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Sabesp compra controle da Emae por R$ 1,13 bilhão e assume usinas que geram energia com águas do rio Pinheiros e da Billings

Publicado em 05/10/2025 às 11:51
Sabesp compra Emae por R$ 1,13 bilhão e fortalece a geração de energia em São Paulo, integrando o rio Pinheiros e a represa Billings.
Sabesp compra Emae por R$ 1,13 bilhão e fortalece a geração de energia em São Paulo, integrando o rio Pinheiros e a represa Billings.
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Negócio de R$ 1,13 bilhão amplia o alcance da Sabesp no setor elétrico e fortalece a segurança hídrica da Grande São Paulo, ao integrar sistemas de abastecimento e geração de energia das represas Billings e Guarapiranga.

A Sabesp compra controle da Emae e passa a administrar parte estratégica do sistema hídrico e energético paulista. A operação, fechada por R$ 1,13 bilhão, envolve 70,1% do capital total da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae), marcando um movimento inédito de integração entre saneamento e geração elétrica no estado de São Paulo.

De acordo com o portal da folha de S. Paulo, o negócio foi estruturado em duas etapas: a Sabesp adquiriu 74,9% das ações ordinárias da Emae que pertenciam ao Fundo Phoenix Água e Energia, por R$ 59,33 por ação, e 66,8% das ações preferenciais detidas pela Eletrobras, a R$ 32,07 por ação. As transações ainda dependem de aprovação dos órgãos reguladores e de defesa da concorrência.

Operação estratégica e impactos na segurança hídrica

Com a aquisição, a Sabesp assume o controle das usinas que utilizam as águas do rio Pinheiros e da represa Billings para gerar energia, fortalecendo sua posição na gestão integrada dos recursos hídricos da Região Metropolitana.

A empresa afirma que a operação melhora a capacidade de enfrentamento dos efeitos das mudanças climáticas, além de aumentar a segurança hídrica e gerar receitas adicionais com contratos de longo prazo no setor elétrico.

Segundo comunicado da companhia, a integração permitirá uma gestão conjunta dos sistemas Billings e Guarapiranga, reduzindo riscos de escassez e aumentando a eficiência operacional entre o tratamento de água e a geração de energia.

A estratégia também cria sinergias financeiras, já que os contratos da Emae são indexados à inflação e oferecem previsibilidade de receita.

Como o negócio foi consolidado

O Fundo Phoenix, administrado pela gestora Trustee DTVM e ligado ao empresário Nelson Tanure, havia arrematado a Emae em abril de 2024, em um leilão público que movimentou R$ 1,04 bilhão e superou as ofertas da francesa EDF e da Matrix Energia.

Com a nova compra, a Sabesp herda a estrutura consolidada da Emae e consolida seu avanço no setor de energia limpa.

A Emae, fundada em 1998, era a última empresa de energia sob controle do governo paulista, remanescente da antiga Eletropaulo.

Após 26 anos de atuação estatal, passou por privatização e agora chega ao controle da Sabesp, que busca ampliar o escopo de atuação em infraestrutura essencial.

O papel das usinas da Emae

A Emae opera quatro usinas de geração de energia no estado de São Paulo, totalizando 960,8 megawatts (MW) de potência instalada.

A principal delas é o Complexo Henry Borden, em Cubatão, com 889 MW, onde a força das águas do rio Pinheiros é convertida em energia elétrica.

Para alimentar as turbinas, o curso natural do rio Tietê é invertido: as águas são bombeadas para a represa Billings, seguem até Rio das Pedras e despencam por túneis escavados na Serra do Mar até chegar aos geradores do complexo.

Esse sistema aproveita o desnível de altitude para gerar energia de forma contínua e renovável.

Além das usinas, a Emae administra os reservatórios da Billings, Guarapiranga e Pirapora, além de barragens, diques e balsas que compõem o sistema de controle de cheias e transporte fluvial do rio Pinheiros trechos agora integrados à gestão da Sabesp.

Ganhos ambientais e econômicos

O acordo é visto como um avanço para a integração entre saneamento e energia, dois setores que historicamente operaram de forma separada.

A Sabesp passa a ter acesso direto à geração elétrica a partir de recursos hídricos, reduzindo custos operacionais e criando uma estratégia de autossuficiência energética.

A empresa também destaca os ganhos ambientais, já que a operação conjunta dos reservatórios favorece o controle da qualidade da água e o uso racional dos recursos naturais.

Segundo especialistas, essa integração pode se tornar modelo para outras regiões metropolitanas, especialmente em um cenário de escassez hídrica crescente.

O perfil econômico da Emae

Fundada em 1998, a Emae conta com 376 funcionários e registrou lucro líquido de R$ 150,5 milhões em 2023, com receita líquida de R$ 603,3 milhões.

Os números reforçam o peso da operação para a Sabesp, que passa a administrar um ativo com alto potencial de rentabilidade e impacto ambiental positivo.

Com a aquisição, a Sabesp também reforça sua posição de liderança em infraestrutura hídrica e energética no país, consolidando o controle de ativos estratégicos em São Paulo e se aproximando de um modelo de gestão que alia sustentabilidade, eficiência e retorno econômico.

A compra da Emae representa um marco na história da Sabesp, que expande sua atuação para além do saneamento e entra de forma direta no setor de energia renovável.

O negócio de R$ 1,13 bilhão reposiciona a companhia como um agente integrado de sustentabilidade e infraestrutura, com atuação simultânea em água, esgoto e geração elétrica.

Você acha que a entrada da Sabesp no setor de energia é um passo estratégico ou um desvio do foco principal da companhia? Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir quem acompanha de perto o impacto desse tipo de operação no futuro dos serviços públicos.

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Maria Heloisa Barbosa Borges

Falo sobre construção, mineração, minas brasileiras, petróleo e grandes projetos ferroviários e de engenharia civil. Diariamente escrevo sobre curiosidades do mercado brasileiro.

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