Novo texto apresentado pelo relator Pedro Paulo (PSD-RJ) prevê que a Reforma Administrativa autoriza a criação de bônus anuais para servidores públicos, que poderão chegar a até quatro salários extras, vinculados ao cumprimento de metas e avaliações periódicas de desempenho
Segundo O Globo, a versão final da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Administrativa traz uma das mudanças mais polêmicas no regime do funcionalismo público: a criação de bônus de desempenho. Servidores federais, estaduais e municipais poderão receber até dois salários extras por ano, e no caso de quem ocupa cargos estratégicos de comissão ou confiança, esse valor poderá dobrar e alcançar quatro remunerações anuais.
O pagamento estará condicionado ao alcance de metas individuais e institucionais, além de avaliações periódicas que se tornarão parte central da progressão funcional e da ocupação de cargos de confiança. A ideia é criar um modelo de incentivo que vincule diretamente o desempenho à remuneração extra.
Avaliação de desempenho como filtro
O ponto mais sensível do texto é a obrigatoriedade das avaliações periódicas de desempenho, que passam a ser critério não apenas para progressões de carreira, mas também para acesso aos bônus.
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Essa medida, segundo o relator, busca “profissionalizar” o serviço público e estabelecer um ciclo de meritocracia no funcionalismo.
Defensores da proposta afirmam que a prática pode aumentar a eficiência da máquina pública, estimulando resultados concretos.
Já críticos alertam que, sem parâmetros claros e objetivos, há o risco de transformar a avaliação em um instrumento de pressão política ou discricionariedade administrativa.
Estrutura ampla da Reforma
O bônus de desempenho é apenas uma das medidas da PEC, que altera mais de 40 artigos da Constituição.
O pacote se organiza em quatro grandes eixos: governança e gestão, transformação digital, profissionalização e extinção de privilégios. Entre os dispositivos também estão:
Criação de tabela única de remuneração para todos os entes federativos em até dez anos
Obrigação para prefeitos, governadores e presidentes apresentarem planos estratégicos em até 180 dias após a posse
Instituição de bônus anuais de resultado atrelados a desempenho
Autorização para pagamento de até quatro salários extras anuais em cargos estratégicos
Essas mudanças, segundo o relator, são fundamentais para equilibrar as contas públicas e modernizar o serviço público brasileiro.
O desafio político no Congresso
A expectativa é de que a proposta seja protocolada em breve, mas o caminho até o plenário será marcado por intensos embates.
Historicamente, o funcionalismo público resiste a mudanças que impactam estabilidade, remuneração e benefícios, e o debate promete dividir partidos, sindicatos e sociedade civil.
Segundo O Globo, o relator já circula em busca das 171 assinaturas necessárias para protocolar o texto.
A previsão é que o tema seja pautado em novembro, reabrindo um dos debates mais sensíveis da política brasileira: o redesenho das carreiras do serviço público.
A criação de bônus que podem chegar a quatro salários extras por ano recoloca a discussão sobre meritocracia, eficiência e transparência no funcionalismo público.
Para alguns, trata-se de um avanço que estimula resultados; para outros, um mecanismo que pode gerar distorções e disputas internas.
E você, o que acha? O bônus de desempenho da Reforma Administrativa é uma medida justa para premiar resultados ou pode abrir espaço para desigualdades dentro do serviço público? Deixe sua opinião nos comentários — queremos ouvir quem vive isso na prática.



Vai virar instrumento político esse bônus. “Faça campanha para o candidato X, que eu te faço uma ótima avaliação para vc ganhar o bônus”. Ou: “Trate de aprovar essa construção irregular do amigo do vereador Y, senão, te faço uma péssima avaliação e vc não terá bônus”.
Ou seja, a mesma pressão que os comissionados sofrem para manter seus empregos, os funcionários de carreira vão passar a sofrer também, e pior, para acessar seu DIREITO à progressão de carreira.
Enfim, o sonho dos políticos realizado.
Esse bônus sim seria uma forma justa de premiar meritocracia. Valorizando servidores que se empenham mais e obtem melhores resultados para a Administração. O desafio é tornar objetivos os critérios de medição desse empenho adicional.