Satélites dos EUA identificam, na China, o maior laboratório de fusão nuclear do mundo. Entenda como a China deu um passo significativo em geração de energia nuclear.
Imagens de satélites dos EUA divulgadas em janeiro de 2025 revelam que a China está construindo um grande centro de pesquisa de fusão nuclear na cidade de Mianyang, no sudoeste do país. Especialistas indicam que a instalação, denominada Laboratório de Dispositivos Principais de Fusão a Laser, possui quatro braços externos que abrigarão compartimentos de laser e uma câmara central de experimentos destinada à fusão de isótopos de hidrogênio, e que seria o maior laboratório de fusão nuclear do mundo. Estima-se que a câmara de experimentos seja cerca de 50% maior que a da National Ignition Facility (NIF) dos Estados Unidos, atualmente a maior do mundo. Esse avanço pode ter implicações significativas tanto na geração de energia quanto no aprimoramento das capacidades nucleares da China.
A importância do projeto de energia nuclear da China
Este projeto de energia nuclear, descoberto por satélites dos EUA, ainda amplamente desconhecido do público em geral, intriga tanto quanto preocupa. A fusão nuclear, uma tecnologia complexa, visa replicar as reações de energia do Sol. Contudo, além de suas aplicações civis, este tipo de pesquisa também pode servir para aprimorar as armas nucleares sem violar tratados internacionais.
O maior laboratório de fusão nuclear do mundo localizado na China ultrapassa o tamanho da American National Ignition (NIF). Com uma baía experimental 50% maior, ele pode se tornar o maior local de fusão de energia nuclear do mundo. Os quatro braços de laser convergindo para uma câmara central lembram a estrutura do NIF, contudo em uma escala muito mais ambiciosa.
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Essa instalação encontrada por satélites dos EUA é parte de uma estratégia chinesa para recuperar o atraso no campo de energia nuclear. A China conduziu menos testes nucleares que os EUA ou a Rússia, e este laboratório pode possibilitar que ela simule explorações e melhore suas armas sem recorrer a testes reais.
Entenda como funciona um laboratório de fusão nuclear
A fusão de energia nuclear envolve a compressão de isótopos de hidrogênio usando poderosos lasers para gerar uma reação o nuclear. Apesar dessa tecnologia ser frequentemente vista como uma forma para gerar energia renovável, ela também interessa aos militares. De fato, essa tecnologia possibilita simular as condições extremas de uma explosão nuclear, ao mesmo tempo, em que cumpre tratados com outros países.
Tratados internacionais, como o Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBT) proíbem explosões nucleares reais. Contudo, experimentos de fusão nuclear a laser, como no maior laboratório de fusão nuclear na China, que foi encontrado por satélites dos EUA, são considerados “subcríticos”, o que significa que não produzem uma reação em cadeia descontrolada.
Desta forma, o novo laboratório de energia nuclear permite, portanto, estudar as propriedades dos materiais nucleares e as condições de fusão sem violar nenhum acordo. Para a China, o maior laboratório de fusão nuclear do mundo representa uma chance de se desenvolver em duas áreas principais: energia e militar. Contudo, essa dualidade levanta questões sobre o verdadeiro objetivo de Pequim, principalmente em um contexto de crescentes tensões geopolíticas.
China não é a única investindo em energia nuclear
A China, com o maior laboratório de fusão nuclear do mundo, não é o único país investindo em fusão nuclear a laser.
Os EUA, a França e outras potências nucleares já possuem locais parecidos. Contudo, a escala do projeto chinês pode redefinir os equilíbrios tecnológicos e estratégicos. À medida que a corrida pela fusão ganha força, a comunidade internacional deve encontrar um equilíbrio entre a prevenção de riscos militares e a cooperação científica. Este projeto ilustra perfeitamente esse desafio duplo.
Vale destacar que a fusão nuclear é uma reação física onde dois núcleos atômicos leves, como os de hidrogênio, se unem para formar apenas um núcleo mais pesado, liberando uma quantidade de energia imensa. Esse processo está em ação nas estrelas, como o Sol, onde as temperaturas e pressões extremas permitem que os núcleos superem sua repulsão elétrica.
Fonte: Reuters