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O rio da Amazônia que atinge 99 ºC, elimina animais em segundos e desafia a ciência: o Shanay-Timpishkao, conhecido como Rio Fervente do Amazonas, une lendas indígenas e pesquisas sobre mudanças climáticas

Publicado em 04/09/2025 às 19:34
Rio
Fonte: Revista Amazônia
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Conhecido como Rio Fervente do Amazonas, o Shanay-Timpishkao atinge temperaturas próximas de 100 ºC, mata animais em segundos e funciona como laboratório natural para estudar os efeitos do calor extremo na floresta amazônica

No coração da Amazônia peruana corre um rio que parece saído de lendas: o Shanay-Timpishkao, também chamado de Rio Fervente do Amazonas.

Suas águas atingem quase 100 ºC, calor suficiente para matar pequenos animais em segundos.

Durante séculos, povos indígenas associaram o rio a um espírito em forma de cobra gigante, enquanto exploradores espanhóis registraram relatos impressionantes, mas sem comprovação científica.

A história de mistério começou a mudar em 2011, quando o geólogo peruano Andrés Ruzo decidiu investigar o rio que conhecia desde a infância por relatos de seu avô.

Com autorização das comunidades locais, que protegem a área, ele percorreu mais de seis quilômetros do curso d’água. As medições registraram temperaturas médias de 86 ºC, chegando a 99 ºC em pontos específicos.

Assim, o Shanay-Timpishkao foi confirmado como o rio mais quente do mundo fora de regiões vulcânicas, um fenômeno geotérmico cuja origem ainda desafia a ciência.

Uma das hipóteses levantadas por Ruzo sugere que águas das geleiras dos Andes infiltram-se profundamente no subsolo, aquecendo-se antes de ressurgir ferventes na Amazônia.

Apesar de intrigante, essa teoria ainda não foi comprovada. O que se sabe é que o rio não é apenas uma curiosidade, mas um laboratório natural para estudar o impacto de altas temperaturas no ecossistema.

Rio Shanay-Timpishkao: calor extremo e seus efeitos na flora amazônica

O Rio Shanay-Timpishkao oferece uma oportunidade única para observar como a vegetação reage a condições extremas.

Em 2024, uma pesquisa publicada na Global Change Biology, conduzida por Alyssa Kullberg, Riley Fortier e equipes de cientistas do Peru e dos Estados Unidos, monitorou durante um ano as variações de temperatura do ar ao longo de um trecho de dois quilômetros.

Shanay-Timpishkao
Fonte: Mi Viaje

Foram instalados 13 dispositivos em diferentes pontos. Nas áreas mais frescas, a média anual do ar variou entre 24 e 25 ºC, enquanto nos trechos mais quentes chegou a 28 e 29 ºC, com máximas de quase 45 ºC.

O impacto sobre a vegetação foi evidente. Árvores como a Guarea grandifolia mostraram dificuldades de crescimento, enquanto espécies adaptadas ao calor, como a sumaúma-barriguda gigante (Ceiba lupuna), resistiram melhor.

Esses resultados indicam que, embora algumas espécies consigam sobreviver, muitas outras são diretamente afetadas pelo calor extremo.

A densidade de plantas, a distribuição de espécies e até a presença de insetos e outros animais sofrem alterações em resposta às temperaturas elevadas.

O rio como alerta para mudanças climáticas

Além de seu valor científico, o Shanay-Timpishkao funciona como um sinal sobre o que pode ocorrer na Amazônia diante das mudanças climáticas.

O estudo mostrou que algumas espécies vegetais podem se adaptar, mas outras correm risco de desaparecer, afetando toda a cadeia ecológica.

O rio também evidencia a interseção entre ciência, cultura e mistério. Durante séculos, as lendas indígenas preservaram sua existência, atribuindo ao rio um caráter sagrado.

Rio
Fonte: HubPages

Hoje, além de protegido pelos povos locais, o Shanay-Timpishkao é um ponto de interesse internacional, fornecendo dados essenciais sobre resistência e vulnerabilidade de espécies amazônicas frente ao aumento global da temperatura.

Ao mesmo tempo, sua existência impressiona pelo poder destrutivo: animais que entram em contato com suas águas ferventes morrem rapidamente, reforçando a noção de que a natureza amazônica ainda guarda fenômenos extremos pouco compreendidos.

Para os cientistas, cada medição e observação feitas no rio ajudam a entender como ecossistemas podem reagir a condições adversas e fornecem pistas para estratégias de conservação no futuro.

Com informações do Xataka.

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Andriely Medeiros de Araújo

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