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Remover o tapete de borracha, puxar o cabo de liberação mecânica e empurrar a porta: Jovens morrem carbonizados em Tesla Cybertruck por não conseguirem abrir a porta após acidente

Escrito por Jefferson Augusto
Publicado em 04/10/2025 às 19:16
Famílias processam Tesla após jovens morrerem presos em Cybertruck em chamas na Califórnia; falhas nas portas são alvo de investigação federal - portas eletrônicas Tesla, processo contra Tesla, acidente Cybertruck Califórnia, falhas de segurança Tesla, Elon Musk, NHTSA, veículos elétricos, segurança automotiva.
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Pais de estudantes mortos em acidente em Piedmont, nos EUA, afirmam que o design das portas do Tesla Cybertruck transformou um choque sobrevivível em uma armadilha fatal; empresa de Elon Musk é acusada de negligência em segurança.

A Tesla, gigante automotiva comandada por Elon Musk, está no centro de mais uma polêmica envolvendo a segurança de seus veículos. As famílias de Krysta Tsukahara, de 19 anos, e Jack Nelson, de 20, entraram com ações judiciais contra a empresa, acusando a montadora de projetar portas “defeituosas e inseguras” no Tesla Cybertruck, que teriam impedido os passageiros de escapar de um incêndio após um acidente ocorrido em Piedmont, Califórnia, em novembro de 2024.

O caso, revelado por veículos como The Independent e Bloomberg, descreve uma cena de horror: após o carro colidir contra uma árvore, o sistema eletrônico do veículo entrou em pane e as portas travaram, deixando os ocupantes presos enquanto o carro era consumido pelas chamas.

O acidente que motivou o processo

A estudante de design da Savannah College of Art and Design, Krysta Tsukahara, viajava no banco traseiro do Cybertruck quando o motorista, identificado como Soren Dixon, perdeu o controle do veículo. O impacto causou o incêndio instantâneo das baterias, e a jovem não conseguiu encontrar o mecanismo manual de abertura das portas.

De acordo com o manual da Tesla, em caso de falha elétrica, o passageiro deve remover o tapete de borracha na base da porta, puxar um cabo de liberação mecânica e empurrar a porta. No entanto, o processo é pouco intuitivo e inacessível em situações de emergência, dizem os advogados.

O documento judicial afirma que o modelo “carece de um mecanismo manual funcional, acessível e visível para liberação de emergência”, caracterizando falha grave de projeto.

Depoimentos e tentativas de resgate

Testemunhas afirmaram que um amigo das vítimas, Matt Riordan, tentou resgatar os ocupantes após o impacto. Ao pressionar os botões das portas, nada aconteceu. Desesperado, ele quebrou o vidro dianteiro com um galho de árvore e conseguiu retirar apenas o passageiro da frente.

“Jack Nelson sobreviveu ao impacto. O que o matou foi o fato de não conseguir sair do carro”, declarou o advogado Matthew Davis, representante da família Nelson. O motorista e os dois passageiros traseiros morreram carbonizados.

Tesla sob investigação federal

As ações chegam em meio a uma nova investigação da NHTSA (National Highway Traffic Safety Administration), o órgão federal americano de segurança viária, sobre os mecanismos de abertura de portas de outro modelo da Tesla, o Model Y 2021. O órgão apura se as travas eletrônicas impedem a abertura em caso de pane elétrica, o que deixaria os ocupantes presos.

O designer-chefe da Tesla, Franz von Holzhausen, afirmou recentemente em um podcast que a empresa está “trabalhando em novos projetos que combinem os mecanismos eletrônico e manual em um só, tornando-os mais fáceis de operar em emergências”.

Acusações de negligência e falhas recorrentes

A família Tsukahara afirma que a Tesla já tinha conhecimento dos riscos há mais de uma década. Segundo o processo, diversos proprietários e equipes de resgate relataram incidentes semelhantes, nos quais as portas travaram após colisões ou falhas elétricas.

O advogado da família, Roger Dreyer, declarou que o caso “transformou um acidente sobrevivível em uma morte trágica por fogo”. Para ele, “a Tesla é uma empresa trilionária que lançou no mercado uma máquina que não é segura em vários aspectos”.

As famílias pedem indenizações por danos materiais e morais, além de punições exemplares contra a empresa.

O que a Tesla diz

Até o momento, a Tesla não respondeu aos pedidos de comentário feitos pela imprensa americana. A empresa também não emitiu nota pública sobre as ações judiciais, que agora correm paralelamente em tribunais da Califórnia.

Enquanto isso, cresce a pressão para que órgãos reguladores adotem novas normas de segurança específicas para veículos elétricos e que a Tesla repense o design de seus modelos, em especial o Cybertruck, símbolo de inovação, e, agora, também de polêmica.

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Jefferson Augusto

Profissional com experiência militar no Exército, Inteligência Setorial e Gestão do Conhecimento no Sebrae-RJ e no Mercado Financeiro por meio de um escritório da XP Investimentos. Trago um olhar único sobre a indústria energética, conectando inovação, defesa e geopolítica. Transformo cenários complexos em conteúdo relevante sobre o futuro do setor de petróleo, gás e energia. Envie uma sugestão de pauta para: jasgolfxp@gmail.com

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