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Rio Pipeline 2025 destaca papel estratégico do transporte dutoviário na transição energética

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 09/09/2025 às 14:23
Estrutura de gasoduto sob pilares de concreto com céu parcialmente nublado ao meio-dia
Estrutura de gasoduto instalada sobre pilares de concreto, registrada em um dia de céu parcialmente nublado.
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Descubra como o transporte dutoviário na transição energética fortalece a matriz brasileira e integra inovação, eficiência e sustentabilidade.

A Rio Pipeline & Logistics 2025, realizada no ExpoRio Cidade Nova, destacou a importância estratégica do transporte dutoviário na transição energética no Brasil.

Além disso, o evento reuniu autoridades, especialistas e representantes do setor, mostrando como a infraestrutura de dutos segue essencial para transportar combustíveis fósseis de menor impacto ambiental. E, ao mesmo tempo, escoar novos energéticos que ganham espaço na matriz brasileira.

Historicamente, os dutos tiveram papel central no desenvolvimento energético do país. Desde a década de 1960, com a expansão da Petrobras e a criação de grandes malhas dutoviárias, o Brasil construiu uma logística capaz de levar petróleo e derivados das áreas de produção aos centros consumidores.

Consequentemente, essas estruturas não apenas garantiram eficiência no transporte, mas também reforçaram a segurança energética, reduzindo a dependência de modais mais poluentes, como o transporte rodoviário.

Ao longo das décadas, a infraestrutura dutoviária acompanhou o crescimento econômico do país. Por exemplo, novos terminais, refinarias e dutos estratégicos surgiram para atender à demanda crescente. Eles também promoveram integração regional e facilitaram o escoamento de produtos para o consumo urbano e industrial.

Portanto, esse histórico evidencia que o transporte dutoviário sempre estruturou a política energética brasileira. Ele serviu de base para consolidar uma matriz mais eficiente e segura.

Nos últimos anos, o setor energético brasileiro passou por transformações significativas, refletindo uma tendência global de transição para uma matriz mais limpa e sustentável. Entre as mudanças regulatórias mais relevantes, destacam-se a aprovação da Lei 14.948, que estabeleceu o marco legal do hidrogênio de baixa emissão de carbono, e a Lei 14.993, conhecida como Lei do Combustível do Futuro.

Assim, esses avanços legais abriram oportunidades inéditas para o transporte dutoviário na transição energética. Eles integraram tecnologias limpas à infraestrutura existente e estimularam a inovação no setor.

Hidrogênio e inovação na logística dutoviária

Segundo o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), Artur Watt, a economia do hidrogênio representa uma vertente nova e promissora, mas que interage diretamente com os gasodutos. Além disso, ele destacou que a regulação ainda está em fase inicial.

A expertise reunida em eventos como a Rio Pipeline contribui significativamente para desenvolver esse segmento de forma segura e eficiente. Portanto, o hidrogênio de baixa emissão surge não apenas como um combustível alternativo, mas também como um catalisador para modernizar a logística dutoviária existente.

O diretor do Departamento de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia, Marcello Weydt, ressaltou que os dutos fortalecem a competitividade da produção nacional de petróleo e derivados. Eles ganham papel crescente na logística de biocombustíveis.

Ele enfatizou ainda que a infraestrutura dutoviária atende ao abastecimento regional, reduzindo a dependência do transporte rodoviário, mais poluente e menos eficiente.

Weydt também destacou a importância dos dutos na integração entre países, citando o gás boliviano que chega ao Brasil via Gasbol e os planos de trazer gás natural da Argentina, da região de Vaca Muerta, até São Paulo, percorrendo mais de cinco mil quilômetros.

Consequentemente, esses exemplos mostram que o transporte dutoviário na transição energética fortalece a cooperação internacional e garante segurança no suprimento energético.

O potencial do hidrogênio como combustível limpo se reforça pelo fato de que ele pode ser produzido a partir de fontes renováveis, como solar e eólica, e transportado pelos dutos existentes com ajustes tecnológicos específicos.

Assim, a infraestrutura consolidada se adapta a novos energéticos sem a necessidade de grandes obras, tornando o processo mais sustentável e eficiente.

Biocombustíveis e integração campo-cidade

O transporte dutoviário também se destaca na movimentação de biocombustíveis, fortalecendo a integração entre o campo e a cidade. Por exemplo, os dutos de etanol ligam a produção agrícola à mobilidade urbana, servindo como modelo para escoar combustíveis renováveis do futuro.

Além disso, produtos como sebo, diesel renovável, biometano e hidrogênio devem ocupar papel crescente na logística dutoviária. Isso mostra o compromisso do Brasil com uma matriz energética mais limpa e eficiente.

A Petrobrás, representada por Angelica Laureano, diretora de Transição Energética da companhia, reforçou que a empresa alinha seus investimentos à estratégia nacional de transição energética. Ela destacou que o foco é investir no presente para garantir um futuro sustentável, mantendo a relevância da companhia na matriz energética e fortalecendo seu papel social e econômico.

Projetos como a expansão da infraestrutura dutoviária para o Centro-Oeste, a logística da Margem Equatorial e iniciativas offshore demonstram o esforço da empresa para modernizar suas operações com segurança, eficiência e responsabilidade ambiental.

Além disso, o uso de tecnologias digitais, inteligência artificial e monitoramento remoto nos dutos permite antecipar problemas e reduzir riscos operacionais.

Portanto, a integração entre produção agrícola, centros urbanos e novas tecnologias cria um ciclo virtuoso, em que a eficiência logística reduz custos, diminui a emissão de gases poluentes e aumenta a competitividade da produção nacional no cenário global.

Segurança e eficiência operacional

Outro ponto relevante é o combate ao roubo em dutos, enfrentado por meio de parcerias estratégicas e investimentos em tecnologias de monitoramento. Segundo Laureano, a parceria com a Transpetro e o aporte de cerca de R$ 100 milhões por ano reduziram em 90% as ocorrências de derivações clandestinas.

Consequentemente, esse controle aprimorado mostra como a segurança operacional se relaciona diretamente à eficiência do transporte dutoviário na transição energética. Ele garante que os combustíveis cheguem de forma segura, limpa e confiável aos destinos finais.

A ANP também monitora de perto as emissões fugitivas, que prejudicam tanto o efeito estufa quanto a eficiência energética. Watt ressaltou que o uso de drones e satélites para monitoramento é um avanço importante, permitindo reduzir a poluição e melhorar a operação do setor.

Além disso, a substituição de hidrocarbonetos mais poluentes por alternativas menos nocivas, aliada ao aumento da eficiência nos dutos. Alinha o transporte dutoviário aos objetivos de redução de emissões.

Com tecnologias avançadas, o setor consegue reduzir perdas, aumentar a vida útil dos dutos e melhorar a resposta a emergências. Isso garante operação ambientalmente segura e econômica. Ela também atende à crescente demanda por energéticos limpos.

Impactos sociais, econômicos e o futuro sustentável

O evento também destacou a dimensão social e econômica do transporte dutoviário na transição energética. Além disso, os dutos conectam áreas de produção e consumo, estimulam o desenvolvimento regional, geram empregos, atraem investimentos e fomentam pesquisas e inovações em tecnologias limpas.

Cada avanço na infraestrutura dutoviária trouxe impactos positivos na economia brasileira, desde a redução de custos logísticos até a segurança no abastecimento de combustíveis. Esse papel continuará relevante à medida que novos energéticos ganhem espaço na matriz nacional.

O futuro do transporte dutoviário está diretamente ligado à consolidação de uma matriz energética diversificada e sustentável. Com a expansão de biocombustíveis, do hidrogênio de baixa emissão e de outras fontes renováveis. Os dutos terão papel cada vez mais estratégico, garantindo eficiência, segurança e menor impacto ambiental.

Portanto, a modernização da infraestrutura, o uso de tecnologias de monitoramento e o alinhamento com políticas públicas de transição energética serão determinantes para o sucesso do setor.

Em síntese, a Rio Pipeline & Logistics 2025 mostrou que o transporte dutoviário não é apenas um meio de movimentar combustíveis, mas uma peça-chave na transição energética do Brasil. Ele integra inovação tecnológica, eficiência logística, responsabilidade ambiental e desenvolvimento econômico.

Com a expansão de biocombustíveis e energéticos limpos, os dutos se consolidam como infraestrutura essencial para o país. Permitindo que o Brasil avance de forma sustentável em direção a uma matriz energética mais limpa, moderna e competitiva.

O compromisso com inovação, segurança e sustentabilidade reafirma que o transporte dutoviário continuará central na política energética nacional.

Assim, ao unir experiência histórica, investimento tecnológico e visão de futuro, o setor contribui para que o Brasil alcance seus objetivos de transição energética de forma eficiente, segura e ambientalmente responsável, mantendo posição estratégica no cenário internacional.

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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