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Investimento de R$ 150 milhões inaugura usina no RS capaz de gerar gás para 12,5 mil botijões por dia a partir de lixo

Escrito por Débora Araújo
Publicado em 16/09/2025 às 11:57
Investimento de R$ 150 milhões inaugura usina no RS capaz de gerar gás para 12,5 mil botijões por dia a partir de lixo
Investimento de R$ 150 milhões inaugura usina no RS capaz de gerar gás para 12,5 mil botijões por dia a partir de lixo
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Unidade Biometano Sul, em Minas do Leão, recebeu R$ 150 milhões em investimentos e promete reduzir 1 milhão de toneladas de gases estufa em 15 anos, gerando energia limpa no estado.

O Rio Grande do Sul deu um passo inédito na transição energética nesta segunda-feira (15). Entrou em funcionamento a primeira planta de biometano instalada em um aterro sanitário do estado, localizada em Minas do Leão, a 100 km de Porto Alegre. A usina vai transformar resíduos orgânicos em gás renovável, capaz de abastecer a indústria e, futuramente, setores como transporte e geração elétrica.

Capacidade de produção impressiona

A unidade, chamada de Biometano Sul, terá capacidade para produzir diariamente o equivalente a 12,5 mil botijões de gás. Esse resultado vem do aproveitamento do lixo descartado por 85 municípios gaúchos.
Na prática, a iniciativa fecha um ciclo: aquilo que antes era apenas descarte, agora gera energia limpa e combustível sustentável.

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Além disso, a planta já contribui com a própria matriz energética da CRVR.
Na unidade, o biogás vem sendo usado para gerar cerca de 8,5 megawatts/hora, abastecendo parte das operações.

Investimento bilionário em expansão

A construção contou com um investimento de R$ 150 milhões, dividido entre o grupo Solví, controlador da CRVR, e a Arpoador Energia. Os gestores ressaltam que, além do impacto ambiental positivo, o projeto já gerou 30 empregos diretos em Minas do Leão.

O plano da companhia prevê ainda a instalação de novas plantas em outros municípios, como São Leopoldo, Santa Maria, Giruá e Victor Graeff.
Somente em São Leopoldo, já estão sendo investidos R$ 100 milhões em uma unidade que se encontra em fase de construção.

Impacto ambiental: menos gases do efeito estufa

Segundo a CRVR, a conversão de biogás em biometano deve evitar a emissão de 1 milhão de toneladas de gases de efeito estufa em 15 anos.
Esse número é comparável à retirada de milhares de veículos das ruas, mostrando o potencial da iniciativa para combater as mudanças climáticas.

O aproveitamento de resíduos para geração de energia não só reduz emissões, como também contribui para prolongar a vida útil dos aterros e diminuir impactos ambientais de longo prazo.

Como o lixo vira biometano

O processo de produção é dividido em várias etapas:

  1. Decomposição – O lixo orgânico descartado nos aterros libera o chamado biogás, composto por metano, gás carbônico e outros elementos
  2. Captação – O biogás é sugado por estruturas semelhantes a poços e conduzido a uma rede de tubulações instaladas sobre o aterro
  3. Purificação – Na planta, o gás passa por processos de remoção de umidade, ajuste de temperatura e eliminação de CO₂ e outros resíduos
  4. Concentração – O resultado é um gás com mais de 90% de metano, chamado biometano
  5. Comercialização – O biometano é comprimido, colocado em cilindros e distribuído para consumo

Esse ciclo garante aproveitamento integral de resíduos orgânicos, que deixam de ser apenas lixo para se tornarem recurso energético estratégico.

Perspectivas até 2030

A meta da CRVR é ambiciosa: até 2030, todas as unidades de produção de biometano previstas devem estar operando no Rio Grande do Sul.
Se confirmada, a conversão de resíduos em gás renovável poderá atender até 10% da demanda de gás natural do estado.

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Esse avanço reforça o papel do biometano como uma das alternativas mais promissoras dentro da transição energética brasileira, alinhada às metas de descarbonização e segurança energética.

Um marco para a transição energética no Brasil

O início das operações da Biometano Sul não representa apenas um projeto local.
O modelo pode se expandir para outras regiões do Brasil, onde os aterros sanitários também concentram grande volume de resíduos orgânicos.

Se replicada em escala nacional, a tecnologia poderia transformar o país em referência mundial na produção de gás natural renovável, aproveitando ao máximo a realidade de seus centros urbanos e rurais.

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Débora Araújo

Débora Araújo é redatora no Click Petróleo e Gás, com mais de dois anos de experiência em produção de conteúdo e mais de mil matérias publicadas sobre tecnologia, mercado de trabalho, geopolítica, indústria, construção, curiosidades e outros temas. Seu foco é produzir conteúdos acessíveis, bem apurados e de interesse coletivo. Para sugestões de pauta, correções ou contato direto: deborasthefanecruz@gmail.com

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