Motoristas de aplicativo afirmam que é possível faturar até R$ 250 em quatro horas de trabalho, mas os ganhos variam conforme cidade, horário e custos operacionais. Estratégia e planejamento são apontados como fatores decisivos para manter o lucro.
Com o custo de vida em alta e a dificuldade para conseguir emprego com carteira assinada, dirigir por aplicativos tornou-se uma alternativa comum de renda complementar.
Entre quem atua na Uber, uma dúvida recorrente é se trabalhar apenas quatro horas por dia é suficiente para obter ganhos consistentes.
Segundo dados da empresa e relatos de motoristas, é possível alcançar faturamento bruto de até R$ 250 por dia e lucro líquido entre R$ 90 e R$ 150, desde que haja planejamento de horários e controle de despesas.
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Faturamento médio e variação entre cidades
A Uber informa que condutores que rodam cerca de 20 horas por semana — o equivalente a quatro horas diárias em cinco dias — registram faturamento médio de R$ 653 por semana, ou cerca de R$ 32 por hora.
O valor, contudo, não é fixo e depende de fatores como cidade, tipo de veículo, categoria do serviço e horários escolhidos.
Motoristas consultados por portais especializados em mobilidade afirmam que o retorno costuma variar entre R$ 120 e R$ 200 por dia, com possibilidade de atingir R$ 250 brutos em dias de alta demanda.
Em grandes centros urbanos, como São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, essa variação é mais frequente devido ao volume de usuários e à incidência de tarifas dinâmicas, aplicadas quando há mais pedidos de corrida do que motoristas disponíveis.
Horários de pico e efeito da tarifa dinâmica
Especialistas em transporte urbano explicam que os horários de maior procura — entre 6h e 10h da manhã e 18h e 22h — concentram as corridas mais rentáveis.
Nesses períodos, a tarifa dinâmica aumenta o valor pago por viagem, elevando o faturamento por hora.
Em situações específicas, como feriados prolongados ou eventos de grande público, o rendimento pode ultrapassar R$ 60 por hora, de acordo com motoristas e associações do setor.
Em contrapartida, trabalhar em horários de baixa demanda reduz o número de corridas por hora, o que impacta o rendimento médio.
Por isso, motoristas que dispõem de pouco tempo tendem a priorizar os períodos de pico para garantir resultados mais previsíveis.
Estratégias e posicionamento nas cidades
De acordo com condutores experientes e consultores do segmento, a estratégia de operação é um dos fatores que mais influenciam o lucro.
Evitar viagens curtas ou trajetos para regiões com pouca demanda é uma prática recomendada, assim como atuar em áreas com alta concentração de passageiros, como centros comerciais, hospitais, universidades e aeroportos.
O uso ativo do aplicativo — acompanhando o mapa de calor e a localização de eventos — também é citado como forma de reduzir o tempo de espera entre corridas.
Segundo especialistas, escolher bem as viagens e evitar deslocamentos longos sem passageiro melhora a produtividade e ajuda a manter a média de faturamento por hora.
A condição do veículo é outro ponto decisivo.
Manter revisões em dia e optar por combustíveis mais econômicos são práticas que contribuem para reduzir custos e aumentar o lucro líquido.
Em alguns casos, motoristas com veículos elétricos ou híbridos relatam margens mais altas, embora o acesso a pontos de recarga ainda seja desigual entre cidades.
Custos e margem de lucro
Segundo estimativas de associações de motoristas por aplicativo, cerca de 30% do valor bruto obtido diariamente é destinado a gastos operacionais, que incluem combustível, manutenção, depreciação do veículo e limpeza.
Assim, quem fatura entre R$ 120 e R$ 200 por quatro horas de trabalho costuma registrar lucro líquido entre R$ 90 e R$ 150 por dia.
Em um mês com jornada regular, o rendimento pode variar de R$ 1.800 a R$ 3.000, de acordo com as mesmas entidades.
Esse resultado depende de fatores como tipo de combustível, tempo médio das corridas e densidade populacional da região onde o motorista atua.
Diferenças regionais e categorias de serviço
Economistas e analistas de mobilidade afirmam que as condições locais afetam diretamente o desempenho financeiro dos motoristas.
Cidades com maior volume de corridas oferecem mais chances de ganhos constantes, enquanto regiões menores podem ter períodos prolongados de ociosidade.
A categoria do carro também influencia o faturamento.
Veículos cadastrados em modalidades com tarifa superior tendem a gerar corridas mais lucrativas, mas com custos de operação mais altos.
Áreas turísticas, corporativas e de entretenimento apresentam fluxos diferenciados.
Em regiões com forte movimento noturno, por exemplo, o turno da madrugada pode ser mais rentável do que o início da manhã.
Já nas zonas empresariais, a demanda se concentra nas primeiras horas do dia e no fim do expediente.
Como reduzir o tempo ocioso e otimizar ganhos
Para minimizar períodos sem corrida, especialistas recomendam que os motoristas planejem suas rotas de forma a terminar uma viagem próximo a locais com alta probabilidade de nova chamada.
Essa estratégia reduz deslocamentos vazios e melhora a eficiência das quatro horas diárias de trabalho.
Outra medida apontada é iniciar o turno alguns minutos antes do pico.
Isso permite que o motorista esteja posicionado em áreas estratégicas quando a demanda aumenta, evitando congestionamentos e tempos de espera prolongados.
O registro diário de informações — como hora de início, localização e valor por corrida — também auxilia na identificação de padrões que ajudam a ajustar a rotina e a escolher os melhores horários.
Quatro horas por dia: um modelo viável?
A viabilidade de dirigir apenas quatro horas por dia depende, segundo especialistas e motoristas consultados, de disciplina, análise de mercado e controle financeiro.
Embora o tempo seja limitado, uma operação bem planejada pode garantir ganhos comparáveis aos de jornadas mais longas, especialmente se houver concentração em horários de pico e atenção constante aos custos.
A curto prazo, o formato é visto como alternativa para quem busca renda adicional ou está em transição profissional.
A médio prazo, especialistas alertam que a instabilidade da demanda e o aumento dos custos operacionais exigem acompanhamento constante da rentabilidade.
Com o avanço dos aplicativos e o crescimento do número de condutores, a questão permanece: será que o modelo de quatro horas diárias continuará sustentável diante da concorrência e dos custos nas principais cidades brasileiras?



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