Recordes históricos no emprego mostram a força do mercado de trabalho, mas o Banco Central mantém juros travados até 2027 devido à inflação.
O Brasil registrou recordes históricos no emprego no trimestre de maio a julho, segundo dados da PNAD Contínua divulgados pelo IBGE. O resultado confirma a força do mercado de trabalho, mesmo em meio ao aperto monetário e às incertezas da economia. No entanto, o Banco Central, como destacou o Times Brasil (CNBC), reforça que os juros básicos devem permanecer elevados até 2027 por causa da persistência da inflação.
A taxa de desocupação caiu para 5,6%, a menor desde o início da série histórica em 2012. Isso representa 6,1 milhões de brasileiros desempregados, contra 7,3 milhões no mesmo período de 2024.
O número de ocupados chegou a 102 milhões de trabalhadores, outro recorde. Ainda assim, o BC avisa: não haverá redução da Selic enquanto a expectativa de inflação para 2027 não estiver ancorada na meta de 3%.
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Emprego bate recordes no Brasil
O IBGE registrou melhora em praticamente todos os indicadores. A massa salarial soma dos rendimentos de todos os trabalhadores atingiu o maior nível já medido.
Isso ocorreu porque, além de mais gente empregada, houve avanço na renda média para R$ 3.484, crescimento real frente ao ano anterior.
Outro ponto de destaque foi o aumento no número de trabalhadores com carteira assinada, que chegou a 39,1 milhões.
A taxa de informalidade recuou para 37,8%, sinal de formalização mais intensa no mercado. Esses dados reforçam que os recordes históricos no emprego estão sustentando consumo e arrecadação no país.
Subutilização em queda e nível de ocupação em alta
A taxa de subutilização da mão de obra caiu para 14,1%, o menor patamar da série histórica. Esse indicador inclui desempregados, subocupados por insuficiência de horas e força de trabalho potencial.
A queda mostra que mais brasileiros estão conseguindo empregos com jornada adequada.
O nível de ocupação avançou para 58,8%, o maior desde 2012. Isso significa que mais pessoas em idade de trabalhar estão, de fato, inseridas no mercado.
Especialistas avaliam que essa expansão confirma a solidez da recuperação, ainda que sob impacto de juros elevados.
A trava dos juros: por que o Banco Central resiste
Mesmo com recordes históricos no emprego, o Banco Central mantém a Selic em 15% e já deixou claro que só haverá cortes a partir de 2027.
O motivo é o risco inflacionário. Segundo o Times Brasil (CNBC), o BC teme que o aumento da renda e da ocupação pressione os preços, especialmente no setor de serviços.
A instituição repete que, enquanto as expectativas de inflação não convergirem para 3%, não há espaço para flexibilização.
Essa postura firme tem impacto direto no crédito, no consumo e nos investimentos, levantando críticas de empresários e trabalhadores.
O dilema da economia brasileira
A economia vive um paradoxo: de um lado, emprego e renda em níveis recordes; de outro, um aperto monetário persistente que trava investimentos e encarece o crédito. Isso gera dúvidas sobre a sustentabilidade do crescimento, já que um mercado de trabalho aquecido normalmente pressiona a inflação.
Analistas avaliam que o futuro dependerá da evolução dos salários. Se continuarem subindo sem gerar pressões fortes sobre os preços, pode haver abertura para cortes antecipados da Selic.
Caso contrário, os juros travados até 2027 devem se manter como principal âncora contra a inflação.
O Brasil vive um contraste histórico: recordes no emprego de um lado e juros parados do outro.
Essa dualidade escancara os desafios da política econômica e coloca em debate as prioridades para os próximos anos.
Você concorda com a decisão do Banco Central de manter a Selic elevada mesmo diante dos recordes históricos no emprego? Isso ajuda a conter a inflação ou prejudica a economia real?
Deixe sua opinião nos comentários queremos ouvir quem sente esses efeitos no dia a dia.