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Sem os EUA, 2º maior comprador de carne bovina do Brasil, surge um novo destino para a produção nacional

Publicado em 15/08/2025 às 09:38
Carne bovina, Carne, Brasil, EUA, Tarifas
Foto: Divulgação/Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec)
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Após tarifa de 50% imposta por Trump inviabilizar vendas aos EUA, Brasil fecha acordo com Filipinas e mantém crescimento nas exportações

O Brasil perdeu o segundo maior comprador de carne bovina do país: os Estados Unidos. Com a tarifa adicional de 50% imposta por Donald Trump, as exportações se tornaram inviáveis. Produtores ainda tentam reverter a medida por meio de negociações com o mercado norte-americano.

Apesar da perda, o Brasil encontrou um novo destino para parte da produção. As Filipinas confirmaram a abertura de mercado para carne bovina com osso e miúdos, ampliando as oportunidades para o setor.

Acordo com as Filipinas

A conquista foi celebrada pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e oficializada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) nesta quarta-feira (13).

Representando o presidente Roberto Perosa, o diretor de Assuntos Estratégicos da Abiec, Julio Ramos, liderou as negociações junto ao governo filipino.

O processo contou com apoio da embaixada do Brasil nas Filipinas, chefiada pelo embaixador Gilberto Moura, e da Adidância Agrícola, parte da rede mundial de escritórios do Mapa.

A confirmação veio pelo secretário-adjunto de Pecuária das Filipinas, Benjamin Albarece, durante o Brazilian Beef Dinner. O evento reuniu 200 convidados e 20 empresas associadas, consolidando o anúncio.

Participação em evento estratégico

A missão marcou também a estreia da Abiec na WOFEX, a maior feira de alimentos e bebidas das Filipinas.

A participação ocorreu por meio do projeto Brazilian Beef, em parceria com a ApexBrasil. O objetivo foi reforçar a qualidade e a diversidade da carne bovina brasileira junto a importadores e autoridades locais.

As Filipinas ocupam a sexta posição entre os maiores compradores de carne bovina brasileira e são o segundo maior mercado no Sudeste Asiático.

Hoje, o Brasil já responde por 40% das importações do país. A ampliação de acesso abre espaço para cortes de maior valor agregado e miúdos, segundo a Abiec.

Alta nos preços nos EUA

O Brasil é o maior exportador de carne bovina para os EUA. Em 2024, foram 229 mil toneladas enviadas, com 60% destinadas à carne para hambúrguer. Para 2025, o setor previa atingir 400 mil toneladas.

Poucos dias após as tarifas entrarem em vigor em dezenas de países, os preços da carne dispararam nos EUA. Brasileiros que vivem no país relataram que a carne bovina é a mais afetada, chegando a custar US$ 69.

Com informações de Itatiaia.

Mais sobre tarifaço: Neste jogo de tarifas, a China acaba se beneficiando

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Imagem ilustrativa

EUA aumentam tarifas sobre exportações brasileiras, pressionam economia e consumo interno, enquanto China ganha espaço e reforça dependência comercial

A relação comercial entre Brasil e Estados Unidos entrou em turbulência a partir de abril de 2025. No dia 2, os EUA impuseram tarifas de 10 % sobre produtos brasileiros. Pouco mais de dois meses depois, em 9 de julho, o percentual subiu para 50 %, medida que passou a valer em 6 de agosto de 2025.

A mudança não foi pequena. A taxação alta atingiu setores estratégicos da economia brasileira, como café, carne, têxteis, calçados, frutas e eletrônicos.

Estimativas do J.P. Morgan e de centros de pesquisa indicam que cada aumento de 10 pontos percentuais em tarifas pode reduzir o PIB do Brasil entre 0,2 % e 0,3 %. Com a tarifa no patamar de 50 %, a previsão de retração chega a 1,2 % da atividade econômica.

Reação brasileira

Para conter os danos, o governo anunciou, em 13 de agosto, o pacote “Soberania-Brasil”. O programa prevê R$ 30 bilhões em linhas de crédito via Fundo Garantidor de Exportações, além de R$ 4,5 bilhões em apoio a pequenas empresas.

Há também desonerações fiscais e compras públicas estratégicas para absorver parte da produção afetada.

O objetivo é dar fôlego aos exportadores, especialmente aos que dependiam fortemente do mercado dos Estados Unidos.

O governo brasileiro aposta que o crédito e os incentivos fiscais possam evitar uma queda brusca na produção e no emprego.

Impactos nos EUA

Se a medida mira proteger a indústria interna americana, ela também provoca efeitos domésticos. Produtos como café, que já ocupam espaço importante na rotina dos consumidores, ficam mais caros. Isso pressiona a inflação e aumenta o custo de vida.

Além disso, setores como o alimentício e as redes de cafeterias afirmam que não conseguem absorver um aumento de 50 % sem repassar parte desse custo aos clientes. A perspectiva é de reajustes visíveis nos preços.

A oportunidade chinesa

No meio dessa disputa, a China aparece como grande beneficiária. Em 2024, o país já liderava a compra de produtos agrícolas brasileiros, respondendo por 73 % da soja exportada, 49 % da celulose, 46 % da carne bovina, 33 % do algodão, 29 % do açúcar, 19 % da carne suína e 11 % do frango.

Com as tarifas impostas pelos EUA, exportadores brasileiros redirecionaram cargas que antes tinham como destino o mercado americano para o chinês. Isso vale para itens como café e carne, que encontram na China uma demanda crescente.

No caso do café, os EUA compram cerca de 8 milhões de sacas brasileiras por ano. Agora, parte significativa dessa quantidade deve ir para o mercado chinês, onde o consumo cresce cerca de 20 % ao ano.

Na soja, a mudança é ainda mais expressiva. Compradores chineses fecharam contratos com o Brasil para cerca de 8 milhões de toneladas em setembro e 4 milhões em outubro.

Esse volume representa quase metade da demanda esperada e enfraquece a posição dos produtores americanos na tradicional temporada de vendas.

Quem perde, quem ganha

O Brasil sente o impacto direto da queda nas exportações para seu segundo maior parceiro comercial. Os EUA, por sua vez, enfrentam aumento de custos, perda de competitividade e inflação mais pressionada.

Enquanto isso, a China aproveita para ampliar sua participação nas importações de produtos brasileiros, consolidando ainda mais a dependência desse fornecimento.

No fim, a tarifa americana, pensada para proteger sua economia, enfraquece tanto o Brasil quanto os próprios EUA, mas fortalece a posição chinesa no comércio global.

As principais fontes consultadas para a elaboração deste artigo foram:

Agência Brasil, CBCde.org e AG Feed.

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Cleidiane
Cleidiane
18/08/2025 17:28

Esse é o momento, não só para o Brasil,mas para todos os países que são ameaçados e rebaixados pelos Estados Unidos. Ampliar o comércio, buscar novas parcerias e investir em Tecnologia e ciências. Não podemos deixar que um país se comporte como governador do mundo.

Eraldo sergio rodrigues de paiva Paiva
Eraldo sergio rodrigues de paiva Paiva(@eraldo_paivayahoo-com-br)
18/08/2025 15:48

e o roubo do inss nada

Valdo
Valdo
Em resposta a  Eraldo sergio rodrigues de paiva Paiva
18/08/2025 21:13

Começou quando o Bc de2019 abriu possibilidade de entidades abrir débito em conta sem autorização do aposentado. Quem abriu está porta?

Antônio José
Antônio José
17/08/2025 22:25

O nosso país vive de mal ao pior devido as facção estão dominando os estados e município e os bairros de nossa s cidades e as populações encurralados sem que acabe com tudo isso.

Lourenço Rodrigues Lima
Lourenço Rodrigues Lima
Em resposta a  Antônio José
18/08/2025 00:26

O Brasil vai muito bem obrigado. Não será as ameaças à soberania nacional que vão quebrar o Brasil. O país cresce em todos setores e apesar das pressões dos EUA, o país caminha crescendo diante desta crise imposta ao nosso país. Se precisamos dos EUA, eles precisam muito mais do nosso mercado, pois eles são superavitário em quase 8 bilhões de dólares por ano.

Douglas Figueiredo
Douglas Figueiredo
Em resposta a  Lourenço Rodrigues Lima
18/08/2025 17:57

Apesar do Lula e seus ministros incompetentes, o Pais cresce e encontra soluções, graças ao nosso agronegócio, tão desprezado pelo Lula…

Romário Pereira de Carvalho

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