Muito antes da era elétrica, os persas criaram um sistema de ventilação natural com torres de vento e túneis subterrâneos que ainda funciona hoje
Em pleno deserto, muito antes da existência dos aparelhos modernos, os antigos persas encontraram uma maneira de vencer o calor. Enquanto outras civilizações construíam templos e monumentos, no coração do Oriente Médio surgia uma solução engenhosa para enfrentar o clima árido: o ar-condicionado persa.
Climatização no Império Aquemênida
Esse sistema surgiu há mais de 2.000 anos, durante o Império Aquemênida. Os primeiros registros datam do século V a.C., em Persépolis, uma das capitais daquele período.
Os persas dominavam técnicas que aproveitavam o ambiente a seu favor. Construções já mostravam adaptações ao calor intenso das regiões centrais do atual Irã.
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Com o passar dos séculos, os métodos foram evoluindo. Durante o Império Sassânida, entre os anos 224 e 651 d.C., a tecnologia foi aperfeiçoada.
Mais tarde, no período islâmico medieval, ela alcançou níveis ainda mais sofisticados. Cidades como Yazd, Kerman e Kashan mantêm até hoje estruturas que revelam a engenhosidade dos antigos engenheiros persas.
Badgirs: captadores de vento
O principal componente desse sistema era o badgir, nome que significa “captador de vento”. Essas estruturas altas e estreitas ficavam no topo das construções e tinham a função de capturar as correntes de ar.
O vento entrava por essas torres, descia pelos dutos internos e empurrava o ar quente para fora, criando uma ventilação natural.
Esse processo de circulação contínua resfriava o interior das casas, mesquitas e palácios. O ar movimentava-se sem necessidade de energia elétrica ou qualquer mecanismo moderno.
A ajuda dos qanats e da água fria subterrânea
Os badgirs funcionavam ainda melhor quando ligados aos qanats, túneis subterrâneos que levavam água das montanhas até as cidades.
Ao passar por esses canais, o vento captado pelas torres era resfriado pela água e pela temperatura do solo. Isso resultava em ambientes internos até 10 °C mais frescos do que do lado de fora.
Era uma solução eficaz e sustentável. A água também era armazenada em cisternas subterrâneas, o que ampliava o resfriamento do ar antes que ele circulasse nos cômodos das construções.
Materiais que ajudam no conforto térmico
As construções eram feitas com tijolos de barro e adobe. Esses materiais têm alta massa térmica, ou seja, ajudam a manter o ambiente fresco durante o dia e liberam calor lentamente à noite. Isso contribuía para um clima interno equilibrado, mesmo sob o sol forte do deserto.
Hoje, cidades como Yazd ainda preservam esses sistemas. Funcionam quase da mesma forma que há séculos. São exemplos de arquitetura bioclimática — quando o projeto leva em conta o clima local e dispensa energia elétrica.
Em tempos de crise climática, esse tipo de tecnologia ancestral ganha destaque. O sistema persa prova que é possível buscar conforto sem agredir o meio ambiente.
Ar-condicionado persa: Legado que atravessa séculos
O ar-condicionado persa é uma das maiores provas de que conhecimento e criatividade podem surgir em qualquer lugar. Não depende de tecnologia moderna. Depende de adaptação e respeito ao clima.
Mais do que um feito antigo, é uma lição sobre como construir de forma inteligente. Uma ideia simples, natural e eficiente, que continua ensinando até hoje.
Com informações de Revista Fórum.
Os persas hoje Irã foram o primeiros a realizar cirurgias interna século 12 dc
O que eles usavam para anestesiar o paciente?