Corrida espacial ganha força e coloca a Nasa sob pressão global
A Nasa aposta no megafoguete Starship, da SpaceX, para cumprir a missão Artemis III e levar astronautas de volta à Lua até 2027.
No entanto, falhas recorrentes e atrasos ameaçam o cronograma.
Enquanto isso, a China acelera com o foguete Longa Marcha-10, o que aumenta a pressão sobre os Estados Unidos.
Além disso, especialistas acreditam que o país asiático poderá superar os americanos até 2030.
Starship enfrenta falhas e amplia riscos da missão lunar
Desde janeiro de 2025, a Starship coleciona revezes preocupantes.
Seis dos dez voos de teste falharam parcialmente, e um protótipo chegou a explodir durante testes em solo.
O 11º voo experimental está previsto para 13 de outubro de 2025, partindo da base da SpaceX, no Texas, segundo a CNN Brasil.
Mesmo antes da decolagem, a Nasa reconhece que o projeto é extremamente ambicioso.
O sistema ainda precisa testar o reabastecimento em órbita, algo jamais realizado por um foguete de tamanho semelhante.
Em 2024, um executivo da empresa afirmou que seriam necessários 10 lançamentos para completar a missão.
Por outro lado, engenheiros do Johnson Space Center, em Houston, calcularam que poderiam ser exigidos mais de 40 tanques Starship para um pouso lunar.
Essa divergência técnica intensificou as dúvidas sobre a viabilidade da missão.
Apesar das críticas, o administrador interino Sean Duffy declarou em 4 de setembro de 2025 que a Nasa “vai vencer os chineses na Lua”.
Com isso, reforçou a confiança da agência no plano de retorno lunar.
Por que a Nasa insiste no projeto Starship
Ao contrário das missões Apollo, a Artemis III busca atingir o polo sul lunar, onde há indícios de água congelada.
Esse recurso é considerado essencial para a criação de futuras bases humanas.
Além disso, a missão exige módulos de pouso maiores e um sistema de reabastecimento em órbita.
O plano prevê o lançamento de uma Starship depósito de combustível, seguida de dezenas de voos adicionais para transferir propelente.
Em seguida, uma Starship tripulada (HLS) partirá rumo à Lua.
Os astronautas serão enviados na nave Orion e acoplarão à HLS em órbita lunar.
Depois, descerão ao solo e retornarão à Terra a bordo da Orion.
Mesmo com esse desenho técnico complexo, a Nasa mantém otimismo.
Porém, o ex-administrador Doug Loverro considera o plano “excessivamente complicado”.
Ele afirma que a escolha da SpaceX como único fornecedor foi “um erro estratégico”.
A decisão ocorreu enquanto a agência estava sem liderança confirmada no Senado americano.
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China avança e ameaça liderança dos Estados Unidos
Enquanto os Estados Unidos enfrentam atrasos, a China acelera em ritmo constante.
Em 16 de agosto de 2025, a CNSA concluiu com sucesso um teste estático do foguete Longa Marcha-10.
O equipamento produziu 990 toneladas de empuxo, segundo o portal Aéreo, o que representa um avanço fundamental.
Com esse desempenho, o país asiático reforça o plano de realizar sua primeira missão tripulada à Lua até 2030.
Para o engenheiro Bill Nye, da The Planetary Society, “a China quase certamente caminhará na Lua nos próximos cinco anos”.
Se isso acontecer, o cronograma da Nasa para 2027 ficará ainda mais apertado.
Além disso, o avanço chinês reacende a rivalidade e intensifica a corrida lunar global.
Cronologia dos testes da Starship
- 16 de janeiro de 2025: explosão da parte superior no 7º voo experimental (S33/B14); o booster foi recuperado.
- Março de 2025: falhas nos motores marcam o 8º voo experimental, com perda de controle.
- 27 de maio de 2025: o 9º voo (S35/B14) chega à órbita, mas se desintegra na reentrada.
- 26 de agosto de 2025: o 10º voo (S37/B16) executa amerrissagem, mas explode após impacto.
- 13 de outubro de 2025: previsto o 11º voo (S38/B15), que pode marcar o primeiro pouso controlado.
Um futuro de incertezas e grandes apostas
A Nasa corre contra o tempo e aposta na Starship como peça-chave para um novo salto histórico.
Por outro lado, especialistas alertam que o cronograma de 2027 é otimista demais.
Isso se deve à quantidade de testes pendentes e aos riscos de reabastecimento.
Enquanto isso, a China apresenta uma estratégia mais direta e eficiente.
O país demonstra consistência técnica, estabilidade política e planejamento de longo prazo em seu programa espacial.
Dessa forma, o 11º voo da Starship pode se tornar o marco decisivo que revelará quem realmente liderará a nova era da exploração lunar.