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Renováveis superam carvão e se tornam a maior fonte de energia elétrica

Escrito por Paulo H. S. Nogueira
Publicado em 08/10/2025 às 06:55
Trabalhador com capacete amarelo inspecionando usina solar em telhados industriais.
Técnico com capacete amarelo realiza inspeção em painéis solares instalados nos telhados de uma área industrial.
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Renováveis impulsionam o futuro e se consolidam como a maior fonte de energia elétrica, marcando o início de uma nova era sustentável e acessível no mundo.

O mundo vive, enfim, um momento histórico. Pela primeira vez, as fontes renováveis ultrapassaram o carvão e se tornaram a maior fonte de energia elétrica. Esse marco representa muito mais do que uma simples mudança estatística.

Na verdade, ele simboliza o início de uma nova era na produção de eletricidade, uma era marcada pela transição para sistemas mais limpos, sustentáveis e acessíveis a todos.

Desde a Revolução Industrial, o carvão dominou a geração de energia e sustentou o crescimento das economias. Ao longo do século XIX e XX, ele moveu fábricas, locomotivas e cidades inteiras.

No entanto, esse protagonismo teve um custo ambiental alto. As emissões provenientes do carvão impulsionaram o aquecimento global, tornando-se uma das principais causas das mudanças climáticas que o planeta enfrenta atualmente.

Nos últimos anos, contudo, o cenário começou a mudar. O avanço acelerado da energia solar e eólica transformou o setor elétrico mundial.

À medida que os painéis solares se tornaram mais baratos e eficientes, e as turbinas eólicas reduziram seus custos, essas fontes passaram a competir de igual para igual com os combustíveis fósseis.

Como resultado, o mundo finalmente assistiu às energias renováveis superarem o carvão e assumirem o posto de maior fonte de eletricidade.

O avanço das energias renováveis pelo mundo

Atualmente, as fontes renováveis já respondem pela maior parte da energia elétrica gerada globalmente, o que demonstra a força da transição energética.

Esse avanço é especialmente notável nos países em desenvolvimento, como a China e a Índia, que lideram a expansão da energia solar e eólica.

Enquanto isso, algumas nações desenvolvidas, como os Estados Unidos e os países da União Europeia, ainda enfrentam dificuldades para reduzir a dependência dos combustíveis fósseis.

Na China, por exemplo, o crescimento das energias limpas tem sido impressionante. O país adicionou, em poucos anos, mais capacidade solar e eólica do que o restante do mundo combinado.

Graças a isso, a China conseguiu não apenas suprir o aumento da demanda interna por eletricidade, mas também reduzir em 2% a geração a partir do carvão.

Ao investir pesadamente em inovação e indústria nacional, o país se consolidou como o principal fornecedor global de tecnologias limpas, dominando a produção de painéis solares, turbinas e baterias.

Da mesma forma, a Índia trilha um caminho de expansão contínua. Com vastos territórios ensolarados e condições ideais para o uso de energia fotovoltaica, o país conseguiu combinar crescimento econômico e sustentabilidade.

Como consequência, reduziu o uso de carvão e gás, ao mesmo tempo em que gerou milhares de empregos verdes ligados à instalação e manutenção de sistemas renováveis.

Em contrapartida, regiões como os Estados Unidos e a Europa ainda enfrentam uma transição mais lenta.

Embora existam avanços significativos, a demanda por eletricidade tem crescido mais rápido do que a capacidade de geração limpa.

Um ponto de virada crucial na história da energia elétrica

Apesar das diferenças regionais, especialistas consideram que o planeta alcançou um ponto de virada crucial.

Pela primeira vez, a energia limpa não apenas acompanha o aumento da demanda global, como também se mostra capaz de sustentá-la de forma constante, segura e competitiva.

Esse avanço se deve, em grande parte, à queda vertiginosa dos custos da energia solar, que diminuiu cerca de 99,9% desde 1975.

Com isso, países de baixa renda, antes dependentes de combustíveis importados, agora enxergam na energia solar uma alternativa econômica e eficiente.

Consequentemente, a geração solar expandiu-se rapidamente em regiões como a África.

A África do Sul, por exemplo, lidera esse crescimento, seguida pela Nigéria e pela Argélia.

Em muitos desses países, a eletricidade solar já alimenta milhões de residências, substituindo o uso de fontes poluentes e reduzindo custos.

De modo semelhante, o Paquistão tem se destacado ao dobrar, em apenas um ano, a quantidade de painéis solares importados.

Essa capacidade, estimada em 17 gigawatts em 2024, reforça o papel das energias renováveis como a maior fonte de energia elétrica do mundo.

Ao reduzir a dependência de combustíveis fósseis, o país melhora sua segurança energética e fortalece sua economia.

Além disso, o boom solar global tem estimulado a criação de novas cadeias produtivas e incentivado investimentos em infraestrutura e tecnologia.

Isso amplia os benefícios da transição energética.

Desafios e oportunidades da nova matriz energética

Entretanto, o avanço rápido das energias renováveis também gera novos desafios.

Em algumas regiões, como no Afeganistão, o uso intensivo de bombas d’água movidas a energia solar reduziu o nível do lençol freático, o que ameaça o acesso à água subterrânea.

Esse exemplo mostra que a transição energética precisa ocorrer com planejamento e responsabilidade.

Além disso, a integração das fontes renováveis aos sistemas elétricos tradicionais exige modernização das redes e investimento em armazenamento de energia.

Como a energia solar e eólica dependem de condições climáticas variáveis, é necessário desenvolver baterias e sistemas inteligentes capazes de equilibrar oferta e demanda em tempo real.

Felizmente, o avanço tecnológico tem tornado essas soluções cada vez mais acessíveis.

Paralelamente, os governos precisam adotar políticas públicas eficazes para acelerar a transição energética.

Incentivos fiscais, linhas de crédito verdes e metas de neutralidade de carbono ajudam a atrair investimentos e fortalecer a confiança do mercado.

Em muitos países, essas políticas já impulsionam a substituição gradual dos combustíveis fósseis por fontes limpas.

Como resultado, o mundo presencia uma transformação profunda.

A era do carvão, que dominou por mais de 150 anos, dá lugar a um período de energia limpa, barata e descentralizada.

Essa mudança redefine não apenas a matriz energética, mas também o próprio conceito de desenvolvimento sustentável.

O papel da China e o futuro da maior fonte de energia elétrica

A liderança chinesa nesse novo cenário é inegável.

Em 2025, o país alcançou exportações recordes de tecnologias limpas, ultrapassando US$ 20 bilhões.

O crescimento das vendas de veículos elétricos e baterias fez com que esses produtos valessem mais do que o dobro das exportações de painéis solares.

Assim, a China consolidou-se como o motor da revolução energética global.

Entretanto, outras regiões também avançam rapidamente.

A América Latina, por exemplo, aproveita seu imenso potencial natural.

O Brasil figura entre os dez maiores geradores de energia renovável do planeta, com uma matriz elétrica predominantemente limpa.

Enquanto isso, o Chile investe fortemente em parques solares e eólicos no deserto do Atacama.

Portanto, o futuro da maior fonte de energia elétrica está, sem dúvida, nas mãos das energias renováveis.

Elas oferecem eletricidade mais barata, reduzem emissões de carbono e ajudam a combater as mudanças climáticas.

Além disso, proporcionam autonomia energética e estimulam o crescimento de economias emergentes.

Ao longo das últimas décadas, essa revolução resultou da união entre ciência, políticas públicas e inovação tecnológica.

Hoje, o mundo avança rumo a um sistema energético mais justo e sustentável, em que o progresso caminha lado a lado com a preservação do meio ambiente.

Consequentemente, a transição energética se tornou irreversível.

A energia solar, a eólica e outras fontes limpas agora ocupam o centro da matriz global.

Por isso, o futuro da humanidade será alimentado por energias renováveis — a maior fonte de energia elétrica e o símbolo de um novo tempo.

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Energia solar supera carvão na União Europeia; Patrícia Costa analisa | Jovem Pan News

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Paulo H. S. Nogueira

Sou Paulo Nogueira, formado em Eletrotécnica pelo Instituto Federal Fluminense (IFF), com experiência prática no setor offshore, atuando em plataformas de petróleo, FPSOs e embarcações de apoio. Hoje, dedico-me exclusivamente à divulgação de notícias, análises e tendências do setor energético brasileiro, levando informações confiáveis e atualizadas sobre petróleo, gás, energias renováveis e transição energética.

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