O Brasil deve ter, nos próximos anos, uma usina capaz de gerar energia a partir de lixo. Isso, pelo menos, é o que prometem duas empresas brasileiras.
De acordo com um anúncio feito na terça-feira (18), a WEG fornecerá equipamentos essenciais para a usina de geração de energia a partir da recuperação energética do lixo, um projeto inovador da Orizon que entrará em operação em 2027.
Segundo a agência de notícias Reuters, o contrato, cujo valor permanece confidencial, estipula que a WEG fornecerá um conjunto turbogerador de 20 megawatts (MW).
Este conjunto, ainda segundo a fonte citada, inclui uma turbina a vapor de condensação com tecnologia de reação, redutor turbo e gerador síncrono da linha ST 41.
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Além disso, a WEG fornecerá unidade hidráulica, painéis com sistemas de proteção e controle, além de outros serviços complementares.
A produção e instalação dos equipamentos serão realizadas nas unidades da WEG em Jaraguá do Sul, Santa Catarina, e Sertãozinho, cidade localizada no interior de São Paulo. Esses equipamentos serão instalados na planta da Orizon pela empresa Interunion.
Transformando lixo em energia
A usina da Orizon foi contratada através de um leilão realizado pelo governo em 2021 e é classificada como uma Unidade de Recuperação Energética (URE).
A unidade será responsável pelo processamento de resíduos sólidos coletados nos municípios de Barueri, Carapicuíba e Santana do Parnaíba, todos localizados na região metropolitana de São Paulo.
Esses resíduos sólidos servirão como matéria-prima para as caldeiras da usina, que transformarão o lixo em energia elétrica. Ao todo, a unidade terá uma capacidade de 20 MW, suficiente para abastecer cerca de 320 mil pessoas anualmente.
Inicio das operações da usina
Em entrevista à agência de notícias Reuters, Milton Pilão, CEO da Orizon, destacou que a unidade entrará em operação em janeiro de 2027 e ajudará na destinação adequada dos resíduos, “especialmente em uma região densamente povoada”.
Por outro lado, Paulo Sinoti, diretor da WEG Energia, destacou o caráter pioneiro do projeto e reforçou o compromisso da WEG em contribuir para um mundo mais eficiente e sustentável.
Para especialistas, essa iniciativa não apenas promove a gestão adequada de resíduos em uma área com uma grande população, mas também representa um marco na geração de energia renovável no Brasil.
Neste sentido, compreende-se que o Brasil pode passar a ser considerado um dos países com maior expertise nas tecnologias de recuperação energética, reafirmando o compromisso das empresas e do próprio país com a sustentabilidade e inovação tecnológica.
Para a Orizon, a unidade desenvolvida pela empresa será um exemplo de como os resíduos podem ser transformados em uma fonte valiosa de energia.
Nessa esteira, a expectativa é que a tecnologia se torne uma alternativa viável e sustentável para a gestão de resíduos urbanos, reduzindo a dependência de aterros sanitários e promovendo a geração de energia limpa.
Projeto nacional
As duas empresas envolvidas na construção da usina são brasileiras. A primeira, a WEG, foi fundada em 1961 e hoje é uma das maiores fabricantes de equipamentos elétricos do mundo.
A companhia fornece aos seus clientes motores elétricos, geradores, transformadores e equipamentos de automação e controle, sendo conhecida por sua inovação tecnológica e compromisso com a sustentabilidade.
Já a Orizon Valorização de Resíduos atua na gestão e valorização de resíduos sólidos. Segundo a companhia, seu objetivo é transformar resíduos em recursos.
Por conta disso, a organização desenvolve soluções inovadoras para a destinação adequada de resíduos urbanos e industriais, investindo em tecnologias de ponta para promover a sustentabilidade e a economia circular.