Após revisar mais de 700 currículos, especialista revela o que realmente chama a atenção dos recrutadores e o que só atrapalha.
Um recrutador escocês que virou escritor profissional de currículos compartilhou as dicas mais valiosas que aprendeu após analisar centenas de perfis. Depois de uma década atuando como recrutador em agências e internamente em empresas, Sam Struan, de 36 anos, passou a se dedicar integralmente à escrita de currículos.
Desde então, já ajudou a montar mais de 700 currículos e afirma: o conteúdo é o que mais importa.
Comece com o essencial
Para Struan, todo currículo deve começar com informações básicas, como e-mail e número de telefone.
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Além disso, ele recomenda incluir uma declaração de valor no topo da página.
Essa declaração deve ter uma ou duas frases com um resumo claro: anos de experiência, tipos de cargos ocupados e organizações em que a pessoa trabalhou.
O ideal é quantificar essas informações com dados como número de funcionários e receita da empresa.
Evite frases vagas como “sou um líder orientado a resultados com histórico comprovado de excelência operacional”.
Segundo Struan, o importante é apresentar os fatos de forma direta, sem deixar espaço para interpretações. O recrutador precisa bater o olho e encontrar as informações relevantes com facilidade.
Adicione resumos das empresas
Uma das orientações mais frequentes que Struan dá aos seus clientes é inserir um pequeno resumo de cada empresa onde trabalharam.
Essas descrições, com uma ou duas linhas, devem explicar o que a empresa faz, onde atua, número de funcionários e receita aproximada.
Esses dados servem para poupar o trabalho do recrutador e, ao mesmo tempo, mostrar em que tipo de ambiente o profissional já atuou. Mencionar, por exemplo, que trabalhou em uma empresa com produto ou porte semelhante ao da vaga pode aumentar o interesse do recrutador.
Evite excessos visuais e termos vazios
Struan também recomenda retirar elementos visuais exagerados, como logotipos e imagens. Embora esses itens não causem rejeição automática pelos sistemas automatizados de seleção, eles podem dificultar a leitura das informações. E isso é um problema.
Outro ponto importante é eliminar certas habilidades chamadas de “soft skills”, como “boa comunicação” ou “orientado a resultados”.
Para ele, qualquer pessoa pode afirmar que possui essas qualidades, mas elas soam vazias sem contexto ou provas concretas.
Tamanho do currículo não é tudo
O ideal, segundo Struan, é que profissionais com pouca experiência fiquem em uma página. Já quem tem mais bagagem pode usar até três páginas. Ele mesmo, com cerca de 15 anos de carreira, tem um currículo com duas páginas e meia.
Há casos específicos — como cargos acadêmicos, médicos ou governamentais — que exigem currículos mais longos, com certificações e publicações. Porém, ele lembra que não se deve rejeitar um candidato apenas pelo número de páginas. Ele afirma que, em seus antigos empregos como recrutador, seria demitido se descartasse alguém só por isso.
Por outro lado, também é possível errar ao exagerar. Ele já recebeu currículos com mais de 20 páginas de pessoas com apenas cinco anos de experiência, o que demonstra falta de objetividade.
Experiência deve aparecer de cara
Struan faz um alerta final: muitos candidatos organizam mal o currículo e colocam sua experiência profissional apenas na segunda página.
Isso é um erro grave. A experiência recente precisa estar logo no início do documento. O recrutador não deve ter que “garimpar” para encontrar as partes importantes.
A recomendação final é simples: fonte clara, cor preta e foco em dados concretos. Use números para mostrar impacto e resultados.
O currículo deve ser uma ferramenta objetiva, clara e direta. Nada de enfeites desnecessários. Menos é mais.