Mobilidade elétrica revoluciona o mercado asiático com microcarros a preço de bicicleta. Entenda por que esse modelo está viralizando.
Imagine comprar um carro elétrico novinho por menos do que uma motocicleta de entrada no Brasil. Parece impossível? Na China, essa realidade já existe. Modelos compactos, com autonomia razoável e custo extremamente acessível, estão ganhando as ruas e chamando a atenção do mundo inteiro — inclusive dos brasileiros.
Uma revolução que começa pequena
Um dos principais expoentes dessa nova categoria de veículos ultracompactos é o ChangLi Nemeca, considerado atualmente o carro elétrico mais barato do mundo. Produzido por uma pequena empresa chinesa chamada Changzhou Xili Vehicle, o modelo pode ser adquirido online por aproximadamente US$ 1.000, valor que, convertido para o real com taxas, gira em torno de R$ 6 mil a R$ 9 mil, dependendo do câmbio e do frete.
Com design simples e funcional, o ChangLi é voltado para deslocamentos urbanos de curta distância, especialmente em cidades menores ou regiões suburbanas. Ele possui capacidade para duas ou três pessoas, dependendo da versão, e sua estrutura lembra mais um carrinho de golfe reforçado do que um automóvel convencional. Ainda assim, atende às necessidades básicas de mobilidade pessoal a um custo quase simbólico.
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Especificações surpreendentes para o preço
Apesar do preço extremamente baixo, o ChangLi Nemeca oferece características que impressionam. Veja alguns destaques:
- Autonomia: até 40 km por carga
- Velocidade máxima: entre 30 e 45 km/h
- Tempo de recarga: cerca de 7 a 10 horas em tomada convencional
- Porta USB e painel digital simples
- Dimensões: 2,5 metros de comprimento e menos de 1,3 metro de largura
O veículo é alimentado por um pequeno conjunto de baterias de chumbo-ácido ou, em versões mais caras, de íons de lítio. Por ser extremamente leve, com peso abaixo dos 300 kg, consegue se locomover de forma eficiente mesmo com pouca potência.
Um sucesso nas redes — e nos galpões
A popularidade do ChangLi cresceu consideravelmente nos últimos anos, especialmente após vídeos virais no YouTube e TikTok mostrando o carro sendo entregue em caixas, como se fosse um eletrodoméstico. Muitos compradores o importam via plataformas como Alibaba, onde é possível configurar o modelo com pintura personalizada, teto solar, rádio e outros mimos.
Apesar disso, é importante destacar que esses veículos não são homologados para circulação em vias públicas no Brasil. Por aqui, o Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) exige que qualquer veículo motorizado siga normas rígidas de segurança, incluindo airbags, freios ABS e testes de colisão.
Potencial para o Brasil?
A chegada de modelos similares ao mercado nacional ainda enfrenta barreiras, mas especialistas apontam que o interesse por mobilidade elétrica acessível só tende a crescer. Cidades com estrutura urbana mais plana e tráfego menos intenso poderiam se beneficiar de versões adaptadas, desde que regulamentadas corretamente.
Em entrevista ao portal Electrek, o engenheiro de mobilidade Michael Goldsmith afirmou:
“Esses carros são uma resposta direta à crise de acessibilidade no transporte. Se forem adaptados às normas locais, podem transformar a mobilidade urbana em países em desenvolvimento.”
Empresas brasileiras já começam a estudar projetos semelhantes, como a Movi, startup de São Paulo que está testando um microcarro elétrico com preço estimado de R$ 25 mil. Ainda é caro para os padrões do ChangLi, mas representa uma tendência em construção.
O futuro é minimalista e elétrico?
Enquanto muitos brasileiros ainda enxergam o carro como símbolo de status, uma nova geração de consumidores começa a valorizar autonomia, praticidade e custo-benefício. Modelos como o ChangLi mostram que a revolução da mobilidade pode vir em embalagem pequena e com preço que cabe no bolso.
Por enquanto, importar um carro desses exige conhecimento técnico, custos extras com frete e, em muitos casos, o uso restrito a propriedades privadas ou áreas rurais. No entanto, a semente já foi plantada. E o futuro da mobilidade — especialmente em tempos de combustível caro — pode ser menor do que se imagina.
Lembra mais um tuc-tuc do que um carro de golfe 😕😅 mas gostei 😏 pra quem tem pouco espaço e pouca verba, parece muito interessante ☺