Buscando apoio financeiro para modernizar frotas, o setor de transporte discute crédito para energia limpa e investimentos em tecnologias sustentáveis.
O setor de transporte rodoviário de cargas no Brasil enfrenta desafios significativos relacionados à sustentabilidade e à redução das emissões de gases de efeito estufa.
Além disso, tradicionalmente dependente de combustíveis fósseis. Esse segmento da economia gera uma parcela expressiva das emissões do país, com cerca de 93% do total do setor de transportes.
Por isso, representantes do transporte de cargas se reuniram em Brasília, em 17 de setembro de 2025, com o vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Para discutir formas de ampliar o acesso ao crédito para energia limpa destinado ao setor.
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A pauta da reunião buscou soluções que permitam ao transporte rodoviário reduzir seu impacto ambiental, sem comprometer a eficiência e a competitividade do setor.
Nesse sentido, as entidades do transporte, lideradas pela NTC&Logística, pediram ao ministério que. O setor participasse de forma efetiva das linhas de financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) voltadas a projetos de energia limpa.
Essas linhas apoiam iniciativas que promovem a descarbonização da economia e incentivam investimentos em tecnologias menos poluentes, como veículos elétricos, híbridos e movidos a biometano.
Além disso, os participantes destacaram a importância de políticas de incentivo que combinem crédito acessível, capacitação técnica e planejamento logístico.
O setor entende que somente com uma abordagem integrada será possível acelerar a transição para um transporte mais sustentável e competitivo.
Dessa forma, o Brasil consegue avançar na agenda ambiental sem comprometer a mobilidade e a entrega de cargas essenciais para o país.
Contexto histórico do transporte rodoviário e emissões
Historicamente, o transporte rodoviário no Brasil domina a movimentação de cargas. Especialmente em um país de dimensões continentais, com grandes distâncias entre centros produtores e consumidores.
Consequentemente, essa dependência do transporte por caminhões aumentou significativamente as emissões de carbono, pressionando o setor a adotar práticas mais sustentáveis.
Nos últimos anos, políticas públicas e acordos internacionais, como a Política Nacional sobre Mudança do Clima e os compromissos assumidos em conferências ambientais. Como a COP30, estimularam a busca por soluções que aliem desenvolvimento econômico e proteção ambiental.
Durante a reunião em Brasília, os representantes do transporte destacaram que o Fundo Clima, que financia iniciativas ligadas à. Logística, transporte coletivo e mobilidade urbana, ainda não atende de forma adequada o transporte de cargas.
Portanto, para que o setor avance em direção à descarbonização, o BNDES precisa oferecer linhas de crédito específicas com condições diferenciadas para financiar a renovação de frota e a modernização de infraestrutura.
Assim, empresas que investem em caminhões elétricos, híbridos ou movidos a biometano dependem diretamente de recursos financeiros acessíveis.
O encontro contou com a participação de diversas lideranças do setor, incluindo Antonio Luiz Leite, diretor financeiro da NTC&Logística; José Maria Gomes, diretor jurídico; Marcos Aurélio Ribeiro, diretor da entidade; Joyce Bessa, vice-presidente extraordinária da Pauta ESG; Urubatan Helou, conselheiro vitalício; Carlos Panzan, presidente da FETCESP; Oswaldo Vieira Caixeta Junior, presidente da ABTLP; Julio Eduardo Simões, presidente do Sindipesa; Fernanda Rezende, diretora-executiva adjunta da CNT; e João Bessa, presidente da TransJordano.
A presença dessas autoridades reforçou a relevância estratégica do tema, mostrando que a descarbonização do transporte rodoviário constitui uma prioridade nacional.
Oportunidades econômicas do crédito para energia limpa
O setor argumenta que a adoção de combustíveis mais limpos e a modernização da frota representam não apenas uma necessidade ambiental, mas também uma oportunidade econômica.
Caminhões movidos a biometano e veículos elétricos reduzem custos operacionais no longo prazo e melhoram a qualidade do ar nas cidades e regiões industriais.
Nesse contexto, o crédito para energia limpa se mostra uma ferramenta essencial para transformar o setor.
Ele permite que empresas, independentemente de seu porte, invistam em soluções sustentáveis sem comprometer seu fluxo de caixa.
A experiência internacional evidencia que o incentivo ao transporte sustentável gera benefícios significativos para a economia.
Países que adotaram políticas robustas de financiamento para veículos limpos conseguiram reduzir a dependência de combustíveis fósseis, estimular a inovação tecnológica e criar novos empregos no setor de energia renovável.
Da mesma forma, no Brasil, o potencial de crescimento é igualmente expressivo. Considerando a extensa malha rodoviária e a relevância do transporte de cargas para a economia nacional.
O crédito para energia limpa não serve apenas como mecanismo financeiro. Mas também como instrumento estratégico para impulsionar a competitividade do país em um cenário global cada vez mais voltado à sustentabilidade.
Além do mais, o investimento em transporte sustentável incentiva o desenvolvimento de novos fornecedores e tecnologias nacionais.
Empresas brasileiras podem se tornar referência na fabricação de caminhões elétricos, sistemas de biometano e infraestrutura de recarga.
Isso fortalece a indústria local e gera empregos de alta qualificação.
Portanto, o crédito para energia limpa pode impactar positivamente a economia industrial do país.
Descarbonização como agenda estratégica
Outro ponto destacado na reunião foi a importância de tratar a descarbonização como agenda estratégica, especialmente diante da realização da COP30, da qual o Brasil será sede em 2025.
O país tem a oportunidade de mostrar avanços concretos na redução de emissões, com medidas que envolvam todos os setores da economia, incluindo o transporte rodoviário de cargas.
Dessa forma, a participação do setor em linhas de financiamento voltadas à energia limpa reforça o compromisso brasileiro com a agenda climática global, ao mesmo tempo em que fortalece a capacidade produtiva e logística do país.
O debate também evidenciou a necessidade de políticas públicas integradas que combinem incentivos financeiros, regulação ambiental e apoio à inovação tecnológica.
Linhas de crédito específicas do BNDES, com condições diferenciadas para empresas de transporte de cargas, podem acelerar a transição para uma frota mais limpa.
Além disso, estimulam investimentos em infraestrutura sustentável, como postos de abastecimento de biometano e pontos de recarga elétrica para caminhões.
Com isso, esses avanços contribuem diretamente para a mitigação das mudanças climáticas e consolidam o transporte rodoviário como um setor moderno e alinhado às demandas de sustentabilidade da sociedade.
Papel histórico do financiamento sustentável
Historicamente, o financiamento voltado à sustentabilidade mostra-se decisivo para a adoção de tecnologias limpas.
No Brasil, projetos anteriores de incentivo a energias renováveis, como a energia solar e eólica, demonstraram que o acesso facilitado ao crédito permite que empresas superem barreiras financeiras e acelerem investimentos estratégicos.
No caso do transporte rodoviário, o crédito para energia limpa cumpre um papel semelhante, garantindo que iniciativas inovadoras saiam do papel e gerem impacto real na redução das emissões.
Em resumo, a reunião entre as entidades do transporte rodoviário e o vice-presidente Geraldo Alckmin representou um passo importante na agenda de descarbonização do setor.
A discussão sobre o crédito para energia limpa evidencia o compromisso das empresas e do governo em criar condições favoráveis à adoção de tecnologias sustentáveis, fortalecendo a economia e contribuindo para a preservação ambiental.
Assim, com políticas de financiamento adequadas, o transporte rodoviário de cargas no Brasil pode se tornar um exemplo de sustentabilidade, inovação e eficiência logística, alinhado às demandas de um mundo que busca soluções de baixo impacto ambiental.