Reajuste estadual elevou o piso para R$ 1.804, mas nem todos os trabalhadores foram beneficiados
O recente aumento no salário mínimo em São Paulo trouxe dúvidas sobre quem, de fato, foi contemplado com o reajuste. Apesar do novo valor de R$ 1.804 ter entrado em vigor em 1º de julho de 2025, ele não vale automaticamente para todos os trabalhadores paulistas.
A medida é válida apenas para categorias sem piso salarial definido por convenções coletivas ou legislação federal. Isso significa que boa parte da população economicamente ativa permanece regida por outros critérios de remuneração.
Quem teve direito ao aumento no salário mínimo?
O novo piso estadual abrange profissionais como trabalhadores domésticos, cuidadores, garçons, pedreiros, cabeleireiros, motoboys, vendedores e operadores de máquinas, entre outras ocupações sem negociação coletiva. A justificativa do governo para o reajuste é o custo de vida mais alto em São Paulo e a necessidade de garantir ganho real acima da inflação.
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A Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) aprovou a lei que fixou o salário mínimo estadual em R$ 1.804, valor 18,8% acima do piso nacional, atualmente em R$ 1.518. O objetivo é corrigir defasagens e reduzir desigualdades em profissões com menor poder de barganha.
Quem ficou de fora do reajuste?
O aumento no salário mínimo paulista não se aplica a:
- Profissionais com piso definido em convenções ou acordos coletivos
- Servidores públicos federais
- Aposentados e pensionistas do INSS
Esses grupos seguem regras próprias de remuneração e não estão sujeitos à legislação estadual. Portanto, continuam recebendo conforme os parâmetros nacionais ou acordados entre sindicatos e empresas.
Quais categorias estão incluídas?
A lista de beneficiados é extensa e inclui funções de baixa escolaridade, atividades operacionais, serviços gerais e setores que, tradicionalmente, não possuem representação sindical forte. Entre elas:
- Trabalhadores de limpeza e conservação
- Cuidadores, auxiliares de serviços gerais, lavadeiros
- Operadores de máquinas da construção civil e agrícola
- Vendedores, cobradores, garçons, motoboys
- Profissionais de beleza e estética
- Técnicos de manutenção e telecomunicações
A medida também contempla profissionais como digitadores, telefonistas, atendentes de transporte, marceneiros, encanadores e soldados industriais, entre muitos outros listados no decreto estadual.
Por que São Paulo tem um salário mínimo mais alto?
O estado tem autonomia legal para definir um piso próprio, desde que respeite o mínimo federal como base. A diferença é explicada principalmente pelos seguintes fatores:
- Custo de vida elevado nas regiões metropolitanas
- Pressão inflacionária local acima da média nacional
- Política estadual de valorização do trabalho informal e de base
Segundo o governo, a meta é promover justiça social e fortalecer a economia regional a partir da renda dos trabalhadores de menor faixa salarial.
E os pisos mais altos do Brasil?
Apesar do avanço em São Paulo, algumas profissões continuam com remuneração média muito acima do mínimo estadual. De acordo com levantamento nacional:
- Oficiais maquinistas em navegação: R$ 24.686
- Diretores e gerentes gerais: R$ 20.678
- Médicos especialistas: R$ 20.140
Esses valores são referência apenas para profissões com regulamentação específica ou alta qualificação técnica.
Você foi impactado por esse reajuste? Seu setor foi contemplado? Conte pra gente como isso muda sua rotina — queremos ouvir a sua experiência real nos comentários.