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CEO de startup de inteligência artificial prevê que avanços tecnológicos podem eliminar funções tradicionais, gerando impacto imediato em setores administrativos e de RH nos próximos meses.
O avanço acelerado da inteligência artificial já provoca uma transformação sem precedentes no mercado de trabalho global.
Segundo Aravind Srinivas, CEO da startup de tecnologia Perplexity, profissões como recrutador e assistente executivo estão sob risco iminente de extinção devido ao desenvolvimento de sistemas cada vez mais autônomos.
O executivo afirma que, em um intervalo de seis meses a um ano, essas funções podem ser totalmente automatizadas por soluções baseadas em inteligência artificial, promovendo uma mudança significativa na forma como empresas gerenciam processos internos e interações profissionais.
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Profissões sob risco de extinção com a inteligência artificial
Durante uma entrevista ao portal The Verge em julho de 2025, Srinivas alertou que a nova geração de modelos de linguagem de grande porte, conhecidos como LLMs (Large Language Models), é capaz de executar tarefas complexas com alta precisão e rapidez.
Ele destacou que ferramentas como o ChatGPT, o Claude 4.5 e o futuro GPT-5, que estão em fase de testes, já demonstram a capacidade de realizar atividades tradicionalmente atribuídas a humanos, como triagem de currículos, coordenação de agendas, produção de relatórios e envio de comunicações personalizadas.
Entre as inovações apresentadas pela Perplexity está o Comet, um navegador inteligente equipado com inteligência artificial.
De acordo com Aravind Srinivas, o Comet realiza operações do início ao fim sem intervenção humana, incluindo busca de informações, análise de dados e execução de processos completos, como a identificação de perfis profissionais em plataformas de emprego, coleta e organização de informações relevantes e disparo de e-mails direcionados a candidatos ou parceiros.
O objetivo da ferramenta é funcionar continuamente em segundo plano, integrando-se a serviços populares como Gmail e Google Calendar para organizar compromissos, resolver conflitos de horário e até mesmo gerar resumos automáticos antes de reuniões.
Transformação no ambiente corporativo com IA
Essa automação representa um novo paradigma na administração corporativa, segundo especialistas do setor.
O navegador inteligente, além de pesquisar, atua como um agente ativo, capaz de tomar decisões operacionais que antes exigiam mão de obra especializada.
Dessa maneira, atribuições hoje desempenhadas por assistentes executivos passam a ser realizadas por algoritmos sofisticados, promovendo economia de tempo e redução de custos para as empresas.
Ao utilizar inteligência artificial para organizar compromissos, planejar eventos, compilar informações e responder e-mails, organizações podem reestruturar equipes, direcionando esforços para áreas estratégicas.
A previsão de Aravind Srinivas é respaldada por avanços recentes nos sistemas de automação baseados em LLM.
Conforme destacou em sua entrevista, tecnologias emergentes têm potencial para executar fluxos de trabalho inteiros de maneira fluida e integrada, reduzindo drasticamente a necessidade de supervisão humana.
O executivo afirmou com convicção que, “dentro de um ano, a IA será capaz de realizar todas essas funções de forma autônoma”, salientando a rapidez com que o cenário pode mudar.
Impacto da IA sobre empregos administrativos e de RH
Esse cenário, entretanto, impõe desafios imediatos ao mercado de trabalho.
Para empresas de todos os portes, a adaptação às novas tecnologias torna-se prioridade, especialmente naquelas áreas mais vulneráveis à automação de tarefas repetitivas ou estruturadas.
O impacto direto será sentido especialmente nos setores de recrutamento e administração, onde a substituição por agentes digitais já é realidade em algumas organizações internacionais.
Segundo dados recentes do Fórum Econômico Mundial, divulgados em junho de 2025, aproximadamente 83 milhões de empregos podem ser impactados pela automação globalmente até 2027, com destaque para áreas administrativas, suporte e RH.
Profissionais de recrutamento, que hoje são responsáveis por triagem, entrevistas e seleção, tendem a ver seu papel reduzido ou eliminado à medida que sistemas inteligentes assumem o controle dos processos.
O mesmo se aplica aos assistentes executivos, cujas atribuições cotidianas, como gestão de agendas e preparação de relatórios, estão entre as primeiras a serem automatizadas.
Desafios sociais e reestruturação de funções tradicionais
Especialistas em tecnologia alertam para um efeito colateral preocupante: a transição pode deixar muitos trabalhadores sem funções equivalentes para ocupar.
Apesar da expectativa de criação de novos postos de trabalho ligados ao desenvolvimento e supervisão de IA, a velocidade das mudanças pode superar a capacidade de adaptação da força de trabalho.
O tema ganhou destaque internacional após declarações do CEO da Nvidia, Jensen Huang, em julho de 2025, indicando que a inteligência artificial deve alterar ou eliminar ocupações em todos os setores.
O senador norte-americano Bernie Sanders também trouxe à tona preocupações sobre o chamado “apocalipse IA”, enfatizando a necessidade de políticas públicas que minimizem os impactos sociais e econômicos dessa transição.
A reestruturação sugerida por Srinivas implica um novo modelo de produtividade, no qual humanos atuariam principalmente como definidores de metas e supervisores de sistemas automatizados.
Instruções detalhadas a um LLM seriam suficientes para substituir dias de trabalho humano, transformando o perfil das profissões administrativas.
Ao invés de realizar tarefas, o profissional passaria a monitorar, avaliar resultados e redefinir estratégias, num cenário em que a execução cabe aos algoritmos.
O futuro dos empregos extintos pela IA
Vale destacar que, embora a inteligência artificial prometa ganhos de eficiência e maior tempo livre para atividades pessoais, como aponta Srinivas, não há consenso sobre os efeitos desse avanço para a sociedade como um todo.
Especialistas destacam a importância de preparar trabalhadores para funções de maior valor agregado, investindo em qualificação e atualização profissional.
A possível extinção do emprego de recrutador, conforme prevê Aravind Srinivas, não se dará apenas pela substituição direta por sistemas inteligentes, mas também pelo efeito indireto do encolhimento da oferta de vagas para humanos.
Em setores altamente automatizados, a própria demanda por recrutamento tende a cair, levando ao desaparecimento gradual dessas funções.
Para o executivo da Perplexity, o papel do assistente executivo e do recrutador, como se conhece hoje, pode realmente desaparecer em até um ano, impulsionado pela ascensão da inteligência artificial de última geração.
Diante desse panorama, o mercado de trabalho brasileiro deve se adaptar rapidamente para acompanhar as tendências globais, investindo em tecnologia, qualificação e novas formas de atuação profissional.
A velocidade das mudanças, entretanto, deixa em aberto uma questão fundamental: como a sociedade irá lidar com a extinção de profissões tradicionais frente ao avanço implacável da inteligência artificial?
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