, entre eles samário, lutécio, térbio, disprósio e gadolínio — todos listados pelo governo dos Estados Unidos como minerais críticos e estratégicos para a transição energética e a indústria de alta tecnologia.
Impacto da China e o papel do Brasil no mercado global
A St George Mining destacou em nota que as recentes restrições impostas pela China à exportação de terras raras estão transformando o cenário mundial.
Como a China domina mais de 80% da produção global desses minerais, países como o Brasil surgem como alternativas estratégicas para diversificar o fornecimento.
“Essas mudanças nas políticas globais aumentam a demanda por projetos de desenvolvimento de curto prazo, o que pode ser benéfico para o Brasil”, informou a empresa.
Além do benefício econômico, o avanço do Projeto Araxá também tem relevância geopolítica, alinhando o Brasil às discussões sobre segurança de suprimentos minerais entre Estados Unidos e aliados ocidentais.
Governo brasileiro intensifica diálogo com os EUA
O governo federal já se movimenta para fortalecer sua posição nas negociações sobre minerais críticos.
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou que se reunirá ainda em outubro com o secretário de Energia dos EUA, Chris Wright, para tratar de cooperação bilateral no setor mineral.
A iniciativa busca atrair investimentos e garantir que o país participe das cadeias globais de valor voltadas à produção de baterias, semicondutores e tecnologias limpas, setores que dependem fortemente das terras raras.
Desafios e próximos passos da St George Mining em MG
Apesar do otimismo, o Projeto Araxá ainda está em fase preparatória. A mineradora precisa obter licenças ambientais e operacionais, além de finalizar o projeto técnico da mina antes de iniciar a produção comercial.
Segundo registros anteriores, o terreno de Araxá já foi testado em 2013, quando uma planta experimental conseguiu extrair minerais com 99% de pureza e eliminar resíduos radioativos de forma eficiente — resultados que reforçam o potencial do depósito.
Com o novo investimento e a cooperação com o CEFET-MG, a St George Mining espera acelerar os testes industriais e avançar rumo à decisão final de investimento, marco que confirmará oficialmente o início da construção da mina e das instalações de processamento.
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