Mercados reagem com aversão ao risco após ameaças de Trump à China e pressionam os preços internacionais do barril
As ações da Petrobras (PETR3; PETR4) e de outras petroleiras brasileiras encerraram a sexta-feira, 10 de outubro de 2025, com forte desvalorização, impulsionadas pela queda acentuada dos preços do petróleo no cenário internacional.
Além disso, novas ameaças comerciais feitas por Donald Trump contra a China ampliaram a aversão ao risco nos mercados, o que penalizou os ativos do setor de energia de forma generalizada.
Petróleo cai com aumento da oferta da OPEP+ e tensão geopolítica
De acordo com a New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para entrega em novembro fechou em queda de 4,24%, recuando US$ 2,61 e sendo negociado a US$ 58,90 por barril.
Por sua vez, o petróleo Brent, referência global na Intercontinental Exchange (ICE) de Londres, teve desvalorização de 3,82%, com baixa de US$ 2,49, cotado a US$ 62,73.
Na semana que se encerrou em 10 de outubro, o WTI acumulou perda de 3,25%, enquanto o Brent recuou 2,78%, ampliando a tendência negativa do mercado.
Esse cenário foi intensificado pelo aumento da produção por parte da OPEP+, que há meses vem expandindo a oferta, desafiando a demanda global.
Com isso, os preços se mantêm pressionados, e a instabilidade se acentua.
Diante disso, investidores adotaram cautela, priorizando ativos defensivos e evitando ações de alto risco.
Papéis da Petrobras e juniores sofrem queda acentuada
Com esse ambiente desfavorável, os papéis da Petrobras não resistiram à maré negativa.
As ações preferenciais PETR4 recuaram 0,89%, sendo cotadas a R$ 29,94, enquanto as ações ordinárias PETR3 registraram baixa de 0,75%, encerrando a R$ 31,91, conforme dados da B3.
Entretanto, a reação foi ainda mais intensa entre as petroleiras juniores, que apresentam maior volatilidade.
A PRIO (PRIO3) caiu 3,38%, fechando a R$ 36,02.
Além disso, a PetroReconcavo (RECV3) recuou 3,04%, para R$ 11,81, e a Brava Energia (BRAV3) teve perda de 2,50%, encerrando a R$ 15,63.
Esses números ilustram como a instabilidade global afeta de forma direta os ativos mais sensíveis do setor.
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Disputa comercial entre EUA e China agrava cenário
As quedas foram impulsionadas por declarações do ex-presidente americano Donald Trump, feitas na quinta-feira, 9 de outubro.
Ele afirmou que pretende impor novas tarifas sobre produtos chineses.
Essa retaliação ocorreu após Pequim aumentar os controles sobre a exportação de minerais de terras raras.
Com isso, reacendeu-se o temor de uma nova guerra comercial entre EUA e China, o que impacta diretamente o mercado de commodities.
Como resultado, investidores globais reduziram exposição a ativos de risco.
Entre eles, as ações ligadas ao petróleo figuraram entre as mais afetadas.
Esse episódio reforça a sensibilidade do setor frente a decisões políticas internacionais.
Perspectivas permanecem desafiadoras para o setor
Além das tensões comerciais, o mercado monitora com atenção a estratégia da OPEP+, que segue elevando a oferta, apesar da desaceleração da demanda global.
Isso torna o ambiente ainda mais volátil para companhias do setor.
Em paralelo, cresce o debate sobre a transição energética e o futuro do petróleo em um cenário de descarbonização.
Dessa forma, empresas como a Petrobras enfrentam incertezas tanto no curto quanto no longo prazo.
Investidores, por sua vez, permanecem cautelosos.
Eles buscam compreender até que ponto a combinação de riscos externos poderá afetar o desempenho do setor.