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Secar roupas atrás da geladeira pode aumentar a conta de luz e danificar o motor, alerta especialista em eficiência energética

Publicado em 16/10/2025 às 10:50
Secar roupas atrás da geladeira eleva a conta de luz, gera calor, sobrecarrega o motor e reduz a eficiência energética do aparelho.
Secar roupas atrás da geladeira eleva a conta de luz, gera calor, sobrecarrega o motor e reduz a eficiência energética do aparelho.
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Prática comum eleva a conta de luz, danifica o motor e pode reduzir a vida útil do seu eletrodoméstico; especialista em eficiência energética explica os perigos.

O hábito de secar roupas atrás da geladeira, embora pareça uma solução prática para dias chuvosos ou para quem tem pouco espaço, esconde riscos significativos que vão muito além da simples umidade. De acordo com o portal techtudo, essa prática comum cria um “efeito cobertor” que aprisiona o calor, interferindo diretamente no ciclo de refrigeração e forçando o motor a trabalhar muito mais do que o necessário. Inicia-se, assim, uma reação em cadeia perigosa: o calor acumulado exige mais esforço do compressor, que por sua vez consome mais energia elétrica, se desgasta de forma acelerada e pode até queimar. Como consequência, o valor na conta de luz dispara e a vida útil do equipamento pode ser drasticamente reduzida.

Segundo Welhiton Adriano de Castro Silva, engenheiro de eficiência energética da Cemig, obstruir a parte traseira da geladeira impede a correta dissipação de calor, um processo físico vital para a refrigeração. O resultado é um ciclo vicioso de superaquecimento e desgaste que, além de poder levar a falhas prematuras e a uma conta de luz mais alta, compromete a eficiência geral do aparelho a longo prazo, tornando-o cada vez mais “gastão”. Entender por que esse costume doméstico é tão prejudicial é o primeiro passo para evitar problemas e despesas que poderiam ser facilmente evitadas.

Por que a prática compromete tanto o equipamento?

A parte traseira de uma geladeira, onde fica o condensador (a famosa “grade”), é projetada para trocar calor com o ambiente, funcionando de maneira similar ao radiador de um carro.

É ali que o calor retirado de dentro do aparelho é liberado para fora.

Quando roupas úmidas ou qualquer outro objeto são colocados ali, eles criam uma barreira isolante que dificulta drasticamente essa troca térmica.

Isso força o compressor, o coração da geladeira, a operar por mais tempo e com maior intensidade para conseguir manter a temperatura interna baixa.

É como tentar se refrescar em um dia quente usando um casaco pesado; o corpo (motor) precisa trabalhar em dobro, gerando um esforço contínuo, um superaquecimento e um gasto de energia completamente desnecessário.

“Se eu coloco um pano, por exemplo, para secar atrás da geladeira, vou impedir a circulação de ar. Com isso, a troca de calor demora mais.

Esse atraso faz com que o motor trabalhe de forma mais intensa por mais tempo”, explica o engenheiro.

Além do severo desgaste mecânico, a combinação de umidade constante e calor cria um ambiente ideal para a proliferação de mofo e fungos na parede e no motor, causando manchas, mau cheiro e potenciais problemas respiratórios para os moradores.

Pior ainda, o risco elétrico não deve ser subestimado: a umidade pode, com o tempo, degradar o isolamento da fiação e oxidar contatos, abrindo caminho para curtos-circuitos que podem danificar componentes eletrônicos caros ou, em casos mais graves, causar um princípio de incêndio.

Geladeiras novas e modelos Frost Free também são afetados?

Muitas pessoas acreditam que os modelos mais modernos, especialmente os do tipo Frost Free que não possuem a grade traseira aparente, estão imunes a esse problema. No entanto, isso é um engano perigoso e custoso.

Embora o sistema de dissipação de calor seja diferente muitas vezes com o calor sendo liberado pelas paredes laterais ou por uma pequena ventoinha na base do aparelho, a necessidade de ventilação adequada continua existindo e é igualmente crucial.

O projeto de engenharia desses aparelhos pressupõe, sem exceção, que o ar circulará livremente ao seu redor para que o sistema funcione com eficiência máxima.

Mesmo nessas geladeiras, a troca de calor ocorre de forma planejada por essas superfícies ou aberturas específicas.

Obstruir essas áreas com roupas tem exatamente o mesmo efeito prejudicial: o motor é sobrecarregado, o consumo de energia aumenta e os componentes internos se desgastam mais rápido.

Não é à toa que os manuais de instrução sempre especificam uma distância mínima de vários centímetros entre o aparelho e as paredes.

Essa recomendação não é uma simples sugestão, mas uma condição de fábrica para a operação correta e segura do produto.

Ignorá-la, seja por posicionamento incorreto ou ao secar roupas no local, é utilizar o aparelho de forma inadequada, o que pode até mesmo anular a garantia do fabricante em caso de defeito.

O impacto real na conta de luz

Sim, secar roupas atrás da geladeira definitivamente aumenta a conta de luz, e o impacto pode ser muito maior do que se imagina.

A geladeira já é um dos maiores consumidores de energia de uma residência por funcionar 24 horas por dia.

Qualquer fator que reduza sua eficiência energética, por menor que pareça, terá um reflexo direto e contínuo no bolso.

Tentar secar roupas ali é como dirigir um carro com o freio de mão levemente puxado: ele até se move, mas o motor precisa queimar muito mais combustível para vencer a resistência, resultando em um desperdício constante.

Embora seja difícil cravar um percentual exato de aumento, o prejuízo financeiro é uma certeza.

“Embora não seja possível estimar exatamente se o aumento será de 5% ou 10%, uma coisa é certa: haverá desperdício.

Isso porque o motor da geladeira terá que trabalhar por mais tempo, o que significa maior consumo de energia”, afirma Welhiton.

Ele ressalta que aparelhos mais antigos são ainda mais vulneráveis, pois seus motores naturalmente já perderam parte da eficiência original e o isolamento térmico pode estar desgastado.

Nesses casos, adicionar mais um obstáculo ao funcionamento do aparelho tem um efeito cumulativo e amplificado, acelerando o desgaste e inflando a fatura mensal de forma ainda mais expressiva.

Os danos vão além do consumo de energia

O aumento na conta de luz é apenas a ponta do iceberg e, muitas vezes, o menor dos prejuízos. O superaquecimento constante do compressor é o dano mais grave e silencioso, pois essa peça é fundamental e sua troca costuma ter um custo elevado.

Muitas vezes, o valor do conserto, incluindo a peça e a mão de obra, pode chegar perto do preço de uma geladeira nova e mais eficiente, tornando a “economia de tempo” uma péssima decisão financeira.

Quando o motor é forçado a operar em temperaturas acima do normal, sua eficiência diminui e o risco de falhas prematuras aumenta consideravelmente, podendo inutilizar a geladeira muito antes do fim de sua vida útil projetada.

Além disso, a prática pode gerar problemas elétricos em cascata, especialmente perigosos em residências com instalações antigas ou inadequadas.

O engenheiro alerta que, embora o risco de um incêndio imediato seja baixo, a umidade constante próxima a componentes elétricos nunca é uma combinação segura.

A corrosão pode se instalar nos terminais, o isolamento dos fios pode se deteriorar lentamente e a placa eletrônica pode ser danificada.

“Esses hábitos errados diminuem a vida útil do equipamento. O motor trabalha mais, o sistema aquece e, com o tempo, você reduz o desempenho”, conclui o especialista. É um pequeno hábito com potencial para causar uma grande e cara dor de cabeça.

Você já teve o costume de secar roupas ou sapatos atrás da geladeira? Sabia de todos esses riscos? Compartilhe sua experiência nos comentários sua história pode ajudar outras pessoas a não cometerem o mesmo erro.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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