O aeroporto de Congonhas, um dos mais tradicionais do Brasil, embarca em uma transformação épica: a maior reforma aeroportuária em andamento na América do Sul, avaliada em 2,4 bilhões de reais, promete mudar a cara do terminal e expandir sua capacidade. Construído em 1936, este aeroporto icônico, que hoje é o segundo mais movimentado do país, está prestes a entrar em uma nova era, com uma reforma que envolve não apenas melhorias estéticas, mas uma verdadeira revolução estrutural.
A reforma do aeroporto de Congonhas, agora gerida pela concessionária espanhola Aena Brasil, representa um desafio enorme. Para um terminal que opera em média 700 pousos e decolagens diariamente e movimenta 22 milhões de passageiros por ano, qualquer pausa seria um problema logístico gigantesco. Por isso, a obra será feita em fases minuciosamente planejadas, garantindo que o fluxo de operações seja mantido sem maiores interrupções. A meta é ousada: aumentar a capacidade de Congonhas para 29 milhões de passageiros por ano até 2028.
Expansão do terminal e novas pontes de embarque marcam o início da reforma do aeroporto de Congonhas
A primeira fase visível da reforma do aeroporto de Congonhas é a expansão do terminal de passageiros, que passará de 52.000 para 105.000 metros quadrados, praticamente dobrando seu espaço. Com mais área, o terminal poderá receber os 7 milhões de passageiros adicionais previstos para os próximos anos.
Além disso, o número de pontes de embarque será ampliado de 12 para 20, permitindo que mais aviões sejam atendidos ao mesmo tempo e diminuindo significativamente a necessidade de embarques remotos.
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Essa expansão das pontes representa mais conforto e agilidade para os passageiros, que atualmente enfrentam filas para o embarque remoto, feito através de ônibus até a aeronave. Com as novas pontes, cerca de 70% dos embarques poderão ser realizados diretamente, acelerando o processo de embarque e desembarque. Outra novidade é que essas pontes serão capazes de acomodar aeronaves maiores, como o Airbus A321 e o Boeing 737 Max, aumentando a capacidade de passageiros por voo e mantendo o ritmo sem ampliar o número de operações diárias.
Reconfiguração das Taxiways e pista principal
Outro destaque na maior reforma aeroportuária em andamento na América do Sul é a modificação das taxiways (ou vias de taxiamento), que são essenciais para a movimentação das aeronaves entre as áreas do aeroporto.
No caso de Congonhas, essas vias estão próximas da pista principal, causando gargalos e interferindo nas operações de pouso e decolagem. A reforma irá ajustar essa distância para 158 metros, em conformidade com os padrões de segurança internacionais, aumentando a eficiência e a segurança do tráfego de aeronaves.
Além disso, haverá uma reformulação na inclinação das saídas de taxiamento, reduzindo ângulos de 90º para 45º, o que permitirá uma saída mais rápida e menos brusca das aeronaves da pista. Esse detalhe, aparentemente pequeno, pode aumentar a eficiência em até 20% no longo prazo.
Novo terminal de cargas e logística modernizada
O terminal de cargas também passará por uma revolução. Com uma área planejada de 50.000 metros quadrados, o novo espaço contará com sistemas automatizados de manuseio, otimizando o transporte de mercadorias.
Isso é essencial para a cidade de São Paulo, um dos polos econômicos do país. Estima-se que, nos próximos dez anos, o volume de carga movimentado em Congonhas aumentará em até 40%, consolidando o aeroporto como um dos principais centros de logística do Brasil.
Conexão com a linha 17-Ouro e integração urbana
Para melhorar o acesso ao aeroporto, a linha 17-Ouro do monotrilho, prevista para 2026, conectará Congonhas diretamente à estação Morumbi da CPTM, reduzindo a dependência de carros particulares e táxis. Esse projeto, atualmente em fase avançada, é crucial para descongestionar as vias de acesso ao aeroporto, especialmente em dias de pico.
Sustentabilidade e eficiência energética
Como parte da reforma do aeroporto de Congonhas, a sustentabilidade é prioridade. O projeto prevê um sistema avançado de climatização, uma estação de tratamento de esgoto, e medidas de eficiência energética que devem reduzir o consumo de água em até 30% e as emissões de carbono em 25%. Com o novo sistema de bagagens automatizado, o tempo médio de despacho será reduzido em 35%, otimizando o fluxo interno de passageiros.
Em termos de segurança, Congonhas receberá novas tecnologias de controle de tráfego aéreo e radares de última geração. A expectativa é aumentar a pontualidade dos voos para 95% até 2028, proporcionando uma experiência mais tranquila para os viajantes. Em resumo, essa reforma do aeroporto de Congonhas marca o início de uma nova era para a infraestrutura aeroportuária brasileira, preparando o terminal para as próximas décadas.