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R$ 67,4 bilhões por 300 gramas? A mega missão espacial inovadora da NASA moldará o futuro da pesquisa sobre Marte

Escrito por Fabio Lucas Carvalho
Publicado em 27/01/2025 às 07:10
missão, NASA
Foto: Reprodução

A NASA está investindo R$ 67,4 bilhões em uma missão ambiciosa para coletar 300 gramas de material marciano. Entenda sua importância.

Em 2025, a NASA anunciou um avanço importante para suas futuras missões a Marte. O objetivo é não apenas alcançar o planeta vermelho, mas realizar uma missão inédita: recuperar amostras científicas da superfície marciana e trazê-las de volta à Terra.

Este plano não apenas marca uma nova era na exploração espacial, mas também coloca em jogo a liderança dos Estados Unidos na corrida espacial, especialmente diante da crescente competitividade de potências como China e empresas privadas como a SpaceX, de Elon Musk.

Cada tubo de amostra conterá aproximadamente entre 10 a 15 gramas de material marciano. No total, espera-se que sejam trazidos cerca de 30 tubos, resultando em um total estimado de 300 a 450 gramas de amostras.

A nova missão da NASA

A missão chamada Mars Sample Return (MSR) tem como meta a coleta e o retorno das amostras do solo de Marte, um passo fundamental para entender melhor a história geológica do planeta, seu clima e, talvez, descobrir vestígios de vida passada.

Em 2024, a NASA anunciou que, após reavaliar seu plano de missão, que se arrastava e apresentava altos custos, havia decidido simplificá-lo, visando reduzir riscos e gastos.

O plano inicial foi considerado difícil após perceberem que o projeto poderia custar até US$ 11 bilhões (cerca de R$ 67,4 bilhões).

Com isso, a agência revelou que a missão agora poderá ser realizada de forma mais econômica e rápida, o que permitirá trazer as amostras para a Terra antes de 2035.

O grande trunfo da NASA para tornar isso viável está no uso de tecnologias avançadas e, possivelmente, em parcerias com empresas aeroespaciais privadas, como a SpaceX.

A revolução de Elon Musk

Desde sua criação, a SpaceX tem sido uma das empresas mais inovadoras do setor espacial, e com a Starship, seu megafoguete, Elon Musk vê uma oportunidade única de colaborar com a NASA.

Em setembro de 2024, Musk anunciou que a Starship, projetada para viagens interplanetárias, seria utilizada para essa missão de retorno de amostras.

Isso não só acelera a execução da missão, como também poderia ser mais barato do que os planos originais da NASA.

A Starship tem o potencial de realizar o transporte de grandes cargas entre a Terra e Marte, o que inclui a recuperação das amostras que o rover Perseverance, lançado em 2021, vem coletando na superfície marciana.

O uso de foguetes comerciais, como o Starship, foi uma das alternativas discutidas pela NASA para tornar a missão mais viável e eficaz, conforme explicou Bill Nelson, administrador da NASA.

Com isso, a parceria com empresas como a SpaceX poderia colocar os Estados Unidos em uma posição de liderança mais sólida no cenário espacial.

Simplificando o complexo desafio de Marte

A missão de recuperar amostras de Marte envolve desafios técnicos complexos. O rover Perseverance já vem coletando amostras desde sua chegada ao planeta em 2021, mas trazer essas amostras de volta à Terra não é tarefa simples.

Em 2023, um relatório indicou que a missão enfrentaria um aumento significativo no custo, que saltaria de 3 bilhões de dólares para cerca de 11 bilhões de dólares, um valor considerado inaceitável pela NASA.

Além disso, o prazo de conclusão da missão também seria adiado para 2040, um intervalo de tempo que poderia comprometer o avanço das pesquisas científicas.

Por conta disso, a NASA revisitou seus planos e, em 2024, optou por criar uma alternativa que simplificaria a missão, incluindo o uso de uma nave da Agência Espacial Europeia (ESA) que ficaria em órbita de Marte aguardando o retorno das amostras.

A ideia de reduzir custos e acelerar o cronograma foi essencial para tornar a missão mais viável dentro dos parâmetros financeiros e de tempo estabelecidos.

A pressão de manter a liderança espacial

A corrida para Marte não é mais exclusiva dos Estados Unidos. Em 2024, a China anunciou planos para enviar sua própria missão de amostras a Marte, com o lançamento previsto para 2028 e o retorno das amostras em 2031.

Além disso, a SpaceX de Elon Musk planeja lançar a Starship para Marte em 2026 e enviar astronautas para o planeta vermelho até 2029. Diante disso, a pressão sobre a NASA para manter sua liderança na exploração espacial aumentou consideravelmente.

Em resposta a esses novos desafios, a NASA reforçou que sua missão é única em seu escopo e objetivo. Enquanto a China planeja uma missão mais simples, a agência americana tem como meta a coleta de amostras em diferentes pontos do planeta, o que pode resultar em uma riqueza de dados muito maior.

Essa diferenciação foi destacada por Bill Nelson, que afirmou que o trabalho da NASA vai muito além de simplesmente trazer amostras de Marte.

Ele envolve uma coleta meticulosa, em locais diversos, para fornecer informações detalhadas sobre o ambiente marciano.

O futuro da exploração de Marte

Com os avanços tecnológicos e o crescente interesse pelo planeta vermelho, as missões a Marte devem se intensificar nos próximos anos.

O retorno das amostras marcianas é apenas um dos marcos que podem transformar nossa compreensão sobre o planeta e abrir portas para futuras missões tripuladas.

A NASA, agora com novos parceiros privados e internacionais, tem como objetivo não apenas trazer amostras, mas também preparar o terreno para a chegada de humanos a Marte.

A colaboração entre a NASA e a SpaceX pode ser um marco não só para a exploração de Marte, mas para a exploração espacial em geral.

Isso pode abrir caminho para uma nova era de descobertas, onde tecnologias compartilhadas entre o setor público e o privado possam acelerar os avanços na exploração de outros planetas e até em viagens interplanetárias mais complexas.

Com informações de El Pais.

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Fabio Lucas Carvalho

Jornalista especializado em uma ampla variedade de temas, como carros, tecnologia, política, indústria naval, geopolítica, energia renovável e economia. Atuo desde 2015 com publicações de destaque em grandes portais de notícias. Minha formação em Gestão em Tecnologia da Informação pela Faculdade de Petrolina (Facape) agrega uma perspectiva técnica única às minhas análises e reportagens. Com mais de 10 mil artigos publicados em veículos de renome, busco sempre trazer informações detalhadas e percepções relevantes para o leitor. Para sugestões de pauta ou qualquer dúvida, entre em contato pelo e-mail flclucas@hotmail.com.

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