Saiba o quão dependente seu estado é em relação ao EUA em suas exportações! Saiba também os produtos que terão impacto significativo.
Uma análise aprofundada da Confederação Nacional da Indústria (CNI), divulgada nesta terça-feira, 29 de julho de 2025, joga luz sobre a intrincada teia comercial que une o Brasil aos Estados Unidos.
Os dados, que revelam os Estados com maior dependência dos EUA em suas exportações em 2024, destacam a importância desse parceiro econômico para diversas regiões brasileiras.
Contudo, um novo fator se impõe com urgência: a iminência de novas tarifas que entrarão em vigor em 1º de agosto, e que terão um impacto significativo sobre produtos-chave como café não torrado, carnes congeladas, açúcar, soja e produtos siderúrgicos.
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Essa medida adiciona uma camada de complexidade e incerteza a essa relação vital.
O estudo da CNI, portanto, ganha ainda mais relevância, detalhando não apenas a intensidade dessa conexão, mas também os produtos que impulsionam essas trocas, oferecendo um panorama crucial para o planejamento estratégico de empresas e governos.
O coração da dependência comercial: o Ceará na liderança e a força da tecnologia
A pesquisa da CNI desenha um mapa claro da dependência estadual. O Ceará figura como o estado com a maior fatia de suas exportações destinadas ao mercado norte-americano.
Em 2024, impressionantes 44,9% de tudo que vendeu para o exterior teve os EUA como destino.
O principal motor dessa relação são os equipamentos de telecomunicação, com destaque para fibras ópticas e cabos, evidenciando a robustez de sua indústria de alta tecnologia e o seu papel na cadeia global de suprimentos.
Diversidade de produtos e regiões: do sudeste ao nordeste do país
Seguindo a ordem de dependência, o Espírito Santo aparece em segundo lugar, com 28,6% de suas exportações indo para os EUA em 2024.
Este estado se destaca pela variedade de produtos, que vão desde café e granitos até produtos manufaturados, refletindo sua vocação para o comércio exterior.
Em seguida, a Paraíba direciona 21,6% de suas vendas externas para os EUA.
Embora os detalhes dos produtos específicos não sejam tão proeminentes quanto os líderes, a representatividade mostra a importância do mercado norte-americano para a economia paraibana.
Fechando os estados de maior dependência nesse recorte, Sergipe registrou 17,1% de suas exportações para os Estados Unidos em 2024.
A presença do estado nordestino reforça a abrangência da influência econômica dos EUA em diferentes regiões do Brasil.
Veja todos os estados:
O impacto das novas tarifas a partir de 1º de agosto: produtos chave em alerta
Os dados da CNI para 2024 são um reflexo da maturidade da relação comercial entre Brasil e EUA, que vai muito além das commodities e se estende a produtos manufaturados e de alta tecnologia.
No entanto, o cenário atualiza-se com a notícia da imposição de novas tarifas que começam a valer a partir de 1º de agosto.
Essa medida é particularmente preocupante, pois alguns dos principais produtos da pauta de exportações brasileira serão os mais atingidos por essa tarifação.
Os itens que deverão sentir mais fortemente o impacto são: café não torrado, carnes congeladas, açúcar, soja e produtos siderúrgicos.
Essa medida pode impactar diretamente a competitividade desses produtos no mercado norte-americano, tornando-os mais caros para o consumidor final nos EUA e, consequentemente, desestimulando a demanda. Isso afetará especialmente aqueles estados com forte produção e exportação desses bens.
A elevação dos custos de importação para os EUA pode desestimular compradores e forçar produtores brasileiros a buscar mercados alternativos ou a absorver parte desse custo, o que afetaria suas margens de lucro.
Para os estados que lideram essa dependência e para os setores produtores desses bens, o desafio é triplo: ao mesmo tempo em que aprofundam os laços com um parceiro confiável, precisam explorar novos mercados e adaptar suas estratégias para mitigar os efeitos dessas novas barreiras tarifárias, garantindo maior resiliência econômica diante de flutuações geopolíticas ou econômicas.
Essa forte conexão com os Estados Unidos, o maior mercado consumidor do mundo, representa uma porta de entrada valiosa para empresas brasileiras e um selo de qualidade para os produtos exportados.
Contudo, a lição que os dados da CNI e o novo cenário tarifário trazem é clara: fortalecer e diversificar as parcerias comerciais, além de monitorar de perto as políticas comerciais internacionais, é essencial para a saúde econômica de cada estado e, por extensão, de todo o Brasil.
Qual será o real impacto dessas tarifas nos próximos meses? Acompanharemos de perto os desdobramentos.