Com o aumento das vendas de carros elétricos no Brasil, seguradoras ajustam produtos e oferecem coberturas específicas para atender à nova demanda, incluindo proteção para cabos e estações de recarga.
O mercado de seguros para carros elétricos no Brasil está em plena transformação. Com as vendas desses veículos avançando rapidamente, as seguradoras têm investido em soluções personalizadas para atender às necessidades de motoristas que optam pela mobilidade sustentável.
Dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) mostram que, apenas no primeiro semestre de 2025, foram emplacadas 86.849 unidades, crescimento de 9,5% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O impacto das seguradoras diante do avanço dos elétricos
Esse aumento expressivo nas vendas obrigou as companhias de seguros a reverem seus portfólios. Produtos específicos passaram a ser desenvolvidos, com coberturas que consideram desde a alta tecnologia embarcada até o custo das peças de reposição. A ideia é oferecer tranquilidade ao consumidor sem elevar significativamente o preço das apólices.
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Bradesco Seguros: pioneirismo no atendimento a elétricos
Em 2023, a Bradesco Seguros lançou uma linha de proteção exclusiva para veículos elétricos, abrangendo modelos de até R$ 1,2 milhão. Entre os diferenciais, está o reboque até o ponto de recarga em caso de pane seca da bateria. A empresa também incluiu coberturas adicionais, como assistência para faróis, vidros, retrovisores — inclusive blindados — e lanternas.
De acordo com Saint’Clair Lima, diretor de Produtos da seguradora, a companhia ainda inovou ao oferecer cobertura para cabos de carregamento e carregadores portáteis. Além disso, disponibiliza um guia de boas práticas com recomendações para aumentar a durabilidade do veículo, enviado junto ao Kit de boas-vindas.
Allianz Seguros: tecnologia e dados para precificação
Outra gigante do setor, a Allianz Seguros, também se adaptou ao novo cenário. Conforme explica Fábio Morita, diretor executivo da empresa, o valor do seguro para carros elétricos é definido com base em múltiplas variáveis. Entre elas estão o perfil do condutor, idade, histórico de direção, região de pernoite e custo de reparação.
Fatores específicos, como a disponibilidade de peças e a qualificação técnica das oficinas, também pesam na precificação. Morita reforça: “Nós temos investido constantemente em tecnologia e análise de dados para acompanhar a evolução dos veículos elétricos. Esse olhar atento ao mercado permite uma precificação cada vez mais aderente à realidade desses veículos, conciliando inovação e proteção.”
Coberturas diferenciadas para recarga residencial
A Allianz foi além e incluiu em seu portfólio uma cobertura voltada às estações de recarga residencial. A proteção é válida para equipamentos instalados na casa do motorista, desde que estejam em conformidade com as normas técnicas. Essa medida amplia a segurança do proprietário, considerando que grande parte dos carregamentos ocorre em ambiente doméstico.
Embora componentes de carros elétricos possam parecer mais caros, especialistas apontam que o preço dos seguros não se distancia muito dos valores praticados para veículos a combustão. Segundo executivos do setor, a definição do valor segue a mesma lógica: riscos do veículo, perfil do motorista e tipos de cobertura escolhidos.
Assim, a tendência é que o mercado de seguros acompanhe o crescimento dos elétricos, criando soluções acessíveis, ao mesmo tempo em que fortalece a confiança do consumidor nessa nova era da mobilidade.