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Rússia entregou tecnologia militar secreta a Maduro na Venezuela: sistema C4ISR usado por exércitos de elite ajudou regime a reprimir protestos e rastrear opositores em tempo real

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 17/10/2025 às 13:23
Documentos revelam que a Rússia forneceu tecnologia militar secreta a Maduro, usada para reprimir protestos e controlar forças de segurança na Venezuela
Documentos revelam que a Rússia forneceu tecnologia militar secreta a Maduro, usada para reprimir protestos e controlar forças de segurança na Venezuela
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Arquivos sigilosos mostram que Moscou transferiu para a Venezuela um avançado sistema de comando e vigilância usado apenas por potências militares. A tecnologia permitiu a Nicolás Maduro coordenar operações contra protestos e ampliar o controle sobre forças de segurança

Documentos vazados revelaram que a Rússia forneceu secretamente tecnologia militar avançada ao governo de Nicolás Maduro para fortalecer sua capacidade de controle interno e reprimir protestos em massa.

A transferência envolveu componentes do sofisticado sistema C4ISR — sigla para comando, controle, comunicações, computadores, inteligência, vigilância e reconhecimento — considerado uma das ferramentas mais poderosas disponíveis para forças armadas modernas.

Esses sistemas integram diferentes camadas militares e tecnológicas em uma única rede operacional, conectando tropas, equipamentos e informações estratégicas em tempo real.

Apenas um número restrito de países, como Estados Unidos, Rússia, China e alguns membros da OTAN, possuem versões completas do C4ISR, cujo desenvolvimento exige recursos imensos e know-how tecnológico altamente especializado.

Exportações desse tipo de tecnologia são extremamente raras e normalmente restritas até mesmo a aliados estratégicos.

Por isso, a revelação de que Moscou transferiu componentes do sistema à Venezuela surpreendeu analistas internacionais e levantou preocupações sobre o uso desses recursos para fins de repressão interna.

A operação secreta: do projeto SWORD a Caracas

A primeira revelação sobre a exportação do C4ISR surgiu quando o grupo hacker BlackMoon publicou documentos sobre a transferência da tecnologia russa para a China, no âmbito de um projeto chamado “SWORD”. A operação chamou atenção global, e especialistas do Royal United Services Institute (RUSI) alertaram que tais capacidades poderiam ser usadas futuramente em uma eventual invasão de Taiwan.

Entretanto, investigações adicionais conduzidas pela UNITED24 Media mostraram que a China não foi a única beneficiária.

Partes do sistema, incluindo a unidade móvel de comando APE-MB-E, foram enviadas à Venezuela, onde contribuíram diretamente para manter Maduro no poder mesmo diante de protestos massivos contra seu governo.

Os documentos obtidos contêm correspondências internas entre a estatal russa de exportação de armas e seus fornecedores, comprovando que Moscou ofereceu os sistemas a Caracas já em 2018.

A decisão representou uma exceção estratégica, já que até então tecnologias semelhantes haviam sido compartilhadas apenas com a Bielorrússia, um aliado próximo da Rússia.

O uso do APE-MB-E no controle interno

A unidade APE-MB-E, recebida pela Venezuela, é descrita como um posto de comando móvel altamente equipado.

O veículo contém computadores integrados, comunicação via satélite, sistemas de vigilância por vídeo e navegação por GPS.

Essa estrutura permite criar redes seguras de comunicação entre unidades militares e de segurança, além de oferecer à liderança a capacidade de monitorar movimentações de tropas e coordenar ações de polícia, exército e agências de inteligência em tempo real.

Embora oficialmente descrito como um “sistema de resposta a emergências”, o equipamento pode ser facilmente empregado para controle centralizado durante manifestações ou distúrbios civis. A carta analisada confirma a prontidão para entregar oito unidades APE-MB-E ao “Cliente nº 862” — codinome usado para a Venezuela — e prevê o desenvolvimento de uma versão adaptada com interface e documentação em espanhol.

Contrato e concessões financeiras

O contrato, com prazo de execução de 25 meses a partir da assinatura, foi formalizado pela Rosoboronexport, monopólio estatal russo de exportação de armas.

Além disso, a empresa chegou a solicitar uma redução no preço do pedido venezuelano, sinalizando a importância geopolítica do acordo para Moscou.

A transferência da tecnologia C4ISR para a Venezuela expõe a profundidade da cooperação militar entre os dois países e reforça a estratégia do Kremlin de apoiar regimes aliados fora de seu círculo tradicional.

Para Maduro, a chegada do sistema significou um reforço decisivo em sua capacidade de manter o controle interno — inclusive diante de protestos populares de grande escala.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor.

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