Projeto global liderado pela Westinghouse marca avanço histórico rumo à energia limpa e sustentável
Um dos maiores projetos científicos da atualidade, o reator de fusão nuclear em construção no sul da França entrou em fase decisiva de montagem em junho de 2025, segundo dados da ITER Organization e da International Atomic Energy Agency (IAEA).
O empreendimento busca replicar na Terra a energia que alimenta o Sol, prometendo uma fonte limpa, segura e praticamente inesgotável. Além disso, ele representa um dos marcos mais ambiciosos da engenharia moderna, unindo ciência, tecnologia e cooperação internacional em escala sem precedentes.
Westinghouse lidera montagem crítica do núcleo do reator

A Westinghouse Electric Company, gigante americana do setor nuclear, assumiu a coordenação da montagem e soldagem dos nove setores de aço que formam o vaso de vácuo, o coração do reator.
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Essa estrutura foi projetada para conter o plasma superaquecido, que poderá atingir 150 milhões de graus Celsius, dez vezes mais quente que o núcleo solar. Portanto, o processo exige precisão milimétrica e rigor absoluto em cada etapa da montagem.
De acordo com relatórios técnicos divulgados em junho de 2025, a operação conta com o suporte da Ansaldo Nucleare e da Walter Tosto, empresas parceiras da Westinghouse no consórcio AMW.
Segundo o ex-diretor-geral do projeto, Bernard Bigot, a montagem é comparável a um “quebra-cabeça tridimensional de escala industrial”. Esse avanço marca uma virada histórica para a engenharia nuclear, aproximando a humanidade de um dos maiores sonhos científicos da era moderna.
Cooperação internacional impulsiona o avanço científico
O reator é fruto de uma cooperação científica internacional sem precedentes, envolvendo 35 países e as principais potências tecnológicas do planeta. Entre elas estão a União Europeia, Estados Unidos, Rússia, China, Índia e Japão.
Cada participante contribui com sistemas, estruturas e componentes estratégicos, que vão desde os magnetos supercondutores até os equipamentos de diagnóstico e controle.
Os Estados Unidos são responsáveis pelo solenóide central, enquanto a Rússia fornece instrumentos de alta precisão tecnológica. Já a China, o Japão e a Índia fabricam estruturas metálicas e sistemas auxiliares que sustentam o conjunto.
Essa colaboração reforça o papel da ciência como elo global, mostrando que a união entre nações pode acelerar a transição energética e o combate às mudanças climáticas.
Desafios técnicos e metas do reator de fusão
O objetivo central do projeto é demonstrar que a energia de fusão nuclear pode ser viável em escala comercial. O reator deve gerar 500 megawatts de potência a partir de apenas 50 megawatts de entrada, alcançando um ganho energético dez vezes superior.
No entanto, o desafio é imenso. A equipe enfrenta complexidades de engenharia, ajustes de cronograma e coordenação multinacional. Além disso, o sistema precisa suportar condições extremas de calor, pressão e campo magnético.
Os testes com deutério-trítio, fundamentais para validar o desempenho do reator, estão previstos para 2035, segundo informações da ITER Organization. Apesar disso, cada etapa concluída simboliza um salto rumo à independência energética e ao futuro sustentável.
Caminho aberto para a nova era da energia de fusão
Embora ainda experimental, o reator representa a primeira etapa de uma revolução energética. Os resultados obtidos servirão como base para os reatores DEMO, planejados para gerar eletricidade comercial até 2050, conforme estimativas da IAEA.
A fusão nuclear se destaca por não emitir gases de efeito estufa, não gerar resíduos radioativos de longa duração e utilizar isótopos abundantes de hidrogênio. Por isso, especialistas afirmam que o sucesso dessa tecnologia poderá substituir gradualmente os combustíveis fósseis e transformar a economia global.
Para o físico Bernard Bigot, “a fusão é o Santo Graal da energia moderna, pois combina sustentabilidade, segurança e abundância em um único processo”.
Assim, o reator pode se tornar um divisor de águas na história da humanidade, conduzindo o planeta para uma era em que a energia das estrelas se tornará realidade na Terra.
O que você acha: a energia de fusão nuclear será o passo definitivo para um mundo movido por energia limpa e inesgotável?


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